terça-feira, 14 de novembro de 2017

Encontro Brasil e Alemanha defende acordo comercial Mercosul e UE fechado ainda este ano

         A busca da integração em repúdio ao protecionismo que acontece em todo o mundo pautou a abertura do Encontro Econômico Brasil/Alemanha (EEBA), nesta segunda-feira, 13, em Porto Alegre (RS). Em sua 35ª edição, o encontro, realizado pela primeira vez na capital gaúcha, teve pronunciamentos em favor da cooperação e esperanças de que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, negociado há quase duas décadas, finalmente tenha desfecho favorável ainda em 2017, na próxima reunião ministerial da OMC (Organização Mundial do Comércio), em dezembro, em Buenos Aires.
        O presidente do Conselho da Indústria Alemã para a América Latina e membro do conselho de administração da Volkswagen, Andreas Renschler, destacou que nos últimos anos a globalização tem sido cada vez mais questionada, o que aumenta a insegurança para o livre comércio. Essa percepção, segundo ele, é reforçada por episódios recentes como as medidas do presidente norte-americano Donald Trump, abandonando acordos multilaterais e a saída do Reino Unido da UE, o Brexit.
        "O acordo de livre comércio entre UE e Mercosul não pode ficar parado agora que estamos perto de concluí-lo. Dará impulso a essas regiões econômicas que têm mais de 800 milhões de habitantes", observou Renschler. O embaixador Marcos Galvão, secretário-geral das Relações Exteriores do Itamaraty, reforçou o discurso. A intenção é chegar a bom termo em uma espécie de contra-ataque a movimentos isolacionistas no mundo.
        "A conclusão do acordo União Europeia/Mercosul é um dos nossos objetivos. Isso vai dinamizar os dois blocos. Nunca estivemos tão perto de concluirmos as negociações, em um contexto internacional de tendências protecionistas", afirmou Galvão. O vice-ministro de Assuntos Econômicos e de Energia da Alemanha, Mathias Machnig, disse que o Brasil e o seu país não podem se limitar a costurar acordos apenas entre as duas nações e precisam incentivar relações multilaterais, regradas pela OMC.
        "A organização deve ser o instrumento para tratar de litígios, mas também de ponto de contato", salientou Machnig. O vice-ministro alemão ressaltou ainda que seu país apoia a intenção brasileira de ingressar na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), também conhecida como uma espécie de clube de países ricos. A entrada, lembrou ele, também reforçará o país a adotar políticas mais incisivas em pontos como transparência e combate à corrupção.

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