segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Terminal do Pecém retoma rota marítima para Santa Catarina

         Ao mesmo tempo que é visto como um terminal potencialmente exportador, o Porto do Pecém tem investido em novas rotas entre os estados brasileiros, a chamada cabotagem, e já contabiliza um crescimento de 110% no primeiro semestre de 2017 ante igual período de 2016. Neste movimento, a Cearáportos - administradora do equipamento - confirmou o retorno de uma nova rota para Santa Catarina.
         No entanto, não é apenas a volta de um trecho já operado no Pecém. De acordo com Marcus Voloch, gerente geral de cabotagem e Mercosul da Aliança Navegação e Logística - responsável pela rota -, houve uma melhoria considerável: "O tempo de viagem entre Santa Catarina e o Ceará, que era de dez dias, cairá para seis dias. De Santa Catarina para Pernambuco, o 'transit-time' permanece em cinco dias. Passamos a oferecer o melhor transit time do mercado para essas praças".
         O gerente geral reforça a atuação da empresa em alinhamento com os interesses do Porto do Pecém para aumentar o transporte de cargas entre o Sul/Sudeste - uma vez que o transbordo da chamada escala Sling 2 será feito em Santos (SP) - e o Norte/Nordeste do País.
Demanda maior
         "A crescente demanda do mercado local, atrelada a uma moderna infraestrutura e altos padrões operacionais, são fatores essenciais à atração de novas linhas. Com um mix diverso de rotas atendidas no Pecém, as operações de contêiner ganham cada vez mais importância local e impulsionam o desenvolvimento de toda a região", destaca Daniel Rose, diretor superintendente da APM Terminals Pecém, que presta serviços operacionais no porto cearense.
         O aumento da demanda é apontado pelo gerente e também pela Cearáportos como motivo da retomada da rota da Aliança e também nas outras três rotas semanais que fazem cabotagem no equipamento cearense. "Até julho deste ano a cabotagem cresceu 110%, se comparado ao mesmo período do ano anterior, esse crescimento se deu, principalmente, por conta dos desembarques de minério de ferro (2.238.794 t), produtos siderúrgicos (165.408 t), arroz (111.421 t), plásticos e suas obras (66.499 t), etc. Destacaram-se também os embarques de farinha de trigo (74.445 t), sal (72.206 t), cimentos (34.712 t) e placas de aço (27.613 t)", informa a Cearáportos. A empresa destaca que "o minério de ferro é o principal produto desembarcado pela cabotagem" e a maior parte dele (61%) vem do Porto de Ponta da Madeira (MA) e do Porto de Vitória (39%) no Espírito Santo".
         "A gente trabalhou muito para ter a cabotagem no Porto do Pecém, são cargas brasileiras, navios brasileiros e tripulação brasileira. É uma opção para o transportes terrestre e ferroviário, então, quanto maior o número de navios nessa modalidade, melhor, é mais opção de logística para os clientes", observa a diretora comercial da Cearáportos, Rebeca Oliveira.
         No entanto, ela lamenta que "a cabotagem infelizmente não é tão difundida quanto deveria". Para aumentar a difusão e também atrair potenciais clientes que optam, atualmente, pelo transporte terrestre ou aéreo, os portos brasileiros, como o Porto do Pecém, oferecem uma armazenagem e também um "valor de operação diferenciado".

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