Segundo o presidente da BF Capital, empresa que efetuou os estudos de viabilidade dos arrendamento, Renato Sucupira, a decisão se deve à impossibilidade de ampliar o aeroporto da capital gaúcha no ritmo em que se espera que cresça o número de passageiros. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) previu que até 2042, o fluxo anual de passageiros passaria dos 8,4 milhões em 2015 para 22,8 milhões, demanda superior à capacidade do terminal, mesmo que todas as reformas sejam feitas.
O Salgado Filho não suportaria mais cinco anos nesse ritmo, explicou Sucupira. Com isso, a demanda teria de ser deslocada para um segundo terminal a ser construído na Região Metropolitana. "Para atender a todos os usuários previstos, seria necessário uma segunda pista, o que não é possível em razão da limitação das dimensões do terreno, cercado por residências. A solução seria um novo aeroporto", afirmou.
A tese gera controvérsias. Especialistas em aviação dizem que os números da Anac são superestimados e não retratam a realidade do crescimento de passageiros. O terminal é apresentado com movimento defasado: em 2015, o uso caiu de 8,4 milhões para 7,6 milhões. Para chegar ao número estipulado pela agência, o Salgado Filho teria de triplicar a demanda, o que é considerado improvável.
"A previsão da Anac é utópica. Nenhum aeroporto do mundo conseguiu triplicar a demanda em 25 anos. Se considerarmos as dificuldades na economia e a perda de até 40 voos diários do Salgado Filho nos últimos anos, a hipótese fica ainda mais remota", alertou Paulo Menzel, da Agenda 2020. Caso descida pela construção de um novo aeroporto, o principal candidato é o 20 de Setembro, entre as cidades de Nova Santa Rita e Portão, a cerca de 50 quilômetros de Porto Alegre.
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