quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Peritos dos EUA estão no Porto de Santos para avaliar condições do navio que teve contêineres caídos no mar

         Peritos norte-americanos estão no Porto de Santos para avaliar as condições do Log-In Pantanal e das cargas que não se perderam no acidente da última sexta-feira, quando 45 contêineres caíram no mar. Os especialistas foram encaminhados por clube de seguros formado por diversas seguradoras. 
        Os estrangeiros fazem parte do P&I Club (Protection and Indemnity, em português, Proteção e Indenização). Esse clube será responsável pelo pagamento de uma compensação financeira à armadora do navio. Isto é necessário já que ela deverá ressarcir os custos de todas as cargas perdidas com a queda dos contêineres. 
         Ainda não há previsão de quando os donos das mercadorias serão ressarcidos. Tudo depende das investigações e do inquérito instaurado pela Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP). A Autoridade Marítima deve indicar se o acidente aconteceu por uma falha na estivagem da carga ou ainda por algum problema do navio.
         Na segunda-feira (14), secretários de Meio Ambiente de oito das nove cidades da Baixada Santista criticaram, novamente, a falta de informações sobre a queda dos 45 contêineres que estavam a bordo da embarcação. 
        Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão, Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá, Bertioga se uniram para, em uma carta aberta, repudiar o silêncio das autoridades sobre o acidente da última sexta-feira. 
Os secretários de Meio Ambiente se referem, principalmente, às informações não prestadas pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) sobre as cargas que estavam no navio e os procedimentos de segurança que deveriam ser adotados logo após o acidente. 
         “Ao invés de famílias caminhando pela orla e grupos praticando lazer e esporte, o cenário do último final de semana nas praias da região poderia ter sido muito, muito diferente – ecossistema marinho contaminado, vidas afetadas, infraestrutura comprometida, comércio e turismo prejudicados”, diz a carta.
         O secretário de Meio Ambiente de Guarujá, Sidnei Aranha, cobra da Log-In o envio de um plano de recolhimento das cargas. Segundo ele, além de um contêiner na praia do Saco do Major, foram encontrados diversos resíduos na orla da cidade. Entre eles, muitos produtos hospitalares. 
         “Ainda há resíduos de cargas. Não sabemos como descartá-las. Também não sabemos como e quando serão retiradas essas mercadorias, que são responsabilidade da empresa que gerou a poluição. Se não enviarem, vamos multá-los todos os dias até eles fazerem o que tem que ser feito”, disse Aranha.
Já em São Vicente três contêineres foram encontrados nas proximidades da Ilha Porchat e na praia dos Milionários. Assim como em Guarujá, produtos hospitalares foram levados pela maré. 
         “A ideia de apresentar a carta aberta é aproximar autoridades que têm relação com o Porto para aumentar a nossa capacidade de respostas em caso de acidentes. Prevendo que tenha efeito que desejamos, ótimo. Caso contrário, vamos provocar autoridades por ofício para que possamos ter uma resposta digna e clara de todos os envolvidos”, destacou o secretário de Meio Ambiente de São Vicente, Vitor Carlos Vitório do Espírito Santo. 
         Em Santos, não foram encontrados vestígios de cargas e de contêineres, segundo o secretário de Santos, Marcos Libório. Mas isso não amenizou a tensão dos últimos dias. “Gerou desconforto. Aguardamos, buscamos informações e só tivemos resposta nesta segunda. Ainda não sabemos qual é o plano de recolhimento. Dúvida gera insegurança”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário