quarta-feira, 24 de abril de 2024

B20 Brasil e G20 debatem em Brasília a presença de mulheres no comércio internacional

O B20 Brasil promoveu, nesta terça-feira, 23, em Brasília, o workshop Mulheres no Comércio Internacional. O encontro foi feito em colaboração com o G20 para discutir os desafios enfrentados pelas mulheres no comércio internacional. Realizado no auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o workshop reuniu líderes, membros e parceiros do B20 e do G20, com o objetivo de iniciar diálogos significativos para o setor.

A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres, participou da abertura, ao lado de Constanza Negri – Sherpa, do B20 Brasil, Marion Jansen, diretora de Comércio e Agricultura da OECD, e Janaina Gama, do W20 Brasil. A oficina marcou o início das discussões para identificar os desafios de empresas lideradas por mulheres no comércio internacional. A iniciativa também buscou oferecer perspectivas significativas aos governos das 20 principais economias do mundo, que fazem parte do G20.

O tema é uma das pautas prioritárias do Grupo de Trabalho de Comércio e Investimentos do G20, coordenado por Tatiana e pelo embaixador Fernando Pimentel, do MRE. O GT se reunirá ainda essa semana, na sede do G20, em Brasília. A partir da identificação dos desafios enfrentados pelas mulheres no comércio internacional por parte do B20, o grupo irá elaborar um compêndio de melhores práticas adotadas pelos países para mitigar as disparidades de gênero no comércio exterior.

Empresas lideradas por mulheres ainda enfrentam desafios para acessar mercados estrangeiros e aproveitar as oportunidades. De acordo com o Centro de Comércio Internacional (ITC), apenas cerca de 20% das empresas exportadoras globais são de propriedade de mulheres. No Brasil, essa proporção é ainda menor, com apenas 14% das empresas exportadoras sendo predominantemente de propriedade feminina, de acordo com o estudo “Mulheres no Comércio Exterior, Uma Análise para o Brasil”, recentemente lançado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC.

O estudo revela ainda que em 2019, aproximadamente 2,6 milhões de mulheres ocuparam cargos em empresas que atuaram no comércio internacional. Esse número representa 32,5% dos empregos totais dessas empresas. Segundo o documento, as mulheres estão mais presentes nas empresas que exportam produtos de maior valor agregado, destinados a países de maior renda.

Para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), há uma lacuna adicional que não pode ser explicada apenas pelas características das empresas, mas que pode estar relacionada a diversos obstáculos enfrentados pelas mulheres ao se envolverem no comércio internacional, incluindo o acesso limitado a financiamento, restrições de tempo devido a responsabilidades familiares e falta de acesso a uma rede de contatos profissionais.

Quando as mulheres têm a oportunidade de participar plenamente da economia, os benefícios são significativos, contribuindo para o crescimento econômico sustentável. A participação econômica das mulheres impulsiona o desenvolvimento, reduz a pobreza, combate a desigualdade e promove o bem-estar de pessoas. Para enriquecer a discussão e garantir a implementação efetiva de medidas nesse meio, o B20 convocou membros de sua força-tarefa de Comércio e Investimento, bem como do Conselho de Ação para Mulheres, Diversidade e Inclusão.

Estes membros colaborarão na identificação das barreiras que limitam a representatividade das mulheres no comércio internacional. As informações coletadas serão fundamentais para o trabalho do GT sobre Comércio e Investimento do G20. O Women in Trade é uma iniciativa do G20 e B20 Brasil, realizada com o apoio do W20 Brasil (Women 20), BCG (Boston Consulting Group), OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e ITC (International Trade Centre), fruto de uma colaboração entre os principais atores do setor empresarial e governamental.

 

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