terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Frota mundial de porta-contêineres vollta a diminuir por causa da crise no Mar Vermelho


Após uma ligeira recuperação no final de 2023, a frota ociosa de navios porta-contêineres voltou a diminuir no início deste ano. A maioria das companhias marítimas continua a evitar o Mar Vermelho, e os desvios ao longo da rota muito mais longa do Cabo da Boa Esperança criam uma procura “artificial” de capacidade que os volumes de carga por si só não teriam suportado.

As perspectivas incertas a curto prazo para a situação do Mar Vermelho e a tradicional corrida para retirar carga do Extremo Oriente antes da celebração do Ano Novo Chinês provavelmente impulsionarão uma procura adicional de capacidade de transporte nas próximas semanas. Nesse sentido, nos últimos 15 dias, a tonelagem ociosa controlada pelas companhias marítimas foi reduzida em 13 navios com um total de 87.345 TEUs, o que diminuiu o número total de navios inativos.

Pelo contrário, as unidades inativas pertencentes a armadores não operacionais registraram um ligeiro aumento de 6.091 TEUs, mas diminuíram uma única unidade. Além da frota comercialmente inativa, a capacidade de navios porta-contêineres nos estaleiros para manutenção, conversão e reparo foi de 556.345 TEUs. Este valor reflete uma diminuição de 106.220 TEUs nos últimos quinze dias.

A maior parte do declínio deveu-se à saída da doca seca e ao regresso ao serviço de quatro ULCV (navios porta-contêineres ultragrandes). Vale ressaltar que a capacidade dos navios inativos era de 289.437 TEUs no início do ano, ou seja, cerca de 1% da frota mundial. 2023: Frota de navios inativos ficou abaixo do esperado No ano passado, a frota global de navios porta-contentores não comerciais não registrou o crescimento substancial previsto.

Apesar da entrada de mais de 2,00 MTEUs de nova capacidade na frota, da fraca procura e do declínio das taxas de frete, o emprego em tonelagem manteve-se surpreendentemente bem. Começando 2023 com um nível de ociosidade ligeiramente elevado (até 850.000 TEUs ou 3,3% da frota em fevereiro), as companhias marítimas navegaram no tradicional período de calmaria entre o Ano Novo Chinês e o início da alta temporada do verão norte, sem uma redução substancial no a frota.

Até certo ponto, os regulamentos recentemente implementados do Indicador de Intensidade de Carbono (CII) da IMO induziram as companhias marítimas a abrandar uma série de serviços e a injetar navios na frota para compensar itinerários mais longos. Isto sem dúvida absorveu alguma capacidade que de outra forma teria ficado ociosa. Em 2023, a inatividade comercial não voltou a recuperar moderadamente até outubro, quando muitas companhias marítimas começaram a implementar viagens em branco. Eles foram vistos como um meio de evitar que as taxas de frete caíssem muito em um momento de queda no volume de carga.

Eventos globais imprevistos ocorreram no quarto trimestre: Além dos já mencionados desvios de Suez e do Mar Vermelho para a rota do Cabo da Boa Esperança, a grave seca também forçou o Canal do Panamá a reduzir o número de trânsitos, criando mais tempo de espera e desvios na cadeia de abastecimento marítimo. A entrega programada de 3,00 MTeus de novos navios poderia, em última análise, criar uma situação de excesso de capacidade que nem mesmo uma maior desaceleração na velocidade dos navios e um aumento no desmantelamento poderiam mitigar.

Entretanto, os estudos quinzenais da consultoria Alphaliner mostram que a frota global ociosa atingiu uma média de cerca de 430.000 TEUs no ano passado, cerca de 160.000 TEUs a mais do que em 2022. Em relação a uma frota global que se aproxima rapidamente dos 29 Mteu, continua a ser um valor bastante baixo, apesar da aumento anual.

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