terça-feira, 30 de julho de 2024

Um quinto da capacidade da frota mundial de navios poderá usar combustível alternativo até 2030


O investimento em combustíveis alternativos manteve o crescimento no primeiro semestre de 2024, representando cerca de um terço de todas as encomendas de construção naval e 41% da capacidade solicitada. Os números foram divugados pela Clarksons Research recentemente no seu último relatório mostrando o progresso da adoção de combustíveis alternativos e investimentos em tecnologias de poupança de energia em toda a frota marítima global.

As encomendas registradas incluem navios capazes de utilizar GNL (109, 51 excluindo metano), metanol (49), amoníaco (15), GPL (42) e hidrogênio (4). Excluindo os navios transportadores de GNL, a proporção relativa da tonelagem capaz de utilizar GNL aumentou em relação à tonelagem em condiçõs de usar metanol no primeiro semestre do ano, em comparação com os níveis do mesmo período de 2023.

Embora o primeiro semestre represente um declínio na percentagem de encomendas de navios movidos a combustíveis alternativos em relação ao pico de 2022 (quota de 54% da capacidade encomendada), reflete em parte uma mudança no mix de encomendas de construção por tipo de navio que inclui, para o momento, menores volumes confirmados de pedidos de navios porta-contêineres.

No entanto, com o foco na futura “opcionalidade”, as encomendas que envolvem o estado “pronto para” (serem alimentadas por um determinado combustível alternativo) aumentaram para cerca de um quinto de todas as encomendas (169 encomendas, equivalentes a 22% da capacidade encomendada). Com a carteira de pedidos confirmada (50% da capacidade atualmente encomendada é de combustível alternativo) e o investimento projetado nos próximos anos, a previsão é de que mais de um quinto de toda a capacidade da frota será capaz de utilizar combustíveis alternativos até 2030.

Ao mesmo tempo, os investimentos em infraestruturas portuárias e a disponibilidade de combustíveis “verdes” continuam a ficar para trás, de acordo com Steve Gordon, diretor global da Clarksons Research: “o nosso Green Technology Tracker conta 273 portos com fornecimento de GNL e 251 portos com ligação à rede elétrica onshore, ou planejado, mas existem apenas 29 portos com fornecimento de metanol disponível e planejado”, detalha.

Numa frota envelhecida (12,8 anos numa base ponderada por arqueação bruta, acima dos 9,7 anos em 2013), mais de 30% da capacidade da frota do ano passado foi classificada como D ou E de acordo com o CII, e longos prazos de entrega para os próximos entregas (3,5 anos) nos principais estaleiros, indicam que a modernização das tecnologias de poupança de energia (EST) continua a ser uma parte crucial do caminho para a descarbonização do transporte marítimo.

Até o momento, tecnologias de economia de energia (EST) foram instaladas em mais de 8.713 embarcações, representando 33,5% da capacidade da frota: isso inclui dutos de hélice, bulbos de leme, rotores Flettner, pipas eólicas, sistemas de lubrificação de ar e outros (>493 embarcações com sistema de lubrificação a ar e >116 unidades que incluem assistência "vento" na frota e carteira de pedidos).

A Clarksons Researsch também inclui 31 embarcações da frota (mais 28 recém-construídas) testando tecnologia de captura de carbono a bordo. O relatório estima que as emissões globais de GEE provenientes do transporte marítimo aumentarão cerca de 3% em 2024, atingindo 1.046 milhões de toneladas de CO2e numa base WTW e excederão os níveis no início da pandemia de Covid-19, com uma maior proporção de tempo no mar (assumindo que os desvios no Mar Vermelho continuem), com alguns aumentos de velocidade (especialmente no setor dos contêineres), embora se preveja que a tendência subjacente a longo prazo de diminuição da velocidade continue e que o aumento do comércio mais do que compense a proporção crescente de navios movidos a combustíveis alternativos, embarcações “verdes” e capacidade EST. (imagem de navio movido a metanol verde)

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