segunda-feira, 16 de junho de 2025

Conflito entre Israel e Irã coloca em risco trânsito de navios-tanque pelo Estreito de Ormuz


 

Os ataques de Israel ao Irã e as respostas resultantes reacenderam as preocupações internacionais sobre a estabilidade do Estreito de Ormuz, uma rota fundamental para o comércio global de petróleo, permitindo a entrada e saída de petroleiros no Golfo Pérsico. A consultoria Drewry, no entanto, acredita que uma interrupção completa do tráfego marítimo por essa rota estratégica seja improvável.

Em 13 de junho, os ataques israelenses contra instalações nucleares e militares iranianas, seguidos de retaliação iraniana, aumentaram o risco de uma escalada regional. O Estreito de Ormuz (foto), localizado entre Omã e o Irã, conecta os principais países exportadores de petróleo do Golfo Pérsico aos mercados globais e canaliza mais de 35% do comércio global de petróleo bruto por via marítima.

Apesar das tensões, o Irã declarou que não tem intenção de fechar a passagem. Mas especialistas entendem que um fechamento forçado teria implicações significativas para a segurança energética global, devido à falta de rotas alternativas viáveis ​​para os volumes que passam por essa rota.

Os principais membros da OPEP na região — Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Irã e Iraque — dependem fortemente do Estreito para suas exportações de petróleo bruto. Embora alguns desses países possuam oleodutos terrestres que lhes permitem contornar a passagem marítima, sua capacidade combinada é limitada. As estimativas atuais indicam que eles poderiam desviar apenas cerca de 4 milhões de barris por dia, enquanto mais de 11 milhões de barris por dia de exportações estariam em risco em caso de interrupção total.

Nos últimos anos, as exportações pelo Estreito diminuíram devido aos cortes de produção da OPEP+ e ao aumento da produção fora da aliança. Contudo, em 2024, o Estreito de Ormuz ainda representava cerca de 37% do comércio global de petróleo bruto por via marítima. A maior parte dessas exportações — aproximadamente 86% — tem como destino a Ásia, sendo China, Índia e Japão os principais compradores.

Embora um fechamento completo seja descartado, a possibilidade de ataques direcionados a petroleiros ou interrupções operacionais pode levar a interrupções parciais. Nesse caso, os riscos para o tráfego marítimo aumentariam, elevando os prêmios de seguro e os custos de transporte associados. Qualquer redução no fluxo de petróleo bruto pelo estreito poderia exercer pressão ascendente sobre os preços do petróleo, impactando tanto exportadores quanto consumidores.

Em termos logísticos, uma interrupção parcial poderia levar a um aumento na demanda por petroleiros devido a mudanças nas rotas comerciais e à necessidade de reposicionamento de embarcações para abastecer mercados alternativos. Por outro lado, uma interrupção prolongada reduziria drasticamente o volume de petróleo bruto transportado por mar, o que teria efeitos negativos na utilização da frota de petroleiros e, eventualmente, nas tarifas de frete.

 

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