quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Armadores pedem à OMI que se evitem os biocombutíveis derivados de plantas para a descarbonização do setor


 

Grandes companhias marítimas, incluindo a Hapag-Lloyd AG e a Louis Dreyfus Armateurs, estão pedindo à Organização Marítima Internacional (OMI) que evite apoiar biocombustíveis derivados de culturas enquanto o setor se esforça para descarbonizar. O alerta ocorre no momento em que o Grupo de Trabalho Intersessional sobre Gases de Efeito Estufa (ISWG-GHG 18) da OMI realiza um evento em Londres esta semana para discutir medidas para reduzir a pegada de carbono do setor, relata a Bloomberg.

“A menos que sejam introduzidas salvaguardas juridicamente vinculativas, existe o risco de uma grande proporção de combustíveis fósseis ser substituída por biocombustíveis insustentáveis”, disseram as empresas em uma declaração conjunta divulgada pela Federação Europeia de Transporte e Meio Ambiente, uma organização não governamental conhecida como T&E. Levando em consideração o desmatamento e o uso da terra, a palma e a soja são duas a três vezes piores para o clima do que os combustíveis tradicionais, de acordo com a T&E.

A maior parte do óleo de palma é cultivada em grandes áreas do Sudeste Asiático, sendo a Indonésia e a Malásia os maiores produtores. A matéria-prima tem sido acusada há muito tempo de destruir habitats frágeis, como turfeiras ricas em carbono, reduzindo a biodiversidade e colocando animais raros em risco — alegações que produtores e governos da região rejeitaram

Apelamos à OMI e aos estados-membros para que desencorajem o uso de biocombustíveis derivados de culturas em navios”, disseram as empresas. Eles destacaram que os biocombustíveis derivados de culturas não devem se beneficiar de incentivos econômicos destinados a promover combustíveis com emissão zero ou quase zero. Em uma declaração separada, dezenas de organizações conservacionistas criticaram uma proposta do Brasil, um grande produtor de soja, apoiando os biocombustíveis como uma solução de longo prazo para o transporte marítimo. Eles também pediram aos estados-membros da OMI que se opusessem à promoção de biocombustíveis no setor.

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