segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Exportações de calçados desaceleram em outubro, com receitas de US$ 114 milhões, queda de 12,7% em relação a 2021

As exportações de calçados, depois de oito meses consecutivos de altas caíram, em pares, pelo segundo mês consecutivo, em relação a 2021. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontaram que, em outubro, foram embarcados ao exterior 11,23 milhões de pares, que geraram US$ 114 milhões, queda de 12,7% em volume e incremento de 21,4% em receita em relação ao mesmo mês do ano passado. Em setembro, as exportações, em pares, já haviam caído 6%, o que aponta para uma desaceleração no mercado internacional. No acumulado dos dez meses o saldo ainda é positivo. Entre janeiro e outubro, os calçadistas somam o embarque de 119 milhões de pares por US$ 1,1 bilhão, incrementos tanto em volume (+20,2%) quanto em receita (+55%) em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao nível pré-pandemia, o setor acumula crescimentos de 35% e 24%, respectivamente, em valor e volume.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, explica que o revés em volume nos dois últimos meses é reflexo do desaquecimento da economia mundial. "Conforme o FMI, mais de um terço da economia global vai se contrair este ano ou no próximo, enquanto as três maiores economias - Estados Unidos, a União Europeia e a China - continuarão a desacelerar. Certamente teremos impacto no setor de calçados", comenta. Segundo o dirigente, no mês de outubro os Estados Unidos importaram 44% menos calçados brasileiros no comparativo com o mesmo mês de 2021. Outro fator que explica a queda dos embarques é a Argentina, segundo principal destino do calçado brasileiro no exterior. Em crise e com inflação elevada, o país vizinho importou 36% menos calçados brasileiros no mês de outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado. 

Entre janeiro e outubro, o principal destino do calçado brasileiro no exterior foi os Estados Unidos, para onde foram embarcados 16,24 milhões de pares que geraram US$ 296 milhões, incrementos tanto em volume (+38,2%) quanto em receita (+66,6%) em relação ao mesmo período do ano passado.
O segundo principal destino do calçado verde-amarelo no exterior foi a Argentina. Entre janeiro e outubro, foram exportados para lá 14,34 milhões de pares, que geraram US$ 157,64 milhões, altas tanto em volume (+33,2%) quanto em receita (+70,6%) em relação ao mesmo ínterim de 2021.

A França aparece como o terceiro destino do calçado brasileiro no mercado internacional. Nos dez meses do ano, os franceses importaram 5,54 milhões de pares verde-amarelos por US$ 54 milhões, queda de 10,2% em volume e alta de 7,3% em receita no comparativo com o mesmo período do ano passado. O principal exportador de calçados do Brasil é o Rio Grande do Sul. Entre janeiro e outubro, partiram das fábricas gaúchas rumo ao exterior 36,57 milhões de pares, que geraram US$ 520,6 milhões, aumentos de 42% e de 64,3%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado. 

O segundo exportador do país no período foi o Ceará, que registrou o embarque de 34,78 milhões de pares que geraram US$ 227,8 milhões, incrementos de 16% em volume e de 36,6% em receita no comparativo com o mesmo período de 2021.
Na terceira posição entre os exportadores de calçados aparece São Paulo. Entre janeiro e outubro, partiram das fábricas paulistas 9 milhões de pares por US$ 117,8 milhões, incrementos tanto em volume (+32%) quanto em receita (+57%) ante o mesmo intervalo do ano passado. Minas Gerais apareceu na quarta posição entre os exportadores de calçados, com incrementos tanto em volume (+28,2%) quanto em receita (+77%) em relação ao mesmo período do ano passado. Nos dez meses, as fábricas mineiras embarcaram 10,9 milhões de pares, que geraram US$ 70,5 milhões.

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