Estudantes que pretendem ingressar no mercado de
trabalho do Porto de Santos precisam ficar atentos. Uma boa oportunidade
é garantir uma vaga de estágio no setor. Esta é uma modalidade de
contratação que está em expansão e pode ser uma porta para empresas do
cais santista. Mas especialistas em Recursos Humanos (RH) advertem que,
mesmo em um serviço temporário, é necessário demonstrar competências
pessoais e profissionais para garantir uma colocação.
As possibilidades de contratação de universitários
em empresas do Porto de Santos foram discutidas, na última terça-feira,
durante o debate O Novo Mercado de Trabalho do Porto de Santos – Avanços
e Desafios, que aconteceu no Auditório TV Tribuna. Estiveram presentes a
psicóloga e consultora de RH Rita Zaher e o administrador e também
consultor Fábio Sartori.
O evento marcou o encerramento da segunda temporada
da série de reportagens Porto & Pesquisa, em 2016, e o início da
terceira, neste ano. Com patrocínio do Grupo Marimex, as matérias são
publicadas na editoria Porto & Mar, do jornal A Tribuna, de Santos, e destacam estudos
realizados por universitários da região sobre o setor portuário
No debate, Fábio Sartori destacou que, durante todo o
ano passado, apenas oito processos seletivos para a contratação de
estagiários foram solicitados em sua empresa, a Sartori Desenvolvimento
Humano e Organizacional. Já nos primeiros meses deste ano, esse número
subiu para 12 oportunidades.
“Em tempos difíceis, a demanda diminui. Mas, por
outro lado, é mais fácil contratar um estagiário do que um profissional
efetivo”, explicou o consultor de RH.
Sartori aposta em uma melhoria ainda maior das
contratações a partir do segundo semestre deste ano. Já a partir de
julho do ano que vem, a situação deve estar estabilizada, o que forçará
uma postura mais proativa dos profissionais que já estão no mercado e
dos que pretendem garantir uma vaga.
“Nessa retomada, o mercado não volta na mesma
pegada. O nível de exigência será diferente”, adverte o especialista em
RH. Ele se refere à necessidade de um comprometimento ainda maior dos
candidatos na disputa por uma vaga dentro do setor portuário.
Segundo Rita Zaher, que também é diretora-executiva
do Espaço Santista RH, apesar do estágio ser uma vaga de trabalho
temporária, ele pode ser uma boa porta de entrada para o mercado de
trabalho. Mas, para isso, é preciso apostar nas competências do
estagiário, principalmente o comprometimento. “O perfil do que fica é o responsável, que leva a
sério o trabalho, se envolve e se compromete. O que diferencia o
profissional é o comportamento”, destacou a consultora.
Os dois profissionais afirmam que os candidatos
precisam desenvolver suas competências pessoais. Neste processo, as
universidades têm papel fundamental na formação do profissional. O perfil procurado pelas empresas é de um
profissional que tem, pelo menos, duas características principais:
proatividade e respeito ao próximo. Também é necessário que o candidato
se conheça e domine seus pontos fortes e fracos. Só assim será possível
melhorar os traços negativos.
“Primeiro, conheça o ambiente, vá devagar e depois
pode se soltar mais. O que vai constar é o que se pode fazer pela
empresa e o quanto esse profissional está disposto a fazer”, destacou
Rita.
Há alguns anos, com a entrada em operação de novos
terminais portuários, houve um crescimento significativo nas
contratações de trabalhadores para as áreas operacionais das empresas no
cais santista. Mas, segundo os especialistas em RH, essa situação mudou
a partir do ano passado.
Por isso, atualmente, os cursos que mais contratam
profissionais no setor são Administração de Empresas, Gestão Portuária e
os relacionados a Tecnologia da Informação (TI).
“O perfil portuário mudou e as empresas estão
preocupadas em se reestruturar pela estratégia. Tecnologia é uma demanda
forte”, explicou Sartori.
Ele aponta as áreas de planejamento e estratégias de
operação como as mais promissoras, além de TI. Já Rita cita setores
administrativos como os que mais devem contratar nos próximos meses.
Isso inclui profissionais que vão atuar nas áreas comercial e até mesmo
de RH.
Mas Sartori adverte que a universidade é responsável
por apenas 40% da formação profissional. Os outros 60% devem ser
buscados pelos estudantes em cursos fora da faculdade.
Sites de recrutamento também são uma boa
possibilidade para ganhar visibilidade e garantir uma colocação no
mercado de trabalho. Além disso, redes sociais voltadas ao mundo
corporativo, como o LinkedIn, são ótimas oportunidades para ampliar o
leque de contatos e as possibilidades de contratação. Mas é preciso
ficar atento, porque essas novas mídias também podem afastar as chances.
As opiniões são dos especialistas em Recursos
Humanos (RH) Rita Zaher e Fábio Sartori, que participaram do debate O
Novo Mercado de Trabalho do Porto de Santos – Avanços e Desafios,
ocorrido na semana passada, na Cidade.
Apesar do uso cada vez mais frequente das redes
sociais, principalmente entre os mais jovens, os especialistas alertam
que os sites de relacionamento podem ser aliados, mas também podem
excluir as chances de garantir uma vaga.
“Não tem como ser um na rede social e outro na vida.
Não se separa o pessoal do profissional”, destacou Sartori. Segundo
ele, os consultores de RH costumam avaliar as redes sociais dos
candidatos a uma vaga de emprego. Nesta análise, são levadas em conta as
preferências e a postura dos profissionais.
Já Rita fala de como as redes sociais podem ser
aliadas de candidatos. Isto acontece, principalmente, quando o
recrutador tem contatos em comum com quem busca uma vaga. Neste caso,
existe a possibilidade de que sejam pedidas referências do
profissional.
A participação dos candidatos em pesquisas de
iniciação científica e outros projetos acadêmicos é vista como um bom
diferencial na hora da contratação, segundo Sartori. Já Rita destaca a
participação em eventos como uma forma de atualização profissional e
formação de uma boa rede de contatos profissionais.
Na hora de se candidatar a uma vaga de trabalho,
enviar um currículo enxuto e ao mesmo tempo que mostre as
características pessoais e profissionais do candidato é um primeiro
passo. O material deve ser sempre mandado por e-mail.
Outra dica dos profissionais é estar atento às novas
possibilidades de contratação. Elas podem acontecer em novas empresas
ou até mesmo naquelas que já estão consolidadas no mercado.
Por isso, eles apontam a necessidade de manter-se
informado sobre o mercado. Para isso, a internet e os meios de
comunicação, como jornais, são boas ferramentas.
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