A forma como os portos são geridos tem implicações para o crescimento econômico, esforços de resposta a crises, proteção ambiental e igualdade de gênero, colocando-os no centro do desenvolvimento sustentável. "Nossos meios de subsistência - alimentos, empregos, energia - dependem de cadeias de suprimentos funcionais e resilientes", disse a secretária-geral da UNCTAD (a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento), Rebeca Grynspan.
A eficiência de um porto afeta diretamente as economias dos países que atende, pois mais de 80% do comércio mundial é realizado por via marítima. A porcentagem é ainda maior para muitos países em desenvolvimento. Nesse sentido, a pandemia do COVID-19 tem sido um forte lembrete de que, quando os portos desaceleram, todos sofrem. As medidas de bloqueio causaram interrupções e atrasos em muitos portos ao redor do mundo. O tempo médio gasto por navios porta-contêineres em portos ao redor do mundo, por exemplo, aumentou 20% entre 2019 e 2021.
Quando ocorre um desastre, os portos são o principal ponto de entrada para os alimentos, água e remédios de que as pessoas precisam para sobreviver, bem como o combustível necessário para manter hospitais e unidades de saúde funcionando.
A guerra na Ucrânia também foi um lembrete trágico do papel fundamental que os portos desempenham no combate a crises como a da fome no mundo. O país foi o sexto maior exportador mundial de trigo na temporada 2020-2021. Nos oito meses anteriores ao conflito, mais de 50 milhões de toneladas de grãos foram embarcados através de seus portos do Mar Negro, o suficiente para alimentar cerca de 400 milhões de pessoas. Agora, com os portos do Mar Negro bloqueados, os grãos ficam presos em silos em terra ou em navios, incapazes de se movimentar, pois 44 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam fome. (imagem do Porto de Valparaíso, Chile)
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