quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Cenário internacional impacta nas exportações de calçados brasileiros

O cenário internacional, de queda no ritmo de crescimento e elevadas taxas de inflação continuam pesando sobre as exportações de calçados. No mês de julho, dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que foram embarcados 8,18 milhões de pares, que geraram US$ 101 milhões, quedas em volume (-31,3%) e em receita (-9,6%) em relação ao mesmo mês de 2022. No acumulado dos sete meses do ano, as exportações somaram 72,93 milhões de pares, que geraram US$ 727,55 milhões, quedas de 16% e 4,7%, respectivamente, ante o mesmo ínterim do ano passado. Mesmo com o revés, no comparativo com o mesmo período de 2019, na pré-pandemia, o setor ainda segue com índices positivos nas exportações, 11,4% em volume e 28,3% em receita.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que a queda nas exportações de calçados é decorrente da menor dinâmica na economia internacional, especialmente nos Estados Unidos, agora o segundo principal destino do calçado verde-amarelo no exterior - que foi ultrapassado pela Argentina. “Para a Argentina, que foi um dos motores do nosso grande crescimento no ano passado, os calçadistas também vêm encontrando dificuldades, especialmente em função das dificuldades do acesso ao mercado de câmbio e o dilatado prazo para pagamentos das importações, que chega a meio ano”, comenta o executivo. Segundo ele, também pesam significativamente as elevadas taxas de juros internacionais para controle inflacionário, que continuam impactando na dinâmica do consumo interno dos países.

Principal destino no exterior para o calçado brasileiro, a Argentina importou, entre janeiro e julho, 9,36 milhões de pares verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 149,5 milhões, queda de 8,3% em pares e incremento de 36,2% em receita no comparativo com o mesmo período do ano passado. O segundo destino dos sete meses foi os Estados Unidos, para onde foram embarcados 6,3 milhões de pares por US$ 136,32 milhões, quedas de 51,4% e de 34,6%, respectivamente, ante mesmo intervalo de 2022. Completa o ranking de destinos do calçado brasileiro no exterior a França, para onde foram embarcados 2 milhões de pares que geraram US$ 36,7 milhões, quedas de 59% e de 10,3%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.

O principal exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul. Entre janeiro e julho, partiram das fábricas gaúchas 21,43 milhões de pares, que geraram US$ 328,36 milhões, quedas de 16,6% e de 8,2%, respectivamente, ante o mesmo intervalo do ano passado.

No segundo posto entre os exportadores aparece o Ceará, de onde foram embarcados 22,4 milhões de pares por US$ 168,2 milhões, queda de 12,7% em volume e incremento de 6,5% em receita no comparativo com o período correspondente de 2022.

Completam o posto entre os principais exportadores de calçados, os estados de São Paulo, com 4,7 milhões de pares embarcados por US$ 66,8 milhões, quedas de 24% e 14,2%; e a Bahia, com o embarque de 2,57 milhões de pares e receita de US$ 53 milhões, queda de 5,8% em volume e incremento de 33,7% em receita na relação com o mesmo período de 2022.

 

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