terça-feira, 5 de setembro de 2017

Falta de dragagem prejudica escoamento da safra de grãos no Porto de Rio Grande

         A não realização da dragagem de manutenção no Porto de Rio Grande volta a causar paralisia no escoamento da safra gaúcha de grãos. Desde a semana passada, há registros de graneleiros sendo impedidos de deixar o terminal por conta do assoreamento do canal de passagem, em situação semelhante à registrada em abril. Hoje o superintendente Janir Branco tem reunião com o Ibama. O licenciamento ambiental para a limpeza está pendente, o que impede o início do procedimento.
         "O superintendente se colocará a disposição para assinar termo de compromisso ambiental para que liberem a obra, que está se tornando de emergência", afirmou o diretor técnico da Superg (Superintendência do Porto do Rio Grande), Darci Tartari. Para as embarcações conseguirem passar, é necessário profundidade mínima de 14 metros. O diretor explicou que hoje há pontos onde está inferior. E, para garantir a segurança dos  navios, há cerca de dois meses as autoridades portuárias determinaram que as embarcações só podem sair quando a maré estiver 50 centímetros acima do nível normal. Para isso acontecer, é preciso uma combinação de fatores climáticos. E depender do tempo é sempre contar com a sorte, observou.
          Em um estado com vocação agrícola como o Rio Grande do Sul é preciso ter o controle da situação para evitar prejuízos. Mais do que paralisar a saída dos navios carregados com grãos, o que tem efeito cascata, bloqueando o recebimento de produto e encarecendo ainda mais o frete, disse Tartari. A situação, segundo ele, poderá continuar se repetindo, impactando a próxima safra. "Se não for feita a dragagem, haverá consequências", advertiu o diretor técnico.
        A Superg informa que já existem os recursos para a dragagem que permitirá chegar a profundidade de 16 metros na parte interna e 18 metros na externa, no valor total de R$ 368 milhões. O governo federal empenhou R$ 83 milhões para o início dos trabalhos, que demandariam 10 meses. Com isso, a dragagem estaria concluída até a entrada do maior movimento da safra de verão de 2018.      

Nenhum comentário:

Postar um comentário