quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Cargill começa a implantar frota fluvial própria para escoar grãos no Brasil

A multinacional norte-americana Cargill, maior companhia global do agronegócio, começou a implantar a sua primeira frota fluvial no Brasil. As barcaças serão usadas na nova rota de escoamento de grãos pelo Norte do país, que migrará parcialmente da BR-163 para o rio Tapajós, no Pará, e dali ao porto da empresa em Santarém. A companhia captou R$ 78 milhões com o Banco da Amazônia, via Fundo Constitucional do Norte (FNO) para tocar o projeto e encomendou 20 balsas - cada uma com capacidade para carregar até 2,5 mil toneladas de soja - ao Estaleiro Rio Maguari, em Belém, e dois empurradores à Indústria Naval do Ceará (Inace), em Fortaleza. As entregas estão previstas para o primeiro semestre de 2016. Os executivos da Cargill não quiseram se manifestar sobre a estratégia de verticalização, já adotada no país por outros grandes grupos do agronegócio, visando ao aproveitamento do potencial de escoamento pelos rios amazônicos É o caso da Bunge e da Amaggi, ex-Amplo, que anunciaram no ano passado a criação da joint venture Navegações Unidas Tapajós (Unitapajós), a partir de um investimento de R$ 300 milhões em 90 barcaças e cinco empurradores. Planejada há alguns anos pela Cargill, a implantação de uma frota própria ocorre na esteira da concessão da Licença de Instalação (LI) para a estação de transbordo de cargas que a companhia levantará às margens do Tapajós, no distrito de Miritituba, em Itaituba, no Pará. É para lá que a gigante americana pretende, a partir da safra 2016/17, desviar suas cargas dos caminhões de grãos para as barcaças, que passarão a descer o rio até Santarém. Com o modal hidroviário, tira-se a sobrecarga da BR-163, cheia de problemas, e há economias de tempo e frete. Por ter sido a primeira a se posicionar em Miritituba, apenas a Bunge utiliza atualmente o Tapajós para o transporte de grãos.

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