A safra de soja do Brasil, maior exportador global da oleaginosa, foi
estimada nesta quinta-feira em um recorde de 113,3 milhões de
toneladas, ante 111 milhões de toneladas. A previsão foi elaborada em meados
deste mês pela consultoria Agroconsult.
Até a semana passada, a consultoria ainda não havia computado todos
dados de safras da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e
Bahia) e do Rio Grande do Sul, apurados na expedição técnica Rally da
Safra, que percorreu todas as regiões produtoras do país.
"A safra 2016/17 marca uma mudança de patamar tecnológico e de
produtividade... O Brasil está saindo da faixa produtividade média de
soja de 50 sacas para 60 sacas (por hectare)", disse o diretor da
consultoria, André Pessôa, na apresentação dos resultados do Rally, em
São Paulo.
Na avaliação da consultoria, a produtividade média da safra de soja
do Brasil ficou 55,8 sacas por hectare em 2016/17, ante 48,3 sacas em
2015/16.
Segundo ele, os destaques desta temporada foram os Estados de Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, onde foram vistas
lavouras uniformes e com produtividades recordes.
A Reuters acompanhou o Rally na semana passada nas regiões do
Matopiba, que apresentaram produtividades elevadas, de recuperação,
"após a frustração climática nos últimos anos", disse Pessôa.
A Agroconsult avaliou que as produtividades do Paraná e do Rio Grande
do Sul --que ficam atrás apenas de Mato Grosso em volume colhido no
país-- e de Santa Catarina, também registraram índices recordes nesta
temporada.
O resultado da safra nacional representa um aumento de cerca de 17,6
por cento ante o volume colhido em 15/16, de 96,3 milhões de toneladas,
quando problemas climáticos prejudicaram as produtividades em diversas
regiões, disse a consultoria.
Neste cenário, a safra brasileira de grãos deverá saltar para 236 milhões de toneladas em 16/17, ante 189 milhões em 15/16.
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