O setor marítimo da China mantém sua expansão com uma carteira de pedidos que ultrapassa US$ 123 bilhões. Desses investimentos, 38% correspondem a navios porta-contêineres, refletindo a forte demanda por esse tipo de embarcação, segundo a Vessels Value.
Entre as principais empresas de transporte do país asiático que farão pedidos em 2024, a China Merchants Shipping lidera com contratos para a construção de 28 navios, avaliados em US$ 4,4 bilhões. Seus investimentos estão concentrados nos setores de transporte de navios-tanque e gás natural liquefeito (GNL), com 33% de participação cada, além de encomendas nos segmentos de graneleiros e transportadores de veículos.
Em segundo lugar, a COSCO Shipping Lines encomendou 18 novos navios porta-contêineres Panamax, com capacidades entre 13.400 e 14.000 TEUs, por um total de US$ 3,06 bilhões. A COSCO Shipping Development está em terceiro lugar com um pedido de 20 graneleiros, distribuídos entre os subsetores Ultramax e Kamsarmax, no valor de US$ 929 milhões.
Em quarto lugar, a COSCO Shipping Bulk investiu US$ 822 milhões em 10 novos navios, incluindo 8 Newcastlemax e 2 graneleiros minerais, com entrega prevista para 2026 e 2028. Por fim, a China Shipbuilding Trading fez pedidos de 22 novos navios Panamax de 80.000 dwt, com um valor total de US$ 778 milhões. Esses navios serão construídos na Chengxi Shipbuilding e a entrega está prevista para 2027 e 2028.
Além disso, o Seacon Shipping Group contratou 26 novos navios, principalmente petroleiros, com um valor estimado de US$ 738 milhões. O mercado de construção naval está em seu nível mais alto desde 2009, impulsionado pelo aumento dos preços do aço, pela capacidade limitada dos estaleiros e pelo aumento da demanda. A crise do Mar Vermelho contribuiu para esse cenário, afetando a oferta e a demanda de navios e motivando novos pedidos nos setores de transporte de contêineres, petroleiros e GNL.
Em termos de pedidos, os petroleiros foram o tipo de navio mais procurado nos estaleiros chineses em 2024, com 526 novos pedidos no valor de US$ 27,4 bilhões. Eles são seguidos pelos graneleiros, com 430 pedidos avaliados em US$ 17,7 bilhões. Os porta-contêineres estão em terceiro lugar, com 298 novos pedidos. No entanto, o valor total desses pedidos é o mais alto entre todos os setores, chegando a US$ 46 bilhões. Isso se deve ao aumento dos preços dessas embarcações em todas as suas categorias durante o último ano.
Apesar do aumento de custos, os navios porta-contêineres continuam sendo investimentos atraentes. Por exemplo, o valor dos navios PostPanamax de 7.000 TEU aumentou 14,45%, de US$ 101,99 para US$ 116,73 milhões. Em contraste, o Post-Panamax de 20 anos registrou um aumento de 114,99% em relação ao ano anterior, elevando seu preço de US$ 20,62 para US$ 44,33 milhões.
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