O
ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse nesta terça-feira (28) que a
superação de gargalos que envolviam direitos dos trabalhadores, obtida
com a reforma trabalhista, já foi percebida pelos investidores
estrangeiros e, com o portfólio de ativos atraentes para leilões no
país; a trajetória de recuperação fiscal; e a queda da taxa básica de
juros (Selic), representa um conjunto de fatores que colocam o Brasil na
mira dos investidores.



Segundo Freitas, toda essa conjuntura
permitirá que, até o fim do ano, mais de 100 leilões de ativos sejam
implementados pela pasta e destacou os projetos de concessão das
rodovias BR-116/101 (a Nova Dutra, entre Rio de Janeiro e São Paulo) e a
BR-163, no Pará, e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (foto), além da sexta
rodada de concessão de 22 aeroportos.
“Se colocarmos em um gráfico países de
dimensão continental, acima de 5 milhões de quilômetros quadrados, com
uma população gigantesca, acima de 200 milhões de habitantes, portanto,
com grande mercado consumidor, e PIB [Produto Interno Bruto] acima de
US$ 1 trilhão, veremos que, na intersecção desse diagrama, teremos
apenas três países: Brasil, China e Estados Unidos”, disse Freitas, ao
participar do webinar Invest Brasil Infraestructure 2020, promovido pela
Apex-Brasil. “Isso, por si só, já chama a atenção dos investidores
estrangeiros."
"E tem mais ainda: a trajetória em que nos
encontramos, tendo passado por crise severa; e, a partir daí, a mudança
estrutural onde os principais riscos percebidos pelos investidores foram
atacados, como a questão trabalhista", acrescentou o ministro, ao
reiterar que, com a reforma, o país conseguiu superar os gargalos que
envolviam direitos trabalhistas. "Houve uma diminuição extraordinária
dos processos trabalhistas após a reforma.”
Ainda segundo o ministro, o cenário ficou
mais atrativo com a aprovação do teto dos gastos, que iniciou uma
trajetória de recuperação fiscal, e com a reforma da Previdência. Além
disso, a queda dos juros teve continuidade, com a taxa Selic em 2,25%, o
que é "extraordinário" para os investimentos em infraestrutura. “Temos o
maior programa de concessão do mundo, que trará avalanche de dinheiro
privado à nossa economia, transformando nossa infraestrutura nos
próximos anos”, destacou Freitas, ao lembrar que o Brasil tem também “um
histórico de respeito a contratos”, que é bem visto pelos investidores.
De acordo com Freitas, o país aprendeu a
estruturar suas concessões e, por isso, tem hoje, provavelmente, “a
estrutura mais sofisticada do mundo, no que diz respeito a
compartilhamento de riscos”. Como exemplo, citou o risco cambial, um
assunto que, apesar de aparecer como preocupação dos investidores,
sempre foi “jogado para debaixo do tapete”.
Para superar tal problema, o ministro disse
que a estratégia adotada nos leilões foi a “outorga variável”, medida
que, segundo ele, amortece as variações de câmbio nas situações em que o
investidor tem de tomar dinheiro no exterior. “Vamos abater, do valor
da outorga variável, a perda com eventual desvalorização de câmbio, ou
acrescentar o ganho com eventual valorização. Vamos trabalhando com
débitos e créditos numa conta gráfica até o final do período do
financiamento, deixando um período de calda para o acerto de contas”,
explicou o ministro.
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