segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Estaleiros gaúchos vivem situação difícil e demitem mais de 50 trabalhadores por dia

    
     Os três maiores estaleiros do Rio Grande do Sul, todos controlados por consórcios formados por empresas temporariamente proibidas de participar de novas licitações da Petrobras, vivem situação difícil, conforme as entidades de trabalhadores. "Nas últimas semanas, entre 50 e 60 pessoas estão sendo demitidas todos os dias", disse Benito Gonçalves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de Rio Grande e São José do Norte. Até junho, o setor empregava cerca de 24 mil pessoas entre os dois municípios. Hojee, estimou Gonçalves, restam "pouco mais de sete mil". Os estaleiros Rio Grande 1 e 2 têm encomendados seis cascos e quatro sondas pela Sete Brasil. Atualmente estão nos diques os módulos das plataformas P-67 e P-69, praticamente intocados, segundo o sindicalista, desde que os pagamentos que deveriam ser feitos pela empresa começaram a atrasar. Apesar do compromisso da Petrobras em manter os contratos já assinados em andamento, a entidade acredita que os problemas de caixa na controladora, a Engevix, podem acabar levando a plataforma para ser concluída na China ou na Indonésia. O consórcio garantiu que não houve demissões em massa nos últimos meses e que a construção das plataformas gera hoje 7 mil vagas diretas e 2 mil indiretas. A empresa disse ainda que não comentaria os assuntos referentes à produção e investimentos. Já o Honório Bicalho, também em Rio Grande, controlado pelo consórcio QGI - Queiroz Galvão e Iesa, citadas na Lava-Jato -, previa começar a integração dos módulos das plataformas P-75 e P-77 em janeiro, conforme o sindicato, mas as obras estão paralisadas e, desde dezembro, 25% da mão de obra foi cortada. O grupo negou as demissões e diz que suas atividades não sofreram "qualquer alteração".

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