quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Próxima denúncia contra Temer pode envolver pagamento de propina no Porto de Santos

         A jornalista Helena Chagas, do GGN, afirmou que o inquérito em que o presidente da República Michel Temer é investigado pelo decreto dos Portos – que pode ter gerado pagamento de propina a partir do benefício a empresas amigas do presidente, como a Rodrimar – está mais adiantado do que a denúncia por obstrução de Justiça. Artigo da jornalista sugere que Rodrigo Janot, procurador-geral da República, tem tido dificuldade de provar o conteúdo da gravação Joesley Batista. É nesse contexto que está a delação de Eduardo Cunha.
         Não é fácil processar e condenar alguém por obstrução de justiça, incluindo presidentes da República. Uma coisa é apontar, outra é provar – a mostrar isso está aí o relatório da Policia Federal da semana passada inocentando os senadores peemedebistas Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney desse crime nas conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, sobre a Lava Jato. É por isso que, segundo advogados interlocutores dos investigadores da LJ, o PGR Rodrigo Janot ainda não apresentou a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
       Assim como a PF não encontrou provas concretas de que a simples conversa dos senadores maldizendo a LavaJato tenha resultado em ação concreta contra ela – e é bom deixar claro que, em se tratando de parlamentares, a apresentação de projetos não é obstrução de justiça -, o MPF precisa de uma prova contra Temer nesse caso. Por exemplo, a confirmação, nas delações premiadas de Eduardo Cunha e/ou Lucio Funaro, de que de fato suas famílias recebiam mesada da JBS, a pedido de Temer, para mantê-los de boca calada na cadeia.
          As delações de Cunha e Funaro estão sendo negociadas e parecem ainda não ter chegado a um acerto final. Sem elas, Janot só tem a gravação de Joesley Batista com Michel Temer para sustentar essa denúncia.
          A demora, porém, não impedirá nova denúncia antes de Janot deixar o cargo em setembro, segundo advogados que orbitam na PF.  Pelo que se sabe, uma outra linha de investigação estaria correndo mais rapidamente, aquela que apura corrupção relacionada a concessões no Porto de Santos, também envolvendo o ex-assessor Rocha Loures e empresas como a Rodrimar, que teriam sido beneficiadas por decretos do governo. Além de corrupção, esse caso pode render ainda uma acusação por organização criminosa. (fonte: jornal GGN)

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