domingo, 23 de outubro de 2016

Santos pode ganhar terminal de granéis sólidos sustentável, o T-Green

         O complexo portuário de Santos (SP) pode ganhar um terminal de granéis sólidos com operações sustentáveis e um rigoroso controle ambiental. O empreendimento, batizado como T-Green (T-verde, na tradução do inglês), é projetado para ser implantado na Ilha das Cobras, em Cubatão, às margens do Canal de Piaçaguera. Uma das vantagens da unidade, segundo seus idealizadores, é reduzir os impactos, na região, do transporte e do embarque de grãos. 
        O terminal deve ser construído na ilha entre o Canal de Piaçaguera e o Rio Cubatão, no interior do Estuário de Santos, em frente à região da Alemoa. O projeto é elaborado há dois anos pela Portoconsult Negócios e Participações, contratada pelos proprietários da Ilha das Cobras. Atualmente, os empreendedores estão em negociações com grupos internacionais para a implantação do T-Green.
         Segundo a consultoria, a unidade levará para longe de áreas urbanas as operações de granéis sólidos – hoje, concentradas no Corredor de Exportação, em Santos, próximo a áreas residenciais. Conforme o projeto, a instalação contará com acesso ferroviário que ainda será implantado. Com isso, a expectativa é reduzir o tráfego de caminhões carregados com grãos nas cidades.
         “Com a identificação da Ilha das Cobras, acreditamos que é possível atenuar o crescente conflito Porto-Cidade que envolve as incomodidades de trânsito pesado, retirando 600 caminhões por dia, derramamento de grãos, proliferação de pombos e ratos e, principalmente, reduzindo a emissão de partículas na atmosfera, responsável por diversas doenças respiratórias no entorno da Ponta da Praia”, destacou o consultor da Portoconsult Negócios e Participações, Antonio Bernardo Neto.

        O novo terminal contará com painéis para geração de energia solar e cobertura no sistema de carga e descarga dos navios. Está prevista a reutilização da água da chuva e a implantação de iluminação de LED, o que garante redução de até 60% do consumo de eletricidade. 
       Segundo o consultor, serão utilizadas fontes de energia alternativa para as operações dos navios, evitando a queima dos combustíveis dos cargueiros. O terminal ainda usará veículos elétricos. 
       Com essas características, a expectativa é de que o empreendimento conte com certificação internacional de Porto Verde. Para isso, terá de investir em produtividade, segurança e sustentabilidade das operações.
       “O projeto T-Green, no sentido de cumprir sua missão, terá o compromisso de controlar ambientalmente a recepção, o armazenamento e a expedição de grãos dentro do seu limite geográfico.     Certamente não poderemos controlar o processo ambiental fora do terminal, mas podemos e desejamos ter uma participação efetiva na discussão em seu entorno”, disse o consultor. 
       Apesar de o T-Green estar em Cubatão, a Prefeitura de Santos conheceu o projeto. E, para a Administração Municipal, ele se soma a outros empreendimentos, como o terminal da VLI, que está na etapa final de expansão, e o do Grupo Santorini, em fase de licenciamento ambiental. Ambos estão localizados na Margem Esquerda do Porto, na Área Continental de Santos. 
       “Todos têm em comum o mérito de pretenderem levar a movimentação de uma parcela importante das commodities agrícolas, como soja, milho e açúcar para mais o fundo do estuário do Porto, mais próximos, portanto, dos acessos terrestres, rodovias e ferrovias e, ao mesmo tempo, mais distantes das áreas urbanas, minimizando assim os impactos dessas operações para os nossos munícipes”, informou a Prefeitura, em nota.

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