terça-feira, 22 de abril de 2025

DP World Consolida seu braço de transporte marítimo com expansão do serviço feeder

 

A DP World está expandindo estrategicamente suas operações para o transporte marítimo por meio da integração de operadores alimentadores. A decisão responde à necessidade de adaptação às mudanças estruturais nas cadeias de suprimentos globais e manter sua relevância em meio à consolidação do setor de transporte marítimo, disse Ganesh Raj, COO global da empresa.

A origem dessa expansão remonta a 2014, quando a DP World começou a questionar se seu modelo de negócios baseado exclusivamente em terminais portuários seria suficiente para responder à nova dinâmica do comércio internacional. A partir dessa reflexão, e em um contexto marcado pela reconfiguração das rotas marítimas e pela imposição de tarifas — como as estabelecidas entre 2018 e 2019 — a empresa decidiu incorporar novas capacidades logísticas.  

A aquisição da Unifeeder marcou o primeiro passo. Essa aquisição permitiu que a DP World estabelecesse conexões entre seus ativos logísticos terrestres e marítimos, principalmente na Europa, onde a empresa já operava rotas trimodais ao longo do Reno. Por meio do Unifeeder, conseguiu estabelecer vínculos diretos com os clientes finais, oferecendo soluções além do ambiente portuário.

Desde sua aquisição em 2019, a Unifeeder cresceu e agora opera mais de 120 embarcações, muitas delas fretadas, e expandiu seu alcance para a Ásia, China, Sudeste Asiático, subcontinente indiano e África. Para fortalecer sua presença na Ásia, a DP World adicionou as operações da Feedertech em Cingapura e, posteriormente, a Transworld. A estratégia de expansão responde à crescente descentralização da manufatura global.

Fatores como tarifas levaram parte da produção a ser transferida da China para a Índia, Sudeste Asiático e México. Essa diversificação gerou novas rotas comerciais, especialmente entre a Índia e a África, que a DP World priorizou em sua expansão. Na África, fortaleceu sua presença com serviços do Oriente Médio para a África Oriental e está em processo de expansão de operações para a África Ocidental.

Atualmente, a empresa está desenvolvendo dois projetos portuários na região: o Porto de Banana, na República Democrática do Congo, e o Porto de Ndayane, no Senegal. Essas infraestruturas são projetadas para atender tanto às exportações de minerais quanto à crescente movimentação de produtos farmacêuticos e refrigerados. Além disso, a empresa não descarta expandir seu modelo para outros mercados, afirmando que quaisquer movimentos futuros dependerão de oportunidades alinhadas com sua estratégia geral de integração de serviços.

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