O Brasil se prepara para uma campanha histórica de produção e exportação de soja em 2025. Segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o país atingirá uma produção de 166 milhões de toneladas, um aumento de 12,4% em relação à temporada anterior. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê um número ainda maior: 169 milhões de toneladas. Este volume posiciona mais uma vez o Brasil como o maior produtor e exportador mundial de soja.
O crescimento é atribuído à expansão da área plantada, aos avanços tecnológicos e às condições climáticas favoráveis. Em comparação, espera-se que os Estados Unidos e a Argentina produzam 119 e 49 milhões de toneladas, respectivamente. Em termos de exportações, tanto a CONAB quanto o USDA projetam que o Brasil exportará cerca de 105,5 milhões de toneladas em 2025. A China continuará sendo o maior comprador, com importações estimadas em 109 milhões de toneladas, enquanto a União Europeia projeta um aumento de 8,5%, chegando a 14,6 milhões de toneladas.
Esse aumento no volume de produção e exportação traz desafios logísticos. Os portos brasileiros, que movimentaram 78% das exportações de soja em 2024, podem enfrentar maior pressão operacional. Entre eles estão Santos, Itaqui, Paranaguá-Antonina, Rio Grande e Vila do Conde. Ao mesmo tempo, houve um aumento nas reivindicações por danos à carga nos portos de destino, especialmente na China. Em 2024, foram registrados 43 embarques danificados, sendo 39 originários do Brasil. As alegações estão associadas à instabilidade microbiológica natural da soja, que pode gerar calor e mofo durante o transporte se a carga tiver altos níveis de umidade ou temperatura no momento do embarque.
A lei chinesa considera essa condição um defeito inerente, mas coloca o ônus sobre o operador de demonstrar que todas as medidas necessárias foram tomadas para evitar danos. Em muitos casos, os tribunais determinaram que a embarcação era responsável, mesmo quando o dano era inevitável. Em resposta, a Gard emitiu recomendações para mitigar o risco de reclamações, incluindo inspeções completas de pré-carregamento, monitoramento de sinais de aquecimento ou descoloração e manutenção de registros detalhados sobre ventilação durante o transporte.

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