sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Despachantes aduaneiros se adaptam às necessidades da pandemia e agilizam exportações

As estações do ano determinam a moda, especialmente com os lançamentos de inverno e verão,tornando o setor calçadista diferenciado e exigindo dos despachantes aduaneiros agilidade em todas as etapas do processo nas exportações, ampliada com a pandemia provocada pela Covid-19. “Essa dinâmica é fundamental para que o cliente não perca o timing de suas entregas”, explica Fabio Belau, que atua no segmento desde os anos 1980. Ele garante que a categoria “teve uma paralisação inicial” por causa da crise sanitária, mas “se adequou às novas condições”.

O conhecimento técnico sobre os produtos, as matérias-primas e insumos utilizados na produção e os mercados de destino são importantes em qualquer atividade, e, pela sua dinâmica e peculiaridades, é ainda mais necessário no atendimento aos exportadores de calçados. Segundo Belau, o domínio desses quesitos “assegura aos clientes que suas cargas cheguem aos destinos sem problemas”.

O presidente da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), Haroldo Ferreira, conhece profundamente as características bastante específicas do setor e reconhece o papel do despachante aduaneiro no atendimento às empresas do Vale do Rio dos Sinos, o mais importante pólo produtor e exportador de sapatos do país. “É uma atividade fundamental para as exportações de calçados para agilizar os embarques e dirimir, na medida do possível, os problemas logísticos que temos no Brasil”, destaca.

A expectativa de Ferreira para 2022 é positiva. “Muito embora o crescimento deva ser mais fraco, até mesmo porque a base do ano passado é bastante forte, devemos ter um incremento médio de 5% nos embarques em relação ao ano recém encerrado”, estima o dirigente. De janeiro a novembro (últimos dados computados) de 2021 foram exportados 110,77 milhões de pares, gerando receitas de US$ 805,7 milhões.

Habilitado como despachante aduaneiro em 2005, Belau compactua com a previsão otimista do presidente da Abicalçados. “Acredito que com tudo que passamos no xadrez macroeconômico mundial e certas dependências de fornecimento, espero, efetivamente, um aumento nas exportações desse setor. Afinal, o Brasil tem uma boa estrutura pronta para atender alguns mercados internacionais”, diz, citando principalmente as Américas e a Europa como destinos.

“As exportações e importações sempre estiveram no DNA da atividade coureiro-calçadista e levaram as empresas da região, devido ao tempo que operam com comércio exterior, a ficarem especializadas e a frente de outras atividades, aprendendo muito com os mercados externos”, afirma Fabio Belau. É essa realidade, entende ele, que “torna o despachante aduaneiro parte desse contexto e muito respeitado e consultado para tomadas de decisões e planejamento das empresas exportadoras de calçados”, salienta.

Otimista em relação às perspectivas para esse ano, Belau destaca a contribuição do SDAERGS (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado do Rio Grande do Sul) para a atividade dos associados. “O sindicato tem feito um trabalho espetacular, principalmente a partir da última gestão (presidida por José Kralik, sucedida agora por Marcelo Clark Alves, vice-presidente na diretoria anterior)”, elogia. “A entidade vem focando nos associados, facilitando nosso dia-a-dia e enfrentando gargalos para a categoria, que eram a aproximação com a Receita Federal e outros órgãos anuentes, centralizando nossas demandas e conseguindo respostas, na maioria das vezes, com sucesso”, acrescenta.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário