O
programa Exporta Mais Brasil, criado pela Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (ApexBrasil), completou um ano neste domingo
(18/8). Os números são notáveis. Desde agosto de 2023, foram realizadas 5.145
rodadas de negócios entre compradores internacionais e empresas brasileiras,
gerando uma expectativa de R$ 469 milhões em negócios. Ao todo, 738 empresas já
foram beneficiadas pelo maior programa de incentivo às exportações brasileiras
já executado.
"O Exporta Mais Brasil é uma de nossas principais ações desde que chegamos
na ApexBrasil e, completar um ano com números tão relevantes, é a demonstração
do nosso acerto. Desde o ano passado, estamos realizando uma grande incursão
pelo país, visitando empreendimentos, conversando com empresários, promovendo
negócios com compradores dos cinco continentes que trouxemos especialmente para
o programa", afirma o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, lembrando que
“a Agência tem se empenhado no fortalecimento de setores produtivos locais,
especialmente do Norte e Nordeste, de pequenas e médias empresas e de negócios
liderados por mulheres – um compromisso da ApexBrasil com a equidade de gênero
no comércio exterior”.
O
vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
(MDIC), Geraldo Alckmin, diz que “a melhor forma de exportar é trazer o
comprador pra cá, sejam importadores da Ásia, dos Estados Unidos, da Europa ou
da América Latina, para vender a eles os produtos”. Alckmin lembra ainda que “a
empresa que exporta tem um upgrade, muda de patamar, avança mais. Todos os
indicadores mostram isso”.
O
incentivo à exportação de empresas de diferentes portes e setores é pauta
governamental. “No governo do presidente Lula, estamos batendo recordes de
exportação e o maior saldo da balança comercial. Queremos mais empresas
exportando. Queremos pequenas e médias empresas também exportando. Por isso, a
ApexBrasil e a equipe do Jorge Viana estão em todos os cantos do país com o
Exporta Mais Brasil, indo a cada região, fazendo seu trabalho para o
crescimento da exportação brasileira", reforça Alckmin.
Em junho
deste ano, o empresário Siderlei Luiz, da SM Madeiras, participou da edição do
Exporta Mais Brasil voltado para o setor de processados de madeira sustentável,
em Alta Floresta (MT). A empresa dele é uma das pioneiras no desenvolvimento do
manejo florestal sustentável no Brasil e certificada pelo FSC (Forest
Stewardship Council). Segundo Siderlei Luiz, o programa trouxe expectativas
positivas de vendas. “Esperamos atender os compradores de forma sustentável,
mostrando aos clientes nossos melhores produtos e as melhores práticas de
produção", conta. O manejo sustentável promove práticas responsáveis na
cadeia produtiva da madeira e mantém a floresta de pé, contribuindo para a
redução de queimadas e de desmatamento ilegal.
O
comércio internacional também se tornou possível para a Casa da Sela. Igor
Santiago, diretor da empresa, começou sua trajetória em busca de novos mercados
com o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) da ApexBrasil. Na edição
de abril do Exporta Mais Brasil, focada em couro e peles, participou, pela
primeira vez, de uma rodada de negócios internacionais. “Nossa empresa é de
Governador Edson Lobão, o polo industrial do couro no Maranhão, e a experiência
de conversar com compradores de países como África do Sul, Colômbia e China e o
networking que tivemos foi muito importante para nós”, conta o empreendedor,
lembrando das possiblidades de gerar bons negócios nos próximos meses.
As
rodadas de negócios colocam frente a frente compradores internacionais com
empreendedores brasileiros. "É uma experiência extraordinária conhecer
novos fornecedores do Brasil trazidos pela ApexBrasil", disse Craig van
Heerden, diretor da HideSkin, da África do Sul, importador que compra
aproximadamente 650 peles e couro bovino por mês e precisa aumentar o volume.
Christian Orbe, gerente da Bunky, fábrica de calçados com 800 distribuidores no
Equador, acrescenta: "é uma iniciativa linda da ApexBrasil e estamos
abraçando as novas oportunidades, com o objetivo de fazer novos negócios”.
Produtos
e serviços ligados a setores específicos da cultura brasileira, tipicamente
made in Brazil, também entram nas rodadas. Em setembro do ano passado, por
exemplo, evento realizado em Fortaleza (CE) reuniu 58 artesãs e artesãos das
cinco regiões do país – de tipologias como cerâmica, madeira, fibras naturais e
rendas – e 10 compradores internacionais, vindos da Holanda, Reino Unido,
Irlanda, Áustria, Estados Unidos, China, Japão e Jordânia. Mais de 300 reuniões
foram realizadas, com R$ 1,7 milhões em negócios gerados durante o evento e em
vendas futuras.
A artesã
tocantinense Eliene Bispo, que faz trabalhos com capim dourado há 23 anos e
preside a Associação Dianapolina de Artesãos, na cidade de Dianópolis, sudeste
do estado, fechou acordo com compradores da China e da Áustria. Eliene Bispo
também integrou o PEIEX e essa experiência facilitou seu primeiro contato com o
mercado internacional. “Quando comecei a exportar, foi um sofrimento, porque eu
não sabia, ninguém sabia explicar como era que fazia. Então foi muito
interessante participar do PEIEX, vi que existem outras maneiras da gente
fazer”, relata a profissional, que traz na bagagem outro trabalho que lhe
rendeu fama além-mar: a confecção das cerca de 180 pequenas peças em capim
dourado bordadas no blazer e no colete utilizados pela primeira-dama do Brasil,
Janja Silva, no dia da posse presidencial. De acordo com o IBGE, o artesanato
contribui para a economia de 67% dos municípios brasileiros e movimenta cerca
de R$ 50 bilhões ao ano.
"Esse
é um programa criado para aproximar empresas todas as regiões do comércio
exterior, diversificando as origens das exportações brasileiras. O jeito de
fazer isso é simples e eficaz: um diálogo franco e direto entre quem compra e
quem vende. Às vezes, a empresa já está pronta para vender, mas ainda precisa
de um apoio, e nosso objetivo é chegar até essas pessoas, conhecer suas
demandas e levar a expertise da ApexBrasil sobre comércio exterior”, explica
Jorge Viana.
Com o
slogan "Rodando o país para as nossas empresas ganharem o mundo", o
Exporta Mais Brasil foi criado com o objetivo de potencializar as exportações
do país a partir de uma aproximação ativa com diferentes setores da economia,
de todas as regiões do Brasil. Por meio do programa, empresas brasileiras têm a
oportunidade de se reunir com compradores internacionais que vêm ao país em
busca de produtos e serviços de qualidade. “Não é por caso que as exportações
brasileiras seguem batendo recordes. Em julho, o país bateu a marca de US$ 30,9
bilhões exportados, um aumento de 9,3% em comparação com julho do ano passado,
devido ao crescimento do volume embarcado. Também conquistamos um recorde no
acumulado do ano, de janeiro a julho”, destaca o gerente Regional da
ApexBrasil, Jacy Bicalho Braga.
Nesse
período de um ano, compradores de 246 empresas internacionais de 63 países
vieram ao Brasil para fazer negócios e conhecer de perto produtos brasileiros
de setores como alimentos e bebidas, cosméticos, frutas e derivados, moda,
artesanato, materiais de construção, produtos lácteos, couro e peles, manejo
florestal sustentável, aquicultura e pesca, revestimento cerâmico, entre
outros. Grandes compradores como China, Estados Unidos, Japão, Alemanha,
Reunido Unido, Chile, Colômbia, Uruguai e Arábia Saudita participaram várias
vezes de rodadas organizadas pela ApexBrasil. Em 2024, 21 novos mercados foram
somados ao programa. Entre eles estão: Tailândia, Romênia, Lituânia, Bulgária,
Armênia, República Dominicana, Jamaica, Filipinas e Islândia.