Os Estados Unidos
poderão voltar a ser o principal destino das exportações brasileiras nos próximos anos, recuperando a posição que haviam perdido para a China, em virtude da queda no preço das
commodities, do crescimento da economia norte-americana, da perda de fôlego da
locomotiva chinesa e da desvalorização do real. Os embarques
para os Estados Unidos em janeiro já superaram os destinados ao país asiático, que tiveram uma redução de 35%. Caso o resultado se repita ao longo do
ano, os norte-americanos deverão fechar 2015 à frente da China, embora o mais provável é
que isso ocorra dentro de dois a quatro anos, segundo projeção de Diane
Santos, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior
(Funcex). Em 2014, os Estados Unidos superaram a Argentina e se
tornaram o principal destino de exportações de manufaturados do Brasil,
com embarques de US$ 15,1 bilhões. Com a recuperação da economia
americana e a queda do real, esse movimento deve se acelerar em 2015. A
previsão de Santos é que a exportação de produtos industriais para o país da América do Norte cresça 6,8% neste ano. Enquanto as vendas para a China são
dominadas por produtos básicos, os embarques para os Estados Unidos têm maior
participação de bens manufaturados e semimanufaturados. Além de
representarem maior valor agregado no mercado doméstico, as exportações
industriais estão menos sujeitas às oscilação de preços internacionais
que afetam as commodities. Soja, minério de ferro e petróleo
representaram 80% das vendas brasileiras à China no ano passado. Já os
produtos manufaturados responderam por 54% dos embarques para os Estados Unidos no
mesmo período, mostram dados da Funcex. A participação dos
semimanufaturados foi de 21% e a dos básicos, de 25%.
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