terça-feira, 29 de março de 2022

Petróleo do Brasil e da Venezuela pode suprir parte das importações europeias do produto da Rússia

A escassez de suprimentos alternativos de diesel russo, especialmente na Europa, só seria evitada com uma combinação de preços altos e destruição da demanda. Além disso, nos mercados de navios-tanque, os navios LR emergiriam como vencedores em relação aos navios MR, que não se sairão bem devido a mudanças nos padrões de comércio. Mas o que acontecerá quando se trata de substituir a oferta russa de petróleo bruto na Europa e como as mudanças forçadas no mercado afetarão a demanda de navios-tanque?

De acordo com a BRS Tanker, o petróleo bruto da bacia do Pré-Sal do Brasil é uma boa alternativa ao originário dos Urais russos (que responde por quase todas as exportações da Rússia para o Ocidente). No entanto, parte significativa das exportações brasileiras é destinada à China, onde muitas das refinarias lançadas nos últimos cinco anos foram voltadas para processá-las ao lado de grades mais pesadas e amargas do Oriente Médio.

Aqui a BRS Tanker vê uma oportunidade para a China reduzir suas compras de barris brasileiros em favor de petróleos russos mais baratos. Já os barris do “pré-sal” irão para a Europa. Se isso ocorrer, esses barris – que são transportados para a Ásia em VLCCs para a Europa – serão enviados em navios-tanque Suezmax e potencialmente Aframax se as cargas forem pequenas. Além disso, nas últimas semanas houve um aumento nos pedidos de carregamento do Suezmax no Brasil.

No momento, isso não se traduziu em um aumento de itinerários. No entanto, isso pode significar que os comerciantes estão de olho neste mercado para o futuro. Longe do Brasil, há uma chance de que a Europa possa aumentar seu consumo de barris azedos do México e da Colômbia, mas estes provavelmente serão poucos e distantes entre si devido à demanda das refinarias dos EUA que os têm usado cada vez mais como substitutos para os barris venezuelanos.

 

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