quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Governo de São Paulo estuda passagem para carros sobre linha ferroviária na Alemoa

         Enquanto o Governo Federal não viabiliza um novo acesso entre a Via Anchieta e o sistema viário da Margem Direita do Porto de Santos, o Governo do Estado, por meio da Dersa, estudará a abertura de uma passagem para carros e caminhões sobre a linha ferroviária na Alemoa, como solução para situações de emergência. A medida é considerada por empresários do setor como uma alternativa necessária, uma vez que, atualmente, a região da Alemoa conta com apenas um acesso rodoviário.
         A proposta é do presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial e Portuário da Alemoa (AMA), João Maria Menano. A sugestão foi apresentada durante sua participação no painel Acessos Terrestres do Porto de Santos, parte da programação do Santos Export 2017 – Fórum Internacional para a Expansão do Porto de Santos. O debate foi realizado na tarde de ontem, com mediação da editora-chefe de A Tribuna, Arminda Augusto. Organizado pelo Grupo Tribuna e pela Una Marketing de Eventos, o evento ocorreu no Mendes Convention Center, em Santos.
         Segundo Menano, em situações de emergência, sem o atual acesso entre a rodovia e a Margem Direita e não havendo a transposição ferroviária, fica-se isolado na Alemoa. Ele disse que a passagem sobre os trilhos poderia ficar fechada pela Dersa ou Prefeitura, sendo liberada em situações pontuais, como congestionamentos.           O diretor-administrativo da Dersa, Fellipe Babbini Marmo, que participou do painel, afirmou que, antes, será preciso consultar a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT, que é a reguladora do sistema ferroviário) sobre a proposta.
         Conforme Marmo, também será necessário avaliar se o trecho está em área do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) ou da concessão da Ecovias, a concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, ou em local da Prefeitura. “Nada impede de estudarmos esse assunto”, concluiu ele.           Já o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), disse no painel que anunciará, até o fim do ano, uma destinação da área do antigo Lixão da Alemoa, incluindo uma faixa entre o Viaduto da Alemoa e o antigo aterro.
         Menano, que cobrou uma destinação para o local, lembrou que essa gleba pertence à Prefeitura e tem 3,5 quilômetros de comprimento por 20 metros de largura.
Barbosa disse que a área tem proteção ambiental, mas que estuda transformá-la em acesso ou prepará-la para alguma atividade econômica.
         Também no painel, o presidente da operadora T-Grão, Virgílio Pina, distribuiu aos debatedores um pen drive com um estudo da concessionária ferroviária Rumo com uma lista de 42 entraves nos acessos ferroviários ao Porto.
         Pina destacou que o entrave mais grave fica no Armazém 1, onde tem o cruzamento da ferrovia com a Avenida Perimetral. Ele lembrou que, neste ponto, localizado na região do Valongo, os trens que entram reduzem a velocidade em 50%, formando filas de quem está entrando ou saindo do Porto.          O empresário disse que a solução é, ao em vez do cruzamento, a ferrovia continuar reto. O trecho onde estão os trilhos hoje seria destinado para a circulação de caminhões. Segundo ele, as empresas ferroviárias já se entenderam e falta uma decisão oficial.
         O gerente de Regulação da ANTT, Tito Lívio Queiroz e Silva, afirmou que áreas da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária) não competem ao órgão. Porém, disse que a ANTT começou a realizar audiências públicas para a repactuação dos contratos da União com as concessionárias ferroviárias MRS e Rumo e que essa obra poderia ser incluída na negociação que está prevista.
         O diretor de Operações e Logística da Rodrimar, Willy Maxwell, que participou do painel Acessos terrestres do Porto de Santos, cobrou a construção do túnel submerso Santos-Guarujá. Ele lembrou que o tráfego entre as duas margens é fundamental para o Porto e que gera muito trânsito na entrada da Cidade e na Rodovia Cônego Domênico Rangoni.
         O diretor-administrativo da Dersa, Fellipe Babbini Marmo, respondeu que o Estado não desistiu do empreendimento. Entretanto, segundo ele, a obra depende de a União autorizar a capacidade de endividamento de São Paulo.
         Atualmente, o Estado defende a construção de uma ponte entre a Alemoa e a Ilha Barnabé, a ser erguida pela concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, a Ecovias.

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