A Hidrovia Paraguai-Paraná é uma das rotas fluviais mais longas e importantes da América do Sul. Para empresas de logística como a Rhenus Logistics — que recentemente consolidou sua presença na região após a integração da Blu Logistics — esse corredor natural é essencial para o comércio exterior argentino e regional. Alejandro Maymó, diretor Comercial da Rhenus Logistics Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, destacou os desafios que ela enfrenta e as oportunidades que oferece para uma logística mais eficiente e sustentável.
Segundo ele, a hidrovia é uU corredor eficiente para cargas agrícolas, conecta mercados internos com terminais portuários que atendem o mundo, desempenhando um papel fundamental na competitividade do comércio exterior. Maymó explicou que “este corredor é extremamente importante porque é o único canal fluvial que conecta o mundo, em termos de volume, para países em desenvolvimento como Argentina e Paraguai, que não têm possibilidade de conexão ferroviária.”
Com base em sua experiência, os produtos mais transportados por essa rota correspondem a setores ligados à produção primária. “São principalmente agrocommodities e fertilizantes”, observou, destacando a importância dessas cargas para o desenvolvimento logístico do país. Do ponto de vista logístico, a hidrovia oferece claras vantagens em relação a outros modais de transporte na região. Permite a movimentação de grandes volumes de carga a um custo mais eficiente e com menor impacto ambiental.
“Movimentar um navio com centenas de contêineres é muito menos poluente do que transportar a mesma carga em centenas de caminhões”, explicou Maymó. Soma-se a isso a limitada infraestrutura ferroviária em países como Argentina e Paraguai, o que torna o transporte fluvial uma alternativa mais viável e sustentável. “A capacidade logística de um navio, seja graneleiro ou porta-contêineres, é muito superior à de outros modais, e os planos de investimento em rotas terrestres ou ferroviárias costumam ser mais complexos e caros de implementar”, acrescentou.
O potencial da hidrovia é limitado por múltiplos fatores estruturais e regulatórios. Entre eles, a manutenção da dragagem é uma preocupação constante. "Há momentos em que o nível do rio baixa, ou a dragagem não é mantida adequadamente, e isso afeta a quantidade de carga que as barcaças podem transportar", afirmou. Mas, além dos aspectos técnicos, a coordenação regional parece ser um dos principais desafios. "A hidrovia envolve vários países, e o maior desafio é coordenar esses esforços, a manutenção e a regulamentação. Se não houver uma gestão coordenada, perde-se competitividade", alertou.
Segundo Maymó, a falta de harmonização regulatória e de investimentos sustentados pode comprometer o desempenho do corredor logístico como um todo. "O transporte fluvial já é mais sustentável do que o transporte terrestre ou aéreo", indicou, destacando sua menor pegada de carbono e eficiência energética. No entanto, a empresa está explorando novos caminhos para alavancar ainda mais essa vantagem. “Estamos avaliando opções para tornar esse transporte ainda mais sustentável, tanto do ponto de vista de combustível quanto de eficiência”, observou. Por fim, Maymó projeta um futuro promissor para este corredor. “Com o crescimento do comércio regional, a hidrovia deverá desempenhar um papel cada vez mais importante”, concluiu.

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