quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Embarques de carnes migram de Rio Grande para Itajaí por causa de dificuldades logísticas

         O porto catarinense de Itajaí está escoando carnes de aves e de suínos do Rio Grande do Sul que eram embarcadas no terminal de Rio Grande, em virtude de dificuldades logísticas. O produto congelado é despachado em contêineres. Neste ano, contudo, dois problemas levaram 15% da carga gaúcha para o estado vizinho, conforme estimativa do Tecon (Terminal de Contêineres de Rio Grande).
         Primeiro, houve falta de contêineres. Segundo, a capacidade de armazenagem da câmara frigorífica no porto do Rio Grande do Sul foi insuficiente para atender a demanda. Sem o contêiner, é necessário estocar a carne. O diretor comercial do Tecon, Renê Wlach, disse que há apenas um entreposto, com 13 mil m2, enquanto em Itajaí são pelo menos sete, somando cerca de 200 mil m2.
         "Rio Grande tem um potencial adormecido. Se forem feitos investimentos em câmaras frigoríficas, atrairá as cargas do norte do Estado para o porto", previu Wlach. Dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) indicam que 60% da carne de frango e suíno processada no país é despachada por meio de portos de Santa Catarina.
         O diretor-executivo do Sips (Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul), Rogério Kerber, confirmou que as empresas começaram a se reposicionar para embarques nos terminais catarinenses devido a fatores que vão além da armazenagem.
         "O entreposto é estratégico, mas não é tudo. Passamos 2017 tendo de administrar problemas: custo dos pedágios, estradas em obra (duplicação da BR-116), movimentos de paralisação. Se não quiser continuar perdendo espaço, o Rio Grande do Sul precisará repensar suas estratégias neste importante setor - o Estado é o terceiro em abates de suínos e frangos, ", advertiu o executivo.

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