segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Falta de combustível atrasa saída de navios que escalam complexo portuário santista

         Navios que escalam no Porto de Santos continuam registrando atrasos por conta de problemas no abastecimento. A falta de barcaças e até de combustível atrasa o planejamento das embarcações e causa prejuízos aos usuários do cais santista.
        Os cargueiros utilizam um produto especial em seus motores denominado óleo bunker. No Porto de Santos, seu carregamento é realizado pela Transpetro, subsidiária da Petrobras.
        Em alguns casos, segundo o Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), o término do abastecimento acontece após o final das operações de embarque e desembarque de mercadorias. Isso causa um transtorno entre agentes marítimos e os terminais, que ficam impedidos de receber novas embarcações enquanto o bombeamento do óleo não é concluído.
         No caso do navio Maersk Mikage, a saída foi seguir sem realizar o abastecimento até o Porto do Rio de Janeiro. A embarcação deixou o cais santista na última terça-feira e teve que fazer uma escala extra no complexo fluminense. Entre os custos adicionais, somam-se o combustível, as manobras de praticagem, os rebocadores e a atracação extra.
         Para o diretor-executivo do Sindamar, José Roque, o problema acontece por conta do monopólio da Petrobras na prestação do serviço de abastecimento. “Os navios de cabotagem e os navios tramps não têm opção alguma, já que no primeiro caso a navegação é na costa brasileira, com os demais portos do País enfrentando idêntica dificuldade. Já os outros navios saem direto para o exterior e necessariamente têm que ser abastecidos em Santos, caso contrário não atingem o destino final”, destacou.
         O problema vem se arrastando há meses, mas em agosto ficou mais grave. Isto aconteceu porque houve um inesperado aumento na demanda de óleo combustível pelas usinas termelétricas, que aumentaram sua produção.
         “A situação é recorrente, porém, houve um pequena melhora. Mas os problemas com abastecimento em Santos são cíclicos. Quando aumenta o número de navios para abastecimento, enfrentam-se sempre atrasos. E quando chega a temporada de navios de cruzeiros, a situação é critica, já que a prioridade são os navios de passageiros”, destacou Roque.
         O navio Nordic Hong Kong registrou mais de 24 horas de atraso em sua partida. Já o Cap San Raphael deixou o cais santista mais de 3 horas após o previsto em seu planejamento.
         “Essa situação sempre ocorre e por mais que haja reclamações nenhuma atitude saneadora é adotada, demonstrando descaso total. Já que o País está sendo passado a limpo, caberia também averiguar o que está ocorrendo no fornecimento de combustível”, afirmou Roque.
         Para que um navio seja abastecido, seus consignatários fazem uma solicitação à Transpetro. O pedido tem de ser apresentado com 7 a 10 dias de antecedência. É nos tanques da empresa, em Cubatão, onde fica armazenado o combustível. As unidades são interligadas por cinco dutos – cada um com dez quilômetros de extensão. Procurada, a Petrobras informou que a situação deve ser normalizada ao longo do mês.

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