segunda-feira, 20 de março de 2017

Presidente Temer determina fiscalização especial em frigorificos denunciados por fraude

         O presidente Michel Temer criou uma força-tarefa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que já colocou os 21 frigoríficos envolvidos na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal sob regime especial de fiscalização. O anúncio foi feito durante encontro com embaixadores dos 33 países que mais importam carnes do Brasil, neste domingo à noite, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
        Segundo Temer, o objetivo foi o de acalmar os diplomatas que, no final do encontro, foram convidados para participar de um churrasco em um restaurante da capital federal. O presidente apresentou números para mostrar que os casos investigados são pequenos e pontuais não comprometendo o sistema brasileiro as de fiscalização. China, União Europeia e Estados Unidos já haviam pedido explicações ao Mapa na sexta-feira.
         "Tomamos várias deliberações. A primeira delas é que decidiu-se acelerar o processo de auditoria nos estabelecimentos citados na investigação da PF", afirmou Temer. "Não é o sistema de defesa agropecuária que está sendo investigado, mas alguns poucos funcionários de algumas poucas empresas", minimizou o presidente da República.
         O presidente destacou que "todas as plantas exportadoras permanecem abertas às inspeções dos países importadores e ao acompanhamento do sistema nacional de controle, que é dos mais respeitados do mundo". Ele salientou que foram citadas apenas 21 unidades, entre as 4.837 sob fiscalização federal, supostamente envolvidas em irregularidades.
        A operação da PF revelou que empresas do setor adulteravam a carne que vendiam no mercado interno e externo e pagavam propinas a fiscais do Mapa. Plantas das gigantes do segmento JBS e BRF foram incluídas entre as companhias que praticavam fraudes - as duas negaram as acusações. O ministro da Agricultura e Pecuária, Blairo Maggi, que acompanhou Temer no encontro e no jantar, prometeu agir com transparência. Assegurou que "ninguém quer passar a mão na cabeça de quem fez coisa errada".
         O ministro da Justiça, Osmar Serragio (ausente nas reuniões), e que aparece na investigação em uma escuta telefônica falando com Daniel Gonçalves Filho, apontado como líder da quadrilha que fraudava a fiscalização dos produtos no Paraná, negou, em nota, ter feito qualquer coisa errada. Disse que era deputado federal na época e insistiu na permanência de Gonçalves no cargo de chefia que ocupava no Mapa no Paraná, apesar da denúncia de que o servidor estaria envolvido em um caso de roubo. O ministro afirmou que não tinha conhecimento de qualquer irregularidade.
         As unidades denunciadas pela Operação Carne Fraca da Polícia Federal ficam nos estados de Minas Gerais, Goiás e Paraná. A propósito, a carne bovina servida no restaurante a Temer e seus convidados, não era brasileira e sim do Uruguai, Argentina e Austrália. Apenas as de frango e suíno eram de produtores do país.

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