quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Maersk projeta expansão de 7% nas operações no Brasil

         A proximidade de encerramento do ano tem sido marcada pela retomada da economia brasileira e o comércio exterior tem um grande peso neste processo. A expectativa da Maersk Line, líder mundial no transporte de contêineres, é de um crescimento de 7% neste 2017, impulsionado pelo incremento de 14% nas importações e de 1,5% nas exportações.
         A projeção é do diretor de Trade e Marketing da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, João Momesso. Segundo o executivo, neste ano, o comércio exterior registrou a melhor performance desde 2014. “Não há dúvida de que a crise ficou para trás, mas as importações ainda estão 9% abaixo do que eram há três anos”.
         Nas importações, as operações têm registrado crescimento nos últimos 12 meses. No terceiro trimestre, o incremento foi de 14,3%. De acordo com a Maersk, as expectativas são boas já que os desembarques de bens manufaturados cresceram 44% entre julho e setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado.
         Já as importações de produtos eletrônicos que desembarcam em Manaus saltaram 35% no terceiro trimestre, na relação com os mesmos meses de 2016.
         “Isto é muito encorajador. Pela primeira vez, os varejistas estão fazendo mais do que simplesmente repor as prateleiras. Eles estão aumentando seus estoques antes do Natal. É uma grande diferença do que aconteceu no ano passado, quando apenas mantinham os seus inventários”, destaca o diretor da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, Antonio Dominguez.
         As exportações de carga seca e refrigerada registraram alta de 6,9% entre julho e setembro graças ao forte crescimento do mercado, revertendo a queda de 2,2% registrada no segundo trimestre. Considerando apenas os embarques de carga seca, houve um aumento de 6,6% no período, ao passo que os de carga reefer subiram 7,4%.
         Da mesma maneira que os bens de consumo impulsionaram as importações, um aumento na procura por carne na Ásia e na Europa resultou em crescimento de 37% nas exportações de proteína no terceiro trimestre, registrando uma recuperação após uma desaceleração nos três meses anteriores.
No entanto, Argentina, Uruguai e Paraguai também estão aumentando as exportações de carne, disputando espaço com os produtores brasileiros.
         “O forte crescimento do mercado de exportações está colocando muita pressão nas companhias de transporte marítimo, o que fez a Maersk Line mudar sua forma de atender os clientes do mercado reefer no Nordeste do Brasil, por exemplo. Ao mesmo tempo, a empresa passou a disponibilizar mais contêineres refrigerados e lançou o RCM (Gerenciamento Remoto de Contêineres) para todos os clientes, possibilitando rastrear e acompanhar seus produtos durante toda a viagem, garantindo o frescor das cargas perecíveis”, ressalta o diretor Comercial da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, Nestor Amador.
         No segmento de carga seca, a África se destacou como destino devido à alta demanda por açúcar, compensando significativamente a queda na procura pela commodity em outras regiões do mundo. Os produtores brasileiros estão servindo principalmente as maiores e relativamente mais estáveis economias africanas, da Nigéria à África do Sul.
         Enquanto isso, outras regiões se beneficiaram com a colheita de soja e milho, resultando em crescimentos de 94% e 81%, respectivamente, no terceiro trimestre, contribuindo para os resultados bem acima do esperado nas exportações.
         No próximo ano, o diretor João Momesso espera um crescimento ainda maior no transporte de cargas, mas a recuperação total, certamente, não será registrada.
Para 2018, o executivo estima um crescimento marginal das importações e dificuldades para obtenção de espaço em navios cargueiros nas rotas de exportação. “Há demanda, mas não há espaço. Commodities que sofreram conteinerização (passaram a ser transportadas em contêineres) recente, como soja e milho, devem ser as mais impactadas”.

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