terça-feira, 9 de abril de 2024

Exportações da indústria de transformação alcançam US$ 177 bilhões em 2023

As exportações da indústria de transformação registraram o segundo maior valor desde o início da série histórica do monitoramento, em 2001. No ano passado, foram vendidos para fora do Brasil US$ 177,1 bilhões, valor que só fica atrás do alcançado em 2022, quando o país exportou US$ 181,4 bilhões em preços correntes. Os dados são da Nota Econômica nº 32, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar do resultado positivo, a análise aponta a queda da participação do setor produtivo no total das exportações brasileiras e a necessidade de o Brasil diversificar a pauta exportadora.

Em 2023, as exportações da indústria de transformação mantiveram patamar alto, mesmo com a redução do valor total exportado na comparação com o ano anterior. Esse resultado foi parcialmente motivado pela acomodação inicial dos choques externos de Covid-19 e do conflito na Ucrânia, que causaram forte aumento nos preços dos produtos exportados e impulsionaram o recorde registrado em 2022. O resultado do setor no ano passado pode ser relacionado também à desaceleração da economia mundial e à redução de 1,7% na demanda interna por esses bens.

 

O desempenho recorde não reverteu a tendência de queda na participação da indústria de transformação na pauta exportadora, que voltou a diminuir em 2023 - com redução de 54,3% para 52,2% em relação a 2022. A razão, segundo a CNI, é que a composição das exportações brasileiras segue em processo de comoditização, quando cresce regularmente a concentração de bens primários na pauta exportadora.

 

Para a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, embora o valor registrado de exportações da indústria seja importante, a presença do setor produtivo nas exportações ainda é um desafio que tem de ser enfrentado. “O aumento do valor das exportações industriais é, sem dúvidas, um sinal positivo. Contudo, para promover impactos positivos na cadeia produtiva e na economia brasileira, precisamos aumentar a participação da indústria na pauta exportadora, diversificar os fluxos comerciais e aumentar o valor agregado das exportações de bens”, afirma Negri.

 

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