segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Governo de São Paulo estuda abertura de segundo acesso rodoviário à Alemoa

         A abertura de uma passagem para carros e caminhões sobre a linha ferroviária localizada ao lado do Distrito Industrial e Portuário da Alemoa, em Santos, como um segundo acesso rodoviário à região a ser usado em situações de emergência, foi considerada viável e será apoiada pelo Governo do Estado. A posição é do secretário estadual de Logística e Transportes, Laurence Casagrande Lourenço. A obra é vista por empresários do setor como uma alternativa necessária, uma vez que, atualmente, a região da Alemoa, na retroárea do Porto de Santos, conta com apenas um acesso rodoviário. 
         O projeto foi debatido pelo executivo na semana passada , na sede da Secretaria, na Capital, onde recebeu diretores da Associação das Empresas do Distrito Industrial e Portuário da Alemoa (AMA) e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER, do Governo do Estado). Um próximo encontro ainda vai acontecer, desta vez, com representantes da Prefeitura de Santos e a da concessionária ferroviária responsável pela linha, a MRS. 
         De acordo com o presidente da AMA, João Maria Menano, atualmente há um projeto conceitual da passagem , elaborado pela associação em 2004 e que pode sofrer alterações, caso as partes envolvidas defendam mudanças. “Protocolamos na Prefeitura e na Dersa (empresa controlada pela Secretaria Estadual de Logística e Transportes) a nossa proposta de transposição ferroviária e a Dersa nos convidou para uma reunião, onde eles mostraram o plano da nova entrada de Santos na altura do Saboó e apoiaram a nossa posição de duas transposições e até passarelas para pedestres na região da Alemoa, entre o Saboó e o Lixão, na divisa de Santos e Cubatão”, disse o empresário.
         A ideia, segundo Menano, é garantir um acesso emergencial, a ser utilizado para a passagem de ambulâncias, viaturas do Corpo de Bombeiros ou ainda quando houver alguma interdição no Viaduto da Alemoa, que é o único acesso àquela região do Porto. “A Alemoa não tem saída e a gente depende exclusivamente da parte rodoviária daquele viaduto. A Alemoa fica represada entre o estuário e a linha férrea. O que a gente pede, uma vez que vai ter esse novo acesso à Margem Direita no Saboó, é que a Alemoa tenha uma transposição ferroviária que ficará fechada, mas com a chave na mão do pessoal da linha férrea só para emergências. É uma coisa bem simples em nível de solo, bem simples”, explicou o executivo.
         O vice-presidente da Associação Brasileira de Terminais de Granéis Líquidos (ABTL), Mike Sealy, também participou do encontro com o secretário Lourenço. Segundo ele, a proposta apresentada pelos terminais da Alemoa é muito importante sob o ponto de vista da segurança das instalações e, principalmente, dos trabalhadores. “Esse acesso controlado por cima da linha férrea possibilitará a evacuação da área em casos emergenciais. É um escape de segurança”, explicou.
         Segundo o presidente da AMA, o conjunto de ações previstas para melhorar o acesso à Alemoa também prevê a construção de, ao menos, duas passarelas para pedestres na região. “As passarelas seriam incluídas no projeto como uma contrapartida para a ferrovia. Seria interessante para eles (os responsáveis pela linha férrea). Eles dariam a transposição de veículos em nível de solo para só serem abertas em emergências. E com as passarelas, eles deixariam de ter pessoas atravessando a linha férrea”.
         Com o apoio do Estado, a AMA aguarda o agendamento de um novo encontro. Desta vez, ele será realizado com representantes da Prefeitura de Santos, do DER, da Dersa e da MRS Logística. “Eles (o Estado) se propuseram a intermediar e incluir a Prefeitura e o pessoal das linhas férreas na discussão. As ideias pareceram todas convergentes”, destacou Menano.
         A Secretaria Estadual de Transportes e Logística destacou, em nota, que a proposta apresentada resolve o conflito de transposição das vias férrea e rodoviária na Alemoa. “Com o apoio do Governo do Estado, engenheiros do DER e da Dersa estudarão a viabilidade técnica da intervenção em parceria com os empresários e, depois, conduzirão entendimentos com outros envolvidos, Prefeitura, ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Artesp e concessionárias, no sentido de garantir a implantação, que será custeada pelos empresários que atuam na Alemoa”, relatou o órgão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário