quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Fórum debate como descarbonização dos navios pode estimular investimentos na América Latina


O Fórum Estratégias para implementar as medidas da OMI (Organização Marítima Internacional) nas embarcações foi realizado nessa semana, em Santiago, Chile (foto), e apontou para as oportunidades de investimentos que se abrem para os países latino-americanos a partir da descarbonização do transporte marítimo. A iniciativa ocorreu na sede da Cepal (Comissão da ONU para a América Latina e Caribe e contou com a organização da OMI e do governo chileno.

Arsenio Domínguez, diretor da divisão de Meio Ambiente Marinho da IMO e atual secretário-geral eleito daquela organização, presidiu o encontro. Participaram, entre outros, María Heloísa Rojas, Ministra do Meio Ambiente do Chile; Diego Pardow, Ministro de Energia do Chile; Andrés Rebolledo, Secretário Executivo da Organização Latino-Americana de Energia (Olade) e o Almirante Juan Andrés De La Maza, Comandante-em-Chefe da Marinha do Chile, entre outras autoridades e diversos representantes dos setores marítimo e energético da região.

O Fórum reconheceu o papel fundamental que o transporte marítimo desempenha na economia mundial, mas que também é responsável por cerca de 3% das emissões globais de carbono e, portanto, exige a adoção e aplicação de novas ferramentas e regulamentos que possam garantir uma redução eficaz e progressiva da sua pegada de carbono. Portanto, no âmbito da Estratégia da IMO, foi abordada a forma como esta indústria pode catalisar investimentos, maximizando o elevado potencial de energia renovável dos países latino-americanos e ao mesmo tempo mitigando os seus potenciais impactos adversos.

Na abertura, Arsenio Domínguez apelou aos países da região para que cooperem entre si nesta matéria. Nesse sentido, destacou que “este [fórum] é uma daquelas atividades que mostra que podemos realizar esta cooperação. Também nas mesmas estratégias nacionais que se estabelecem nos países, este diálogo bilateral e multilateral deve ser incluído, utilizando as diferentes agências das Nações Unidas como Alade, Cepal e entre elas e outras entidades podemos desenvolver aquelas conversas nas quais nos concentraremos quais são os desafios e oportunidades para ajudarmos uns aos outros”.

A Ministra do Meio Ambiente do Chile, María Heloísa Rojas, indicou que “no caso do Chile, suas exportações dependem muito do transporte marítimo e por isso o desafio é importante, é grande, mas não é por isso que não queremos encarar. Temos o compromisso de sermos neutros em carbono até 2050, o mais tardar, e faremos todos os esforços possíveis para nos aproximarmos desse objetivo também na frente marítima. Estamos muito comprometidos de forma intersetorial porque entendemos que as mudanças climáticas devem ser enfrentadas em todas as suas emissões e também pela importância que o país dá à proteção dos seus oceanos”.

Por sua vez, Andrés Rebolledo, ex-Ministro de Energia do Chile e atual Secretário Executivo da Organização Latino-Americana de Energia (Olade), destacou a contribuição desta organização no apoio aos países da região no desenvolvimento de políticas energéticas. Nesta perspectiva, destacou que “hoje uma questão muito presente na região é como estas políticas contribuem para a descarbonização das economias, não só em termos de geração de eletricidade onde a América Latina deu passos importantes, mas também e, acima de tudo, tudo, em setores como o transporte marítimo, terrestre e aéreo e, neste contexto, como organização colocamos os nossos instrumentos à disposição dos países da região”.

Durante o primeiro dia, os vários oradores e representantes da região discutiram questões importantes como “Ação climática regional e esforços da IMO para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) provenientes do transporte marítimo”; “O transporte marítimo como facilitador da ação climática e da transição” e as “Perspectivas nacionais relativamente às oportunidades oferecidas pela descarbonização do transporte marítimo”, entre outras. Foram discutidos aainda aspectos como o “Financiamento da descarbonização do setor do transporte marítimo e promoção da produção de combustíveis renováveis ​​na América Latina”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário