A multinacional norte-americana Cargill, maior companhia global do agronegócio, começou a
implantar a sua primeira frota fluvial no Brasil. As barcaças serão
usadas na nova rota de escoamento de grãos pelo Norte do país, que
migrará parcialmente da BR-163 para o rio Tapajós, no Pará, e dali ao
porto da empresa em Santarém. A companhia
captou R$ 78 milhões com o Banco da Amazônia, via Fundo Constitucional
do Norte (FNO) para tocar o projeto e encomendou 20 balsas - cada uma com capacidade para
carregar até 2,5 mil toneladas de soja - ao Estaleiro Rio Maguari, em
Belém, e dois empurradores à Indústria Naval do Ceará (Inace), em
Fortaleza. As entregas estão previstas para o primeiro semestre de 2016. Os executivos da Cargill não quiseram se manifestar sobre a estratégia de verticalização, já adotada
no país por outros grandes grupos do agronegócio, visando ao aproveitamento do potencial
de escoamento pelos rios amazônicos É o caso da Bunge e da Amaggi, ex-Amplo, que
anunciaram no ano passado a criação da joint venture Navegações Unidas
Tapajós (Unitapajós), a partir de um investimento de R$ 300 milhões em
90 barcaças e cinco empurradores. Planejada há alguns anos pela
Cargill, a implantação de uma frota própria ocorre na esteira da
concessão da Licença de Instalação (LI) para a estação de transbordo de
cargas que a companhia levantará às margens do Tapajós, no distrito de
Miritituba, em Itaituba, no Pará. É para lá que a gigante americana
pretende, a partir da safra 2016/17, desviar suas cargas dos caminhões
de grãos para as barcaças, que passarão a descer o rio até Santarém. Com
o modal hidroviário, tira-se a sobrecarga da BR-163, cheia de
problemas, e há economias de tempo e frete. Por ter sido a primeira a se
posicionar em Miritituba, apenas a Bunge utiliza atualmente o Tapajós
para o transporte de grãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário