segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Feira IFLS em Bogotá pode gerar US$ 6,2 milhões em negócios para calçadistas brasileiros


         Uma das maiores feiras de calçados da América Latina, a International Footwear and Leather Show – IFLS, realizada em Bogotá, nos dias 9 a 11 de agosto, teve resultado satisfatório para as 27 marcas brasileiras participantes. As empresas, que tiveram participação viabilizada pelo Brazilian Footwear, programa de apoio às exportações de calçados mantido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), comercializaram, in loco, mais de 140 mil pares que geraram US$ 1,55 milhão. E, conforme relatório da Abicalçados, gerado por meio de entrevistas com as marcas participantes, esse número deve chegar a US$ 6,2 milhões nos próximos meses por conta de negócios alinhavados durante o evento.
        Segundo a responsável pela Promoção de Imagem da Abicalçados, Alice Rodrigues, que acompanhou a ação, os números foram semelhantes aos registrados na mostra do ano passado. “As expectativas eram altas, o que acabou não se concretizando. De toda a forma, foi uma mostra importante, que deve inflar as exportações brasileiras em pelo menos mais 2,6 milhões de pares ao longo de 2017”, avalia, ressaltando que a feira segue sendo fundamental para a manutenção e ampliação da presença nacional no mercado colombiano.
        Alice conta que uma das marcas que mais se destacou foi a Invoice, indústria de calçados femininos de Sapiranga/RS. Para Ronaldo Manfio, representante de exportação da empresa gaúcha, a Colômbia se mostrou um mercado de muitas oportunidades e que tem espaço para a projeção da marca. “O produto foi super bem aceito pelos compradores, que se surpreenderam com a coleção. A Invoice foi, inclusive, convidada pelo designer Herman Zajar, que participou do nosso seminário (leia abaixo), para participar do desfile dele”, avalia Manfio.
        A Anatomic Gel, indústria de calçados masculinos de Franca/SP, também aproveitou a feira para "sentir o mercado", conhecer compradores e entender de que maneira pode se colocar na Colômbia. Segundo Daniel Paludetto, gerente de exportação da empresa, a Colômbia é um dos mercados-alvo da marca e se mostra aberta aos calcados made in Brazil.
       No mesmo caminho está a Petite Jolie, de Campo Bom/RS. A empresa de calçados femininos começou um trabalho com distribuidor local há um ano e está, aos poucos, conquistando o consumidor local. A trader da marca, Jéssica Bender comenta que os compradores ainda buscam o produto de couro mas que, aos poucos, estão se rendendo a outros materiais, prezando por questões como design, conforto e tendências de moda.
      Um dia antes do início do evento, o Brazilian Footwear promoveu mais uma edição do já tradicional Photocall, evento que reúne a imprensa local e as marcas participantes da IFLS. “Nesta edição tivemos uma presença importante de mais de 40 profissionais e formadores de opinião, o que gerou um grande espaço na mídia colombiana”, comemora Alice.
      Também antecedendo a IFLS, foi promovido o Seminário Preparatório para o mercado colombiano. O encontro contou ainda com representantes da Embaixada Brasileira na Colômbia, da Apex-Brasil, da Câmara de Comércio de Bogotá e especialistas no mercado local.
      Na oportunidade, Leopoldo Vargas, consultor em Centros Comerciais, ressaltou que o consumo na Colômbia vem caindo, mas que ainda é um dos mais relevantes do continente americano. “No ano passado, a queda no consumo de calçados foi de 4,6%, mas ainda estamos próximos de um consumo per capita de 3 pares por ano”, disse, destacando que os centros comerciais ainda são canais relevantes no país.
      O comprador do grupo Pash Sas (lojas Pat Primo e Seven Seven), Sebastian Hortua, destacou que muitos lojistas locais ainda compram calçados da China, mas que os problemas de falta de qualidade e demora na entrega têm feito com que as importações desse país percam força. “O consumidor colombiano gosta de novidades, mas com agilidade, o que a China não consegue atender”, frisou, destacando que a demanda está ficando “mais sofisticada”.
       O designer de moda de alta costura, o colombiano Herman Zajar, destacou que na Colômbia existe uma carência muito grande por calçados de moda. “A moda brasileira encanta os nossos consumidores, mas o preço assusta um pouco”, disse.
       Participaram da IFLS as marcas Piccadilly, Beira Rio Conforto, Moleca, Vizzano, Molekinha, Modare Ultraconforto, Molekinho, Bottero, Verofatto, Schutz, Arezzo, Pegada, Anatomic Gel, Rider, Ipanema, Grendha, Zaxy, Cartago, Grendene Kids, West Coast, Cravo & Canela, Stéphanie Classic, Kidy, Petite Jolie, Suzana Santos, Renata Mello e Invoice.

 

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