O porto de Imbituba, no Sul de Santa Catarina, expandiu sua capacidade e agora pode
atender os maiores navios que operam na costa brasileira, os super
pós-panamax. A autorização para o novo modelo de funcionamento foi dada pela Marinha em decorrência aos ganhos conseguidos
com a dragagem, que criou um canal de navegação com 17 metros de
profundidade e aprofundou os acessos aos berços de atracação e os berços
para 15,5 metros e 15 metros, respectivamente. Apesar de as
novas medidas ainda não estarem homologadas, o órgão alterou o modelo
máximo de navio para aproveitar os ganhos já garantidos. A partir de novembro embarcações com até 333,2 metros de comprimento, 48,30 metros
de largura e 11,30 metros de calado podem acessar o porto. Na maré
cheia, o calado máximo autorizado sobe até um metro, para 12,30 metros. Como em Imbituba os navios chegam ou saem parcialmente carregados, esse
calado atende à necessidade do momento. Até então, o calado permitido
era pouco maior, de 11,80 metros, mas só embarcações com até 290 metros
de comprimento podiam entrar no porto. "A dragagem nos colocou em
outro patamar. A expectativa é ter em janeiro esse processo concluído,
com um calado entre 14 metros e 14,5 metros", afirmou Luís
Rogério Pupo, presidente da SC Participações e Parcerias, administradora
do porto. A obra custou R$ 36 milhões, sendo R$ 33 milhões oriundos do
Plano Nacional de Dragagem, do governo federal, e o restante do governo
do Estado. Quando a homologação das novas medidas ocorrer,
Imbituba poderá receber a geração de 366 metros de extensão, que não
frequenta o país. A perspectiva de Pupo é que isso se dê no início de
2015. "Imbituba definitivamente entrou na disputa e, com a
pressão que os donos de cargas têm feito sobre os armadores para redução
de preços, a tendência é que novos serviços de navegação venham para
cá", contou Marcos Tourinho, diretor comercial da Santos Brasil. A
companhia opera o Tecon Imbituba, terminal de contêineres que deve ser
um dos que mais rapidamente capitalizarão a recente mudança, pois os
navios de contêineres são os de maiores dimensões. Segundo
Tourinho, diferentemente dos demais portos catarinenses, Imbituba não
tem limitações para manobrar este tipo de embarcação devido às suas
condições naturais e tem um mix de custos mais atrativo. A
companhia está negociando com armadores e crê que pelo menos dois
serviços de longo curso sejam incorporados à carteira em 2015. Hoje, o
Tecon Imbituba opera quase vazio - os volumes movimentados representam
menos 10% de sua capacidade anual, que é de cerca de 650 mil Teus
(unidade de contêiner de 20 pés). Hoje são dois serviços, um de longo
curso, na rota com o Golfo do México e Caribe, e outro de cabotagem. Em
breve será repatriada outra linha de navegação doméstica.
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