O aumento dos níveis da água e o relaxamento gradual das restrições de calado fizeram com que o Canal do Panamá registrasse o maior número de trânsitos de navios em oito meses em junho, destaca Simon Heaney, gerente sênior de Container Research, Drewry. Como observou, ele, a média diária de trânsitos no Canal do Panamá para todos os tipos de embarcações disparou para 29 em junho, ante 26 em maio.
No mês passado, um total de 869 embarcações utilizaram a hidrovia, 64 a mais que em maio e o maior número desde o início do ano fiscal de 2024 da Autoridade do Canal do Panamá (ACP), em outubro de 2023 (1.002). Embora esteja melhorando, o analista afirma que ainda há um longo caminho a percorrer antes que o tráfego volte aos níveis normais. Com efeito, afirma que o total de trânsitos em junho de 2024 diminuiu 16% em termos homólogos, o que equivale a menos 164 trânsitos.
Recorde-se que, a partir de 11 de julho, o ACP aumentou o calado máximo dos navios que transitam pelas eclusas Neopanamax para 48 pés (14,6 metros), face ao limite anterior de 47 pés (14,3 metros). Em condições normais, o limite é de 15,24 metros (50 pés). Também em vigor em 11 de julho, o ACP aumentou o limite de trânsito diário em um, para 33, com mais aumentos por vir.
De acordo com o último cronograma, o limite diário de trânsito será aumentado novamente de 22 a 34 de julho, enquanto mais uma vaga de reserva nas eclusas Neopanamax estará disponível a partir de 5 de agosto, elevando o limite diário para 35. Segundo o analista, o aumento mensal dos trânsitos em junho foi impulsionado por três setores: granel, que teve mais 19 trânsitos em junho face a maio; navios porta-contêineres (mais 17) e navios químicos (mais 16).
As transportadoras de veículos/Ro-Ro forneceram nove trânsitos adicionais ao valor mensal. Os restantes setores dos transportes marítimos apenas contribuíram com um acréscimo líquido de três trânsitos adicionais em junho. Segundo Heaney, as restrições de capacidade dos ACP afetaram os vários setores marítimos de diferentes maneiras. Os navios porta-contêineres foram os menos impactados, com uma média de 7,4 trânsitos diários durante os primeiros nove meses do ano fiscal de 2024, um número muito próximo de todo o ano fiscal de 2023 (7,6).
Os graneleiros foram os que mais caíram, mas o setor agora parece estar se recuperando. Para Drewry, o Canal do Panamá representa um risco de gargalo que diminui rapidamente para o transporte de conteinêres, ainda mais quando comparado com a situação no Canal de Suez, que não tem fim à vista.
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