terça-feira, 21 de novembro de 2017

Rússia confirma restrição temporária à compra de carne bovina e suína do Brasil

         As autoridades sanitárias da Rússia anunciaram que o país adotará restrições temporárias para a entrada de carne bovina e suína brasileira a partir de 1º de dezembro. A decisão foi publicada no site do serviço veterinário e fitossanitário russo. Oficialmente, a explicação é de que a medida será tomada em razão da presença de ractopamina, substância de uso proibido naquele país, no produto do Brasil.
         O órgão acrescentou ter feito contato com o governo brasileiro, mas que o diálogo não ocorreu até o presente momento. Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária afirmou  que recebeu apenas notificação de embargo a quatro frigoríficos de carne suína, pela presença da substância citada.
        Uma videoconferência foi marcada para esta semana. Se concretizada, a ação preocupa a indústria, em especial a de carne suína. A Rússia é destino de até 50% dos embarques brasileiros dessa proteína brasileira.
         "Estamos apreensivos. Seria um presente de grego no final do ano", lamentou o presidente-executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Francisco Turra. Apesar de os últimos meses do ano serem de poucos embarques, devido ao congelamento de portos na Rússia, o dirigente avaliou que esse tipo de notícia gera desgaste entre os dois países.
         Ele lembrou que o Kremlim pressiona o Palácio do Planalto para abertura do mercado nacional para picanha bovina, trigo e pescado. Os russos dependem do produto brasileiro - desde 2014, os Estados Unidos e a União Europeia mantém embargos aos produtos da Rússia por causa da crise entre o país e a Ucrânia.

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