segunda-feira, 31 de março de 2025

Maersk faz cerimônia de batismo de navio movido a metanol no APM Terminals, em Roterdã


A Maersk realizou a cerimônia de nomeação do navio de metanol de combustível duplo "Adrian Maersk" em seu terminal APM Terminals Maasvlakte II em Roterdã. Stephanie Pullings, vice-presidente executiva e diretora de operações da Nestlé, atuou como madrinha do navio. A Nestlé movimenta 100% de sua carga marítima usando o serviço ECO Delivery Ocean da Maersk, que ela usa como parte de sua estratégia de sustentabilidade desde 2023.

Este serviço usa combustíveis alternativos que reduzem as emissões de gases de efeito estufa em mais de 80% em comparação aos combustíveis fósseis convencionais. O "Adrian Maersk" tem capacidade para mais de 16.000 TEUs e operará na rota comercial Ásia-Mediterrâneo após concluir sua viagem inaugural de Roterdã. Faz parte da nova rede Leste-Oeste da Maersk, que visa atingir uma confiabilidade de cronograma de mais de 90% quando a rede estiver totalmente implementada.

Karsten Kildahl, Chief Commercial Officer da Maersk, comentou que “embarcações de combustível duplo demonstram que a tecnologia para a transição energética da indústria de transporte marítimo já está aqui. Precisamos urgentemente de regulamentações que apoiem a adoção de combustíveis que reduzam significativamente as emissões de gases de efeito estufa.”

Os navios de combustível duplo são um componente essencial da estratégia de descarbonização da Maersk. O uso de bioetanol e e-metanol pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 65% e 90%, respectivamente, dependendo do tipo de matéria-prima e do processo de produção. A Maersk também planeja incorporar embarcações de combustível duplo capazes de gás natural liquefeito (GNL), com o objetivo de mudar para biometano ou e-metano o mais rápido possível.

Cepal confirma Santos como o maior porto da América Latina em movimentação

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), publicou na semana passada seu Informe portuário 2023-2024, no qual confirma o Porto de Santos como o maior da América Latina. A publicação tomou por base os dados de movimentação de contêineres relativos a 2023.

De acordo com a Cepal, o Porto de Santos é o primeiro da América Latina, com a movimentação de 4,3 milhões de TEU (medida padrão para contêineres). O dado considera apenas o porto público, não o complexo portuário como um todo.

Na lista da Cepal de maiores portos da América Latina, em segundo lugar vem Manzanillo (México), com 3,7 milhões de TEU. Em seguida, Cartagena (Colômbia), com 3,3 milhões; Callao (Peru), com 2,8 milhões e Manzanillo, no Panamá, com 2,6 milhões. Colon, também do Panamá, está em 13º no ranking, com 1,4 milhão de TEU em 2023.

Na costa leste da América do Sul, o porto que aparece em 2º na estatística da Cepal é Buenos Aires (12º no geral), com 1,4 milhão de TEU). No Brasil, o 2º da lista é Itajaí, considerando apenas os dados do terminal privado Portonave, com 1,3 milhão de TEU.

Para o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, o Cepal vem confirmar o que o setor mundial já sabe há anos: “Também somos o mais importante do hemisfério sul, se considerarmos todos os tipos de carga. E estamos trabalhando firme para crescer ainda mais, com obras de infraestrutura; novos arrendamentos, como o Tecon Santos 10; e o aumento expressivo da Poligonal, que atrairá investidores de todo o planeta”.

 

Autoridades do Vietnã abrem mercado do país para importação de carne bovina do Brasil

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, acompanhou a comitiva brasileira liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nessa semana, ao Vietnã. Na oportunidade, o presidente Luís Inácio Lula da Silva anunciou a abertura do mercado daquele país à carne produzida no Brasil.  

A decisão veio após uma série de reuniões com os líderes dos quatro pilares do sistema político vietnamita: o presidente, Luong Cuong; o presidente da Assembleia Nacional, Tran Thanh Man; o secretário-geral do Partido Comunista, Tô Lâm, além do primeiro-ministro, Pham Minh Chính.  

“Estamos trabalhando intensamente na relação comercial dos produtos agropecuários para o Vietnã e a presença do presidente Lula foi fundamental para essa reabertura tão esperada que é o acesso da carne bovina brasileira aos consumidores vietnamitas”, explicou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Desde o início desta gestão, já foram abertos quatro novos mercados no Vietnã, além da facilitação do comércio de couro brasileiro no país. Em 2025, o Vietnã já figura como quarto maior destino das exportações dos produtos da agropecuária brasileira, respondendo por 3,2% do que foi comercializado até fevereiro, atrás apenas de China, União Europeia e Estados Unidos. 

“Depois de muitos anos de tentativas, o primeiro-ministro anunciou que finalmente vai comprar a carne brasileira para o mercado do Vietnã. É uma notícia extraordinária e acho que é muito importante para o Vietnã, e é muito importante para o Brasil”, disse Lula, em vídeo postado em seu perfil nas redes sociais, ressaltando que a medida vinha sendo tentada pelo Brasil há mais de 20 anos.  

Atualmente, o país asiático importa cerca de 300 mil toneladas de carne bovina por ano e tem no Brasil seu principal parceiro comercial na América Latina, representando uma grande oportunidade para os produtores brasileiros. Fávaro ainda pondera que o consumo vietnamita privilegia cortes que são menos tradicionais para os brasileiros, o que pode aumentar, também, a competitividade da carne bovina no mercado interno. 

“A abertura do mercado vietnamita para a carne bovina brasileira atrairá investimentos de frigoríficos do Brasil para fazer deste país uma plataforma de exportação para o Sudeste Asiático”, afirmou Lula em declaração à imprensa, após as atividades da visita de Estado ao país asiático. 

Outro assunto destacado pelo presidente no fortalecimento das relações entre Brasil e Vietnã foi a inclusão de uma parceria estratégica voltada para o setor do café. Os dois países, que são os maiores produtores mundiais do grão, se comprometeram a intensificar pesquisas conjuntas para desenvolver variedades mais resistentes aos impactos das mudanças climáticas. “Vietnã e Brasil são os dois maiores produtores mundiais de café e ambos tivemos safras recentes afetadas pela mudança do clima. Estamos determinados a ampliar nosso intercâmbio técnico para fortalecer a resiliência da cultura do café”, disse Lula.    

A agenda no país asiático contou com a cerimônia de assinatura de atos bilaterais no Vietnã, com a formalização do Plano de Ação para Implementação da Parceria Estratégica. Além desse documento, também foram assinados dois acordos e dois memorandos de entendimento, ampliando a cooperação bilateral em diversas áreas. 

A oficialização do Plano de Ação ocorreu em Hanói, capital vietnamita, após uma reunião entre o presidente Lula e o presidente do Vietnã, Luong Cuong. Em declaração à imprensa, o presidente brasileiro destacou a abrangência do acordo. “Adotamos um plano de ação abrangente para o período 2025-2030, que nos ajudará a avançar em diversas áreas”, frisou Lula. 

O Plano de Ação reúne prioridades do relacionamento bilateral em assuntos como defesa, economia, comércio e investimentos; agricultura e segurança alimentar e nutricional; ciência, tecnologia e inovação; meio ambiente e sustentabilidade; transição energética e cooperação sociocultural e assuntos consulares. A Parceria Estratégica pretende aprofundar o diálogo político, reforçar a cooperação econômica, intensificar o fluxo de comércio e os investimentos, fortalecer a coordenação em temas da agenda multilateral e impulsionar novas iniciativas de cooperação.   

Com esses avanços, Brasil e Vietnã reafirmam o compromisso de expandir sua cooperação e fortalecer seus laços comerciais e diplomáticos nos próximos anos. 

 

sexta-feira, 28 de março de 2025

Rotas para América Latina concentram boa parte dos navios chineses que escalam nos EUA


As tarifas propostas pelo Representante Comercial dos EUA (USTR) visando navios "fabricados na China" podem distorcer a concorrência entre as principais companhias marítimas que atracam em portos dos EUA. Para quantificar o impacto das taxas, a Alphaliner analisou todas as escalas de navios porta-contêineres com mais de 1.000 TEU operados pelas 10 principais companhias marítimas nos 20 maiores portos dos EUA durante o mês de fevereiro. De acordo com a análise, foram registradas 1.002 escalas, das quais 190 foram feitas por embarcações construídas na China (19%). Todas essas chegadas foram feitas por 488 embarcações diferentes.

Embora a proposta tenha vencido devido ao papel dominante da China nos oceanos, a Alphaliner observou que a maioria dos navios porta-contêineres que operam nos EUA foram construídos na Coreia do Sul (54,5%), com a China em segundo lugar (20,9%), seguida pelo Japão (12,3%). Um aspecto relevante destacado pela análise da Alphaliner é que 30 dos 102 navios construídos na China que atracaram em portos dos EUA em fevereiro tinham capacidade inferior a 3.000 TEUs.

A maioria eram embarcações fretadas, muitas vezes implantadas em rotas regionais de/para a América Latina. Portanto, a imposição de taxas também poderia afetar o mercado de fretamento, onde os proprietários de pequenas embarcações construídas na China teriam menos opções. O impacto das tarifas sobre navios construídos na China variaria consideravelmente entre as companhias marítimas individuais.

A Evergreen fez 53 escalas em portos dos EUA em fevereiro passado, mas nenhuma delas era de navios de fabricação chinesa; O HMM (apenas 15 escalas) destacou apenas navios de fabricação coreana; Yang Ming (23 escalas) teve apenas uma, que correspondeu a um navio de fabricação chinesa em Tacoma, o “YM TRUTH” de 12.726 TEU, fretado pela Costamare e construído em 2020 pela Yangzijiang Shipbuilding na China.

As companhias marítimas com o maior número de escalas de navios construídos na China foram Maersk (38 de 214), ZIM (37 de 73), CMA CGM (36 de 139), MSC (34 de 218) e COSCO Group (25 de 72). É evidente que essas companhias marítimas estariam dispostas a substituir tais embarcações nos serviços marítimos dos EUA se a proposta de tarifa fosse implementada. No entanto, isto representaria um problema para a ZIM, uma vez que as 37 escalas de navios construídos na China representam pouco mais de metade do seu total de escalas (73).

Além disso, a maioria desses navios tem entre 5.315 e 7.800 TEUs, que foram recentemente afretados para armadores como Seaspan ou Navios. Como a empresa de navegação israelense aloca 48% de sua capacidade para a rota Ásia-América do Norte, haveria poucas opções de realocação. Embora tenha um número comparável de escalas na China, a MSC poderia facilmente transferir esses navios para outras rotas e substituí-los por navios construídos em outros países.

A MSC contabilizou 91 navios atracando em portos dos EUA em fevereiro, dos quais apenas 13 vieram de estaleiros chineses. A frota total da companhia marítima é de 899 embarcações. As taxas teriam um impacto significativo na CMA CGM, já que 26% de suas escalas nos EUA em fevereiro foram feitas por embarcações construídas na China. Ironicamente, a companhia de navegação francesa opera os últimos navios a ingressar no registro dos EUA por meio de sua subsidiária APL (American President Lines).

Esta série de sete navios de 5.598 TEU, de sua propriedade e que levam os nomes de presidentes americanos, foi entregue no ano passado pela Qingdao Beihai Shipbuilding Heavy Industry, parte da China State Shipbuilding Corporation (CSSC). Avisos de Soren Toft Soren Toft, CEO da MSC e presidente do World Shipping Council (WSC), alertou os participantes da conferência TPM 25 em Long Beach no início deste mês que as tarifas sobre navios chineses poderiam prejudicar os portos dos EUA.

Se o plano tarifário for adiante, as principais companhias marítimas provavelmente limitarão o número de escalas nos portos dos EUA por serviço e suspenderão o serviço para portos secundários. Essas portas periféricas estariam em risco. Uma concentração de grandes portos de escala em portos maiores dos EUA, como Los Angeles/Long Beach ou Nova York/Nova Jersey, pode rapidamente levar ao congestionamento nesses portos.

Toft disse que as tarifas podem custar às operadoras de linhas de navegação US$ 20 bilhões por ano. É claro que as companhias marítimas tentariam repassar os custos adicionais aos seus clientes, o que tornaria o comércio entre a Europa e os EUA particularmente caro, já que muitos navios relativamente pequenos, de 4.000 a 5.000 TEU, são usados ​​lá. Se as companhias de navegação fossem impedidas de transferir estes custos ou se os proprietários das cargas se recusassem a pagar mais.

MPor debate sobre infraestrutura portuária durante o CNN Talks

O futuro da infraestrutura portuária brasileira foi tema no evento CNN Talks “Caminhos para o Crescimento: Os Desafios para o Avanço da Infraestrutura no Brasil”, realizado nesta semana, em Brasília (DF). O encontro reuniu autoridades e especialistas do setor para discutir os desafios e oportunidades para impulsionar a logística nacional. 

Representando o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), a secretária-executiva Mariana Pescatori ressaltou a importância estratégica dos portos para a competitividade do Brasil e os avanços alcançados no setor. “O governo está avançando com uma robusta carteira de concessões e arrendamentos portuários, como a hidrovia do Paraguai. Foram realizados 43 leilões, que resultaram em R$ 6 bilhões em investimentos. Para os próximos anos, a meta é ainda mais ambiciosa: 60 leilões, incluindo 21 arrendamentos e concessões de terminais portuários somente em 2024, com expectativa de R$ 9 bilhões em investimentos”, afirmou.

Entre as obras prioritárias para o Brasil, Pescatori destacou a construção do túnel Santos-Guarujá, em parceria com o Governo de São Paulo, e a concessão do canal de acesso de Paranaguá, essencial para a modernização portuária. Outro ponto relevante é a concessão do Tecon Santos 10, projeto que visa ampliar significativamente a capacidade de movimentação de contêineres no Porto de Santos.

No setor aéreo, a secretária-executiva também detalhou sobre o Programa de Investimentos Privados em Aeroportos Regionais (Ampliar) que visa atrair investimentos privados para terminais localizados em regiões estratégicas e com baixa conectividade. O CNN Talks reuniu empresários, autoridades e especialistas, promovendo um amplo debate sobre os rumos da infraestrutura nacional. As discussões reforçaram a necessidade de um planejamento estratégico de longo prazo, garantindo um ambiente favorável ao crescimento e à inovação no setor de transportes.

 

Portos RS anuncia abertura de editais para novas áreas no porto da capital gaúcha

O gerente de Planejamento e Desenvolvimento da Portos RS, Fernando Estima, participou, nessa semana, da reunião de diretoria da Federasul, a convite do presidente, Rodrigo Costa e do diretor Carlos Bacchieri, para apresentar novos projetos que prometem impulsionar o desenvolvimento do Rio Grande do Sul a partir dos portos.

Entre os temas discutidos, destacam-se os projetos de eólica offshore, que estão em avançada fase de aproximação, e a produção de hidrogênio verde, ressaltando a meta de posicionar a Portos RS como hub de energia.

A bacia Pelotas também foi pauta da reunião, com projetos sendo avaliados na costa e os novos leilões de terminais, abrangendo áreas para grãos, produtos químicos e outras operações, mostrando o papel essencial dos portos no crescimento econômico regional.
Outro ponto abordado foi o andamento da dragagem da hidrovia, um esforço conjunto que atualmente conta com cinco equipamentos em operação simultânea, garantindo melhor navegação e eficiência. 

Além disso, foi anunciada a abertura de editais para novas áreas no porto de Porto Alegre, um movimento estratégico para atrair empresas que prestam serviços à hidrovia.
Na comemoração dos 253 anos da capital do estado, a Portos RS reafirma seu compromisso com o progresso, trazendo investimentos e soluções que consolidam o Rio Grande do Sul como referência portuária no Brasil. (fonte: Portos RS)

 

quinta-feira, 27 de março de 2025

Armadores e transitários sofrem impacto das tarifas do governo Trump a navios construídos na China


A proposta do Representante Comercial dos EUA (USTR) de impor tarifas sobre embarcações construídas na China continua criando incerteza no setor marítimo. A medida, que busca revitalizar a debilitada indústria naval dos EUA, pode afetar o setor marítimo do país e alterar a dinâmica do seu comércio internacional. Contraproducentemente, as novas tarifas podem prejudicar as empresas de transporte e os transportadores de carga americanos ao restringir o uso de embarcações construídas na China.

As companhias de navegação seriam forçadas a recorrer a uma frota mais limitada, o que concentraria as escalas nos portos maiores, deslocando os menores. Edward Gonzalez, CEO da Seaboard Marine, uma empresa de transporte marítimo sediada na Flórida, disse que quaisquer medidas para fortalecer os estaleiros dos EUA devem considerar o impacto nas empresas de transporte existentes.  A empresa opera 16 de seus 24 navios construídos na China, o que a tornaria particularmente vulnerável a essas regulamentações.

Fernando Maruri, fundador da King Ocean Gulf Alliance, uma transportadora de cargas sediada no Texas, explicou que a maioria das transportadoras de cargas dos EUA depende de embarcações estrangeiras, com mais de 50% delas originárias da China. A imposição de tarifas pode forçar muitos deles a buscar alternativas em outros países ou ajustar suas operações logísticas.

 As empresas de transporte dos EUA desempenham um papel fundamental em setores como manufatura, mineração e agricultura, facilitando o transporte de mercadorias pelas vias navegáveis ​​interiores e costeiras do país. A incerteza em torno das novas tarifas continua a minar a estabilidade dessas indústrias e está impactando o comércio dos EUA tanto interna quanto internacionalmente.

Os estaleiros dos EUA estão com falta de mão de obra Para evitar a aplicação de impostos portuários, as empresas de navegação devem cumprir certos requisitos, como operar fora da China, manter uma frota com menos de 25% de embarcações construídas naquele país e não ter nenhuma encomenda de construção comprometida com estaleiros chineses nos próximos dois anos.

De acordo com um rascunho visto pela Reuters, a proposta também incluiria incentivos de até US$ 1 milhão por escala para navios construídos nos EUA. No entanto, está claro que a capacidade limitada dos estaleiros norte-americanos dificulta a implementação dessa estratégia. Joe Kramek, CEO do World Shipping Council, observa que a escassez de mão de obra e o acúmulo de pedidos estão limitando a capacidade dos estaleiros dos EUA de atender à demanda adicional de construção naval.

Nils Haupt, porta-voz da Hapag-Lloyd, concorda que os Estados Unidos não têm capacidade para fabricar navios porta-contêineres em larga escala, o que pode levar a uma escassez de oferta de navios se as restrições entrarem em vigor. Isso apenas reflete o investimento limitado em infraestrutura naval nos EUA nas últimas décadas, o que levou o país a depender fortemente de mercados estrangeiros para a aquisição de novos navios.

No entanto, a proposta do USTR impediria o acesso a navios construídos na China, que, junto com a Coreia do Sul, atualmente domina a construção naval global, com preços consideravelmente mais baixos do que os dos estaleiros dos EUA. Para piorar a situação, as opções restantes no exterior não são abundantes. De fato, um executivo da NYK Line alerta que os estaleiros no Japão e na Coreia do Sul podem não conseguir atender à demanda dos EUA por novos navios no curto prazo.

O setor marítimo não hesitou em expressar preocupações sobre o impacto dessas medidas. De acordo com a Bloomberg, empresas e analistas alertam que as taxas podem levar a custos de frete mais altos, atrasos nas entregas e uma possível reestruturação das rotas comerciais, já que algumas companhias marítimas internacionais podem optar por desviar cargas para portos no Canadá e no México, usando o transporte terrestre para completar suas rotas.

Para os exportadores de cargas agrícolas, as perspectivas não são animadoras. Representantes da indústria, como Mike Koehne, da Associação Americana de Soja, indicaram que os custos adicionais afetariam a competitividade dos produtos dos EUA no mercado internacional, que já se encontra em uma situação difícil. Mas também há setores a favor da Proposta do USTR. Este é o caso de alguns legisladores e representantes da indústria siderúrgica, que argumentam que isso poderia incentivar o investimento na construção naval americana. Chris Deluzio, congressista da Pensilvânia, disse que esta medida é um passo na direção certa para fortalecer a indústria e recuperar empregos.

Mapa lança 3º volume do AgroInsights com novas oporutnidades para exportação

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lançou o terceiro volume do AgroInsights, um relatório estratégico que reúne análises detalhadas sobre mercados internacionais, facilitando a inserção de produtos agropecuários brasileiros no comércio global. Coordenado pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, a terceira edição traz informações valiosas para produtores e exportadores que buscam expandir seus negócios e identificar novas oportunidades no exterior. 

Nesta edição, o relatório apresenta um formato ainda mais dinâmico, com os conteúdos organizados em duas frentes principais: oportunidades vegetais e oportunidades animais. O Volume 3 do AgroInsights traz um total de 38 oportunidades de exportação para produtos vegetais e 38 oportunidades para produtos de origem animal, cobrindo diversos segmentos e mercados estratégicos ao redor do mundo. 

No setor vegetal, o relatório aponta a crescente demanda internacional por produtos como café, soja, frutas tropicais e pulses (grãos secos como feijão e lentilha). A ampliação do consumo de alimentos saudáveis e sustentáveis tem aberto novas portas para exportadores brasileiros, especialmente em mercados como Oriente Médio, Europa e Ásia. 

Já no setor animal, o Brasil segue consolidando sua posição como um dos maiores fornecedores globais de carnes, laticínios e produtos derivados. O relatório destaca oportunidades para a carne bovina, suína e de frango, além de produtos como mel, ovos e pescados, que vêm ganhando espaço em mercados estratégicos na Ásia, Oriente Médio e América Latina. 

Com análises detalhadas sobre tendências de mercado, regulamentações e estratégias de entrada, o AgroInsights é uma ferramenta essencial para empresas que desejam ampliar suas exportações de forma segura e competitiva.  Ele se tornou uma ferramenta importante para empresas e produtores que desejam acessar novos mercados com segurança e planejamento estratégico. 

Portos RS faz manutenção de boias nos canais de navegação

Responsável pela manutenção da sinalização náutica, a Portos RS vem realizando desde a última semana o reposicionamento das boias e demais equipamentos de balizamento que estavam fora de posição. Essa atividade é executada constantemente para garantir a segurança da navegação nos canais sob sua responsabilidade.

Nos últimos dias, os trabalhos estiveram concentrados nos canais da Setia, São Gonçalo e foz do São Gonçalo. Nesta semana, as equipes iniciaram atuando no canal de acesso ao Porto do Rio Grande, principalmente com as boias as localizadas fora da Barra. Foram substituídas lanternas que estavam apagadas ou com o lampelo fora de característica.

Pelo cronograma estabelecido, as atividades de reposicionamento serão realizadas, a partir desta semana, nos canais Nascimento, Coroa do Meio e Feitoria. Além desse trabalho corretivo, a equipe da Portos RS também realiza a vistoria dos equipamentos, atividade que permite um levantamento contínuo do estado de conservação de cada um deles. Em caso de constatação de problemas, a equipe de manutenção substitui as boias danificadas por outras de mesma característica técnica, evitando com isso problemas relacionados à falta de sinalização. (Fonte: Portos RS)

Gollog inaugura nova loja em Sobral, no interior do Ceará

 


Com intenção de ampliar as operações em localidades distantes das grandes capitais, a GOLLOG, unidade logística da GOL, inaugurou uma nova loja em Sobral, no interior do Ceará. A abertura da nova franquia visa ampliar as opções de coleta e entrega em regiões remotas.

Essa unidade se soma às outras três franquias da GOLLOG no Ceará, sendo uma em Jericoacoara, outra em Juazeiro do Norte e no Terminal de Cargas (TECA) dentro do Aeroporto de Fortaleza, capital do estado.

Segundo Patrícia Bello, diretora geral da GOLLOG, o crescimento do e-commerce tem impulsionado a necessidade de serviços de transporte ágeis, o que favorece empresas como a GOLLOG a expandir seu negócio. 

Ao todo, a GOLLOG conta com 59 terminais de carga (TECAs) e 60 lojas, totalizando mais de 4 mil cidades atendidas, que fortalecem a infraestrutura e permitem atender com excelência em pontos estratégicos de todo o Brasil.

 

quarta-feira, 26 de março de 2025

Portos de Nova York e Nova Jersey prorrogam concessão da APM Terminals até 2062


A Maersk e a Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey concordaram em estender o contrato de concessão da APM Terminals Elizabeth até dezembro de 2062, após o prazo original de expiração em 2029. A mudança é um marco na parceria de longa data da empresa com o porto, que remonta a mais de um século. O acordo proposto está sujeito à votação do Conselho de Comissários da Autoridade Portuária, nesta semana.

A extensão do contrato com a Autoridade Portuária adota a abordagem única e não tradicional de incorporar requisitos de desempenho, infraestrutura e sustentabilidade ao contrato, garantindo que medidas sejam tomadas para permitir que o terminal lide com volumes crescentes de carga, priorizando o atendimento ao cliente e a sustentabilidade.

“Estamos profundamente honrados e gratos pelo apoio do presidente Kevin O'Toole e do CEO Rick Cotton na extensão do nosso acordo de concessão na APM Terminals Elizabeth”, disse Keith Svendsen, CEO da APM Terminals. “Estamos ansiosos para que o Conselho confirme o acordo e continue nosso trabalho com a Autoridade Portuária para ser uma força motriz para o comércio e contribuir para a prosperidade das comunidades que servimos.”

O presidente da Autoridade Portuária, Kevin O'Toole, disse que "a APM Terminals tem sido uma parceira confiável no porto por décadas, e estamos ansiosos para construir essa base sólida à medida que avançamos em direção aos nossos objetivos compartilhados de aumentar a produtividade, eficiência e confiabilidade deste portal para o benefício da região e da nação."

Já o diretor executivo da Autoridade Portuária, Rick Cotton, considerou "que esta extensão do contrato de concessão garante infraestrutura transformadora e melhorias de capacidade no segundo maior terminal de contêineres do porto mais movimentado da Costa Leste". A APM Terminals Elizabeth atualmente movimenta mais de 25% do movimento anual de contêineres do complexo portuário, com o apoio de mais de 1.100 membros da Associação Internacional de Estivadores (ILA).

Ao longo da concessão anterior, a APM Terminals investiu em infraestrutura e equipamentos, incluindo um investimento adicional recente de US$ 200 milhões para modernizar o terminal. Como parte do acordo, a APM Terminals investirá mais de US$ 500 milhões nos próximos anos para melhorar sua capacidade de movimentação de carga. Também substituirá e fará a manutenção de todas as estruturas de docas e berços.

Este investimento apoia o Plano Diretor Portuário de 2050 da Autoridade Portuária, que prevê que os volumes de carga dobrarão ou triplicarão até meados do século. Com base nas iniciativas de sustentabilidade líderes do setor da Autoridade Portuária, a APM Terminals está comprometida em atingir emissões líquidas zero de gases de efeito estufa em suas operações e apoiar a meta da Autoridade Portuária de atingir emissões líquidas zero em toda a agência até 2050.

Pelo novo acordo, a operadora portuária investirá em equipamentos de movimentação de carga com emissão zero nos próximos anos. A APM Terminals também está sujeita à taxa de terminal marítimo da Autoridade Portuária, que incentiva a adoção de equipamentos mais limpos à medida que novas tecnologias se tornam comercialmente disponíveis.

O acordo também fortalece a colaboração entre a Autoridade Portuária e a APM Terminals em prioridades importantes, incluindo segurança, inovação, experiência do cliente, padrões de desempenho e melhores relatórios sobre as operações do terminal. “Esta extensão de contrato será outro marco para a APM Terminals, que movimentou volumes recordes pelo porto em 2024.

Trabalhando em estreita colaboração com a ILA [The International Longshoremen's Association], a extensão nos permitirá continuar nosso investimento no terminal para apoiar empregos e o crescimento econômico local por muitos anos”, disse Henrik Kristensen, CEO da APM Terminals Elizabeth. Especificamente, está planejado um terminal de contêineres maior e mais eficiente. As melhorias planejadas incluem a otimização do layout do terminal, a eletrificação dos equipamentos de movimentação de contêineres e a preparação dos cais de atracação de contêineres para o futuro.

 

Ministro Fávaro diz no Japão que missão é "passo para avanço nas relações comerciais"

Em comemoração aos 130 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, integrou a comitiva do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em visita ao país asiático. A delegação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) participou de reunião com a Japan Meat Trade Association, em Tóquio. O encontro integrou a agenda oficial da missão presidencial ao Japão, que busca fortalecer as relações comerciais e ampliar oportunidades para o agronegócio brasileiro.

A Japan Meat Trade Association, que representa todos os importadores japoneses de proteínas, esteve presente na reunião realizada na sede do Banco do Brasil no Japão. O encontro contou com a participação do secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua, da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e de mais de 20 associados. O objetivo principal foi discutir a parceria comercial entre os dois países e os avanços necessários para a possível abertura do mercado japonês à carne bovina brasileira.

"Sobre a abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira, já temos avanços previstos a partir desta viagem. Esperamos que as autoridades japonesas anunciem a visita de técnicos especializados ao Brasil para conhecer nosso sistema produtivo, incluindo frigoríficos e medidas sanitárias. Além disso, estamos prestes a receber, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o certificado que reconhece todo o território brasileiro como livre de febre aftosa sem vacinação, uma exigência fundamental do Japão. Esse reconhecimento deve ocorrer em maio e, com a visita dos especialistas japoneses, estaremos dando um passo decisivo para a abertura do mercado japonês à carne bovina brasileira", afirmou o ministro Carlos Fávaro.

O secretário Luis Rua também destacou a importância da reunião para consolidar o Brasil como um dos principais fornecedores globais de proteínas. “Reafirmamos a qualidade, a sanidade, a complementariedade e a estabilidade das nossas proteínas. O importante é fazermos do Brasil um importante player no mercado mundial de proteínas. O mercado japonês é um mercado de alto valor agregado, e o Brasil tem trabalhado para que possamos conseguir, em um breve espaço de tempo, acesso a esse importante mercado”, destacou Rua.

A reunião teve como pauta, ainda, o possível reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) de que o Brasil é livre de febre aftosa sem vacinação.

Na terça-feira (25), o ministro Carlos Fávaro, juntamente com a comitiva do Mapa, irá se reunir com o ministro da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão, Taku Etō, para tratar das boas perspectivas de avanço nas questões sanitárias e técnicas, com o pedido de uma visita dos técnicos japoneses ao Brasil para avaliar o sistema sanitário brasileiro.

O ano de 2025 marca os 130 anos das relações diplomáticas entre os dois países, estabelecidas em 1895 com a assinatura do acordo que permitiu a abertura recíproca de representações diplomáticas em 1897. Esse tratado também pavimentou o caminho para o início da imigração japonesa ao Brasil, em 1908, consolidando uma relação histórica e cultural profunda entre as duas nações.

Durante a viagem, estão previstos encontros com empresários dos setores de alimentos, agronegócio, aeroespacial, bebidas, energia, logística, siderurgia, entre outros. Além disso, devem ser assinados acordos em diversas áreas, tanto no setor público quanto no privado, abrangendo ciência e tecnologia, combustíveis sustentáveis, educação, pesca e recuperação de pastagens, fortalecendo ainda mais a cooperação bilateral.

 

Antaq vai licitar área para terminal de movimentação de granéis sólidos minerais em Natal

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) realizou, nesta semana, a Audiência Pública 1/2025, que trata do aprimoramento dos documentos técnicos e jurídicos relativos à realização de certame licitatório para o arrendamento do terminal NAT01. A CODERN participou da Audiência Pública representada pelos Diretores: Paulo Henrique Macedo (Presidente) e Paulo Sidney (Técnico e Comercial). 

A área, localizada no Porto de Natal (RN), é destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais. O prazo do arrendamento é de 15 anos com possibilidade de prorrogação e o investimento estimado é de R$ 29,23 milhões.

No total, durante a audiência, duas pessoas contribuíram de forma oral. O período da consulta pública se estende até o dia 22 de abril de 2025. As minutas jurídicas e documentos técnicos relativos à consulta pública do arrendamento do terminal NAT01 estão disponíveis neste link

O período para a realização das contribuições escritas se estende até as 23h59 do dia 2 de abril de 2025, exclusivamente por meio e na forma do formulário eletrônico disponível no site da ANTAQ, não sendo aceitas contribuições enviadas por meio diverso.

Será permitido anexar imagens digitais, tais como mapas, plantas e fotos exclusivamente através do email: anexo_audiencia012025@antaq.gov.br mediante identificação do contribuinte e no prazo estipulado neste aviso. O envio do anexo em email não dispensa o envio da contribuição por escrito no formulário eletrônico.

Caso o interessado não disponha dos recursos necessários para o envio da contribuição por meio do formulário eletrônico, poderá fazê-lo utilizando o computador da Secretaria-Geral (SGE) desta Agência, em Brasília/DF, ou nas suas Unidades Regionais, cujos endereços se encontram disponíveis no sítio da ANTAQ.

 

Dragagem para alargamento e aprofundamento do canal de acesso à Baía de Babitonga tem contrato assinado

 

A assinatura do contrato de mútuo entre os portos de São Francisco do Sul e Itapoá da obra de dragagem para alargamento e aprofundamento do canal de acesso à Baía da Babitonga, nesta semana, foi um marco histórico, caracterizado por dois aspectos inéditos e inovadores. Pela primeira vez no Brasil, um porto público firma parceria com um porto privado para a realização de uma obra dessa natureza. Além disso, parte dos sedimentos retirados do mar será destinada ao alargamento de praias, no município de Itapoá.

O evento realizado no Porto Itapoá contou com a presença do governador do Estado de Santa Catarina, Jorginho Mello, e foi prestigiado por importantes autoridades locais, estaduais e nacionais. Na sequência foi publicado o edital de licitação para a escolha da empresa responsável pela execução do projeto.

Com um investimento de cerca de R$ 300 milhões, a obra viabilizará a atracação e operação de embarcações de até 366 metros de comprimento, tornando-se o primeiro complexo portuário do Brasil com capacidade para receber navios desse porte, com carga máxima.

A obra será viabilizada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP): o terminal privado Itapoá fará um aporte financeiro e o investimento será devolvido por meio das tarifas portuárias advindas do acréscimo de movimentação ao longo de 12 anos.

Estima-se que serão removidos cerca de 12,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos, e parte desse material - cerca de 7 milhões de metros cúbicos -, será utilizado para o alargamento da faixa de areia da orla do Município de Itapoá, que tem sofrido com erosão costeira. Esta é a primeira vez no Brasil que os sedimentos de uma dragagem portuária serão utilizados para alargar uma praia, podendo se tornar um modelo para o país.

O edital para a escolha da empresa que realizará a obra já está disponível no site do Porto de São Francisco do Sul. A sessão pública de abertura das propostas ocorrerá no início de junho. A expectativa é que as obras tenham início em 2025 e sejam concluídas em 2026."Isso é um impacto extraordinário na economia, porque com o aprofundamento do calado e da largura do canal de acesso da Babitonga, nós vamos ficar competitivos igual ao porto de Santos. Isso é ganho para todo mundo: para o transportador, para quem vende, para a cidade, gerando aumento de emprego. Estamos fazendo essa parceria inovadora com o Porto Itapoá, que investirá na frente para receber depois em tarifa, demonstrando confiança no governo."