O escândalo na Petrobras e a
possibilidade de uma alta dos juros nos Estados Unidos levaram os investidores a fazer uma retirada recorde de aplicações no mercado financeiro
brasileiro. Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo
Banco Central mostra que a fuga de capital foi de US$ 11,3 bilhões
em dezembro (até a sexta-feira passada), a maior
já vista desde que o BC começou a registrar os dados em 1982. O volume superou inclusive os saques feitos durante momentos de crise como os de 2008. A autoridade monetária informou que mesmo com os negócios
parcialmente suspensos por causa do feriado do Natal, o mercado
financeiro brasileiro registrou uma saída de US$ 3,8 bilhões na semana
passada. Somente na sexta-feira a fuga foi de US$ 2,1 bilhões. Quanto
maior a saída de moeda americana, mais cara ela fica no mercado interno. A principal incerteza, segundo analistas, é em relação ao momento em que o Tesouro americano
aumentará os juros. Essa dúvida provocou o movimento de investidores internacionais de
tirarem suas aplicações de mercados emergentes como o Brasil colocando na
segurança dos títulos dos Estados Unidos, considerados um padrão
mundial. Para aumentar ainda mais a pressão sobre o câmbio no mercado
brasileiro, o Real tem sido atacado pelos próprios bancos brasileiros
que têm investimentos em instrumentos cambiais e lucram com a alta do
dólar. Ao longo do ano, a moeda americana ficou 13% mais cara. A
expectativa do mercado financeiro é de que aumente ainda mais e passe dos
atuais R$ 2,66 para R$ 2,80 no fim do ano que vem. Alguns especialistas
já veem o dólar a R$ 3 em 2015.
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