quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Argentina, Brasil e Paraguai discutem investimenos na Hidrovia Paraná/Paraguay para expandir o comércio


A Hidrovia Paraguai-Paraná (HPP), corredor estratégico para o comércio entre Bolívia, Brasil e Paraguai, enfrenta desafios e oportunidades diante dos novos investimentos privados anunciados para melhorar sua navegabilidade durante o Encontro Trinacional “Rio Paraguai, desafios para a integração, competitividade e desenvolvimento”. Segundo dados da Câmara de Exportadores de Santa Cruz (Cadex), a Bolívia exportou 4,2 milhões de toneladas nos últimos cinco anos por meio de HPP, atingindo um valor de US$ 1,908 bilhão.

Apesar desses números, a seca registrada entre 2023 e 2024 reduziu em 30% o volume de cargas movimentadas no Brasil, Paraguai e na própria Bolívia, afetando significativamente o comércio na região, informou o El Deber. Os participantes da reunião concordaram que 2025 marcará um ponto de virada na gestão do HPP, com foco em parcerias público-privadas para fortalecer o comércio na região.

Diego Azqueta, da empresa de navegação Interbarge, destacou que a cooperação entre os setores público e privado é fundamental para melhorar a competitividade e o desenvolvimento econômico dos países envolvidos. Do Governo Boliviano, Marisa Castro, diretora de Limites e Águas Transfronteiriças Internacionais, disse que está sendo avaliada a possibilidade de estabelecer uma articulação entre o setor privado e o Executivo para garantir uma gestão eficiente da hidrovia.

Gustavo Anibarro, diretor de Interesses Marítimos, Fluviais, Lacustres e da Marinha Mercante da Marinha Boliviana, anunciou que estão sendo buscados recursos para adquirir uma draga para a manutenção do Canal do Tamengo e outros afluentes, o que garantirá condições de navegabilidade durante todo o ano.

O Brasil manifestou interesse em melhorar a infraestrutura da UHE por meio da concessão de 600 quilômetros de hidrovia. Rodrigo Moraes, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), revelou que uma audiência pública será realizada no dia 3 de abril em Corumbá para definir os termos do projeto. A concessionária deverá administrar a estrada por 15 anos e cobrar um pedágio de 20 centavos por tonelada transportada após a conclusão das obras de manutenção. As melhorias incluem dragagem, hidrografia, sinalização, proteção de pontes e gestão ambiental.

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