sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

MSC é o principal comprador de navios porta-contêineres de segunda mão


As vendas de navios usados ​​tiveram um ano sólido em 2024, o terceiro mais forte da história, beneficiando-se diretamente da força dos mercados de fretamento de navios de carga e contêineres, bem como do otimismo geral no setor. No total, 333 navios porta-contêineres foram vendidos durante o ano por 1,1 MTEUs, em comparação com 285 vendas para um total de 937.000 TEUs registradas em 2023.

Com exceção dos meses de julho e agosto, e de um dezembro tradicionalmente tranquilo, o mercado de vendas esteve muito ativo durante todo o ano, com mais de trinta transações concluídas em média a cada mês. Ao contrário de 2023, que viu uma queda significativa nos preços ao longo do ano, os valores dos navios aumentaram significativamente em 2024.

Enquanto isso, alguns navios mudaram de mãos no último trimestre pelo dobro do preço. que eles poderiam obter no início do ano . O comprador mais ativo foi mais uma vez a MSC, que arrematou impressionantes 70 navios de todos os tamanhos, de 1.300 a 14.700 TEUs, para um total de 330.000 TEUs, representando um terço de todos os navios vendidos. Em novembro, a armadora atingiu o limite simbólico de 400 aquisições de navios porta-contêineres usados ​​desde agosto de 2020, quando embarcou em uma onda de compras de navios sem precedentes.

A CMA CGM também adquiriu quinze embarcações, incluindo unidades já comprometidas com sua frota sob contratos de afretamento por tempo, um pouco mais do que em 2023. Entre as embarcações adquiridas estavam cinco embarcações de refrigeração de alta capacidade de 2.259 TEU da classe Seatrade Red (SDARI). 2100) adquirido da Seatrade da Holanda.

Outros grandes compradores foram HMM (10 navios), MPCC (9) e Peter Döhle (6 navios, incluindo três unidades de 9.956 TEU da Capital Ship Management). Os chineses também foram muito ativos, com diversas compras de navios de pequeno e médio porte, incluindo oito embarcações que acabaram na Safe Ships.

Na Turquia, a operadora regional de transporte marítimo Medkon Lines impressionou com a aquisição de oito alimentadores de 900-1.200 TEU. Do lado dos vendedores, os participantes mais ativos foram os armadores alemães não operacionais NSB Niederelbe e V Ships Hamburg, que venderam doze navios cada. Enquanto isso, a Capital Ship Management da Grécia se desfez de onze navios e o armador compatriota Contships Management svendeu nove navios alimentadores menores, com a intenção de substituí-los por unidades maiores.

Quanto ao tamanho dos navios vendidos, como é habitual, os mais transacionados foram os de 900-2.000 TEU, com 101 unidades vendidas, contra 113 em 2023. Seguiram-se os de 3.000-5.100 TEU, com 66 unidades vendidas, em comparação com 45 em 2023. Em relação à idade das embarcações, a grande maioria das vendidas, 68%, tinha 15 anos ou mais, enquanto apenas 4% tinham menos de cinco anos.

Embarcações de 15 a 19 anos foram as mais negociadas, com 124 vendas concluídas. A idade média dos navios vendidos foi de 16 anos. A geopolítica será fundamental em 2025 Assim como no mercado de fretamento, as perspectivas de vendas em 2025 dependerão em grande parte da situação no Oriente Médio, com a questão principal sendo quando as companhias marítimas voltarão a usar a rota do Mar Vermelho e o Canal de Suez.

Após o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, selado em 15 de janeiro, há uma possibilidade de que as companhias marítimas voltem a usar essa rota antes do verão do hemisfério norte, desde que o cessar-fogo seja sustentável nos próximos meses. Enquanto isso, a maioria dos navios porta-contêineres continuará a desviar do Cabo da Boa Esperança, o que seguirá estimulando a demanda por capacidade e a manter as taxas de frete e fretamento saudáveis. Quando a rota de Suez for amplamente utilizada novamente, o mercado poderá tomar um rumo diferente.

Com entregas de novos navios estimadas em 2 Mteu até 2025, o retorno da sobrecapacidade é uma ameaça, principalmente se a demanda por carga não atingir a vitalidade de 2024. O mercado de vendas de navios usados ​​pode ser afetado pelo aumento do número de candidatos à venda e pela queda nos preços. Isso pode levar alguns proprietários de embarcações mais antigas e menos eficientes a recorrer ao desmantelamento, abrindo caminho para uma tão esperada recuperação nas vendas de reciclagem. No entanto, o número limitado de pátios de reciclagem adequados no Atlântico continuará sendo um grande desafio para os armadores europeus ao selecionar um local para o descarte de seus navios mais antigos.

Brasil e Japão debatem uso integrado de combustíveis sustentáveis e tecnologias limpas

A busca pela descarbonização e transição energética a partir do uso integrado de combustíveis sustentáveis e tecnologias limpas. Essa é a premissa de uma cooperação técnica que está em fase de elaboração pelo Brasil e pelo Japão. Representantes dos dois governos que integram o Comitê Conjunto de Promoção de Comércio e Investimentos e Cooperação Industrial se reuniram, nesta semana, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), para avançar nas discussões sobre o tema.

Conhecida como Iniciativa para Combustíveis Sustentáveis e Mobilidade (ISFM), essa estratégia conjunta busca fomentar o uso global e integrado de combustíveis renováveis - como biocombustíveis, biogás, hidrogênio verde e seus derivados – em equipamentos de mobilidade e alto desempenho - como motores híbridos e flex. “A realização da COP 30 em Belém, em novembro deste ano, tem uma importância estratégica para o posicionamento do Brasil na liderança do combate às mudanças climáticas.  Por isso, iniciativas como essa são de extrema relevância para engajar outros países na pauta da descarbonização”, disse o secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa.

Na reunião, o vice-ministro para Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI), do Japão, Takehiko Matsuo, destacou o potencial da iniciativa para sensibilizar países de todo o mundo sobre os compromissos climáticos globais.  Uma oportunidade para fortalecer debates sobre o assunto acontecerá na Expo Mundial de Osaka, a ser realizada na cidade japonesa em outubro deste ano. “Vamos realizar uma conferência internacional de nível ministerial para discutir sobre a importância dos combustíveis sustentáveis na busca pela neutralidade do carbono”, afirmou.

O encontro entre o METI e o MDIC contou ainda com a participação de representantes do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério de Minas e Energia (MME), a fim de discutir temas que possam figurar na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão, o que deve acontecer em março deste ano. Nessa oportunidade, está prevista a assinatura do memorando que formalizará a cooperação técnica sobre a Iniciativa para Combustíveis Sustentáveis e Mobilidade (ISFM).

Outros assuntos ganharam destaque, como o fortalecimento das relações econômicas entre o Mercosul e o Japão, diálogo mantido entre o bloco econômico e o país asiático desde 2011. Além desse tema, METI e MDIC também conversaram sobre projetos em andamento em relação à iniciativa de co-criação da indústria Brasil-Japão, cooperação formalizada em maio do ano passado, que busca avançar na integração produtiva entre os dois países. Essa iniciativa aborda temas caros para ambos os países, como economia circular e economia digital, com foco no uso de sistemas de satélite; produção e uso do hidrogênio verde; e descarbonização e transição energética com uso da cana-de-açúçar.

“É um desejo do presidente Lula intensificar os diálogos e as relações entre Brasil e Japão. Por isso, essa cooperação tem como objetivo fortalecer essa parceria e promover o desenvolvimento de setores estratégicos dos dois países”, finalizou o secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa.

 

Antaq lança 1º Etapa do Inventário de Gases de Efeito Estufa do Setor Aquaviário

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) vai realizar, no dia 5 de fevereiro, o lançamento da 1ª etapa do Inventário de Gases de Efeito Estufa do Setor Aquaviário. O evento pode ser acompanhado presencialmente na sede da Agência ou pelo YouTube.

Nesse primeiro momento, o foco é mensurar as emissões de gases de efeito estufa na cabotagem e na navegação interior - os dados são referentes aos anos de 2021 e 2023. No entanto, o objetivo é expandir essa medição para todo o setor aquaviário, incluindo embarcações de maior porte e instalações portuárias. 

No dia do evento, também serão assinados Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT) para o desenvolvimento das próximas fases do inventário setorial.

O projeto vai permitir uma visão precisa sobre as emissões de gases de efeito estufa pelas embarcações em operação, criando uma base sólida que vai fomentar a implementação de ações concretas rumo à descarbonização.

Este é um marco importante para o desenvolvimento sustentável do transporte marítimo e fluvial no Brasil. O inventário setorial é o primeiro passo de um esforço contínuo para mapear, quantificar e mitigar as emissões de gases de efeito estufa provenientes das operações aquaviárias. Os dados estarão disponíveis para consulta em um painel semelhante ao Painel Estatístico Aquaviário.

Como complemento ao inventário setorial, foi desenvolvido o Guia de Descarbonização do Setor Aquaviário: Conceitos e Futuro Sustentável. O documento tem como intuito nivelar o conhecimento de todos os entes envolvidos no setor aquaviário sobre os conceitos fundamentais da descarbonização e as ações necessárias para promover um modelo de baixo carbono. 

O guia está alinhado às diretrizes da Organização Marítima Internacional (IMO) e aos compromissos globais e nacionais em torno do desenvolvimento sustentável e da redução das emissões de gases de efeito estufa.

 

 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Ferrovia Transnordestina avançará mais 26 quilômetros com trecho Pecém-Caucaia


O projeto da Transnordestina, com 1.206 km de extensão em sua linha principal, atravessando 53 municípios, do Piauí ao Ceará, avançou ainda mais nesta semana, com a autorização de mais um trecho de construção da ferrovia. Ao lado de várias autoridades, o governador ceaaense Elmano de Freitas assinou a ordem de serviço do lote 11, que corresponde à extensão de 26 quilômetros, do Porto do Pecém a Caucaia. A previsão é que sejam criados 700 empregos diretos apenas durante a construção deste trecho.

O governador ressaltou que a Transnordestina é a principal obra de infraestrutura do Nordeste. “É uma ferrovia que permite ao Ceará ter um grande ganho de logística, de redução de frete para as mercadorias, e que possibilita trazer grãos para toda a cadeia leiteira, mas, acima de tudo, a logística para exportação através do Porto do Pecém, seja de calçado, de frutas ou produtos industriais, que o estado vai cada vez mais atrair. Então, é um ganho muito importante”.

No estado do Ceará, a Transnordestina prevê atuar com três terminais de carga, atendendo não somente aos grandes produtores de grãos a partir do Piauí, mas também a bacia leiteira e pequenos e médios agricultores do Ceará. Um dos terminais, com foco em grãos, ficará na região de Quixeramobim. A localização dos outros dois – um para combustíveis e outro para fertilizantes – ainda será definida pela empresa.

Elmano destacou que a Transnordestina só é possível graças ao empenho do presidente Lula. “A decisão do presidente de concluir a obra é de fundamental importância para o Nordeste e o Ceará. Estamos falando de uma obra que precisa de investimento de mais de R$ 6 bilhões. Serão 8 mil empregos no ápice da obra. Já estamos com obra de Acopiara a Quixeramobim e até Itapiúna, e, agora vamos fazer o processo de encontro de onde a obra está sendo executada até onde vai chegar”, contou. “Temos a perspectiva de em março ou abril darmos a ordem de serviço para mais um lote e, ainda no primeiro semestre, outro lote, e assim vamos claramente idealizando a conclusão dessa obra”.

Ainda durante a assinatura, o governador anunciou que está sendo realizada licitação para adaptação e ampliação do Porto do Pecém. “No dia 6 abrimos as propostas da licitação para o investimento de mais de R$ 670 milhões no Porto do Pecém, para a Transnordestina e para o hidrogênio verde. Ou seja, estamos alterando profundamente a logística no Estado do Ceará”.

“Hoje estamos com mais de 2.800 pessoas trabalhando na obra e com mais este lote vamos passar de 3.500 pessoas”. A afirmação é do diretor-presidente da Transnordestina, Tufi Daher. “Nunca teve uma perspectiva tão boa igual temos agora. Sempre digo que o mais fácil é fazer a obra. Se os recursos saírem nas datas previstas, temos uma grande chance de entregar no prazo previsto”, avaliou.

Daher falou, também, que há o compromisso de já iniciar a operação ainda neste ano. “Ainda que seja para o mercado interno, mas vamos iniciar. Vamos trazer do Piauí até Iguatu, inicialmente. Esse trecho já está pronto, falta apenas finalizar os terminais”, destacou.

O orçamento atual do projeto é de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 7,1 bilhões já foram investidos. As obras da Transnordestina retomaram o ritmo em 2023, com a volta de investimentos federais. O empenho do governo é para que a entrega da Fase 1 da ferrovia ocorra até 2027 e até 2029, a Fase 2.

 

MSC e Maersk buscam soluções diferentes a partir da dissolução da aliança 2M

A aliança 2M entre a MSC e a Maersk será dissolvida a partir de fevereiro, enquanto as duas companhias marítimas buscam soluções radicalmente diferentes para a questão de qual é a maneira mais eficiente, confiável e barata de transportar contêineres ao redor do mundo. As consequências serão sentidas por todas as empresas que dependem do transporte marítimo, de acordo com um relatório da Bloomberg, que observa que a MSC controla mais de 20% da capacidade global da frota de transporte de contêineres, enquanto a Maersk detém uma participação de 14%.

A MSC, por um lado, declara-se uma "empresa de transporte marítimo sem alianças" em um setor dominado há poucos anos por três associações. Espera-se que a linha de navegação aumente sua liderança, dependendo do número de novos navios que entrarem em serviço. A Maersk, por sua vez, está aperfeiçoando uma rede logística abrangente no mar e em terra, e tem a Hapag-Lloyd como nova parceira marítima.

As duas companhias formaram a aliança Gemini Cooperation. O foco deles será na confiabilidade da rota. “A Gemini está realmente tentando fazer algo diferente”, disse Trine Nielsen, chefe global de frete marítimo da Flexport Inc., enquanto “a MSC está se apegando à maneira original e tradicional de fazer transporte marítimo”. Acrescentou que, embora a Flexport ainda não tenha visto um aumento nas reservas na Gemini, “temos muitos clientes que valorizam a confiabilidade, então a curiosidade está lá”.

Alguns proprietários de cargas estão adotando uma atitude de esperar para ver, ele disse, mas “a confiabilidade está tão ruim hoje que não vejo grande risco em tentar isso”.  Segundo a publicação, na MSC, empresa privada, a tomada de decisões é concentrada no topo, entre seu fundador, Gianluigi Aponte, 84; seu filho Diego Aponte, CEO do grupo, e outros executivos de alto escalão.

A companhia marítima também é muito sigilosa sobre estratégia e resultados: apenas um pequeno grupo pode ver os relatórios anuais. A combinação de discrição e agilidade da MSC nem sempre se alinhou bem com a cultura de transparência e confiabilidade da Maersk, que agora é negociada publicamente, mas ainda é fortemente influenciada pela família bilionária Maersk-Uggla.

No entanto, a Maersk achou difícil manter essa reputação durante a aliança 2M. De chegar no horário em cerca de 85% das vezes antes de 2015, a confiabilidade geral da aliança caiu para cerca de 50%, o que significa que os clientes recebem suas cargas com cerca de cinco dias de atraso, em média, de acordo com dados da Sea-Intelligence.

A MSC alcançou 50,5% de pontualidade no terceiro trimestre, enquanto a Maersk liderou as companhias marítimas globais com 54,6% de seus navios chegando no horário. A Maersk e a MSC continuaram a adicionar portos às suas rotas para encher os seus novos meganavios de 400 metros durante a sua aliança, mas essa abordagem "simplesmente não funciona", diz Johan Sigsgaard, diretor de produtos da divisão Ocean da Maersk, acrescentando que " a qualidade do serviço estava sofrendo", já que "quanto mais portos de escala você tem, menos confiável o serviço é".

Por isso, na metade da aliança 2M, a Maersk começou a repensar seu design de rede. Em vez de adicionar escalas, reduzi-las. "Tivemos que quebrar um pouco da lógica tradicional de como você projeta uma oferta oceânica", diz Sigsgaard. No entanto, a MSC não aceitou a nova estratégia e, em agosto de 2020, embarcou em uma onda histórica de compras de navios usados, adquirindo 405 navios em quatro anos e meio, de acordo com dados da Alphaliner. Isso adicionou uma capacidade total de 1,7 milhão de TEUs, equivalente ao tamanho total da Evergreen Line, a sétima maior linha de navegação do mundo em capacidade.

Em uma entrevista em setembro à Bloomberg News, a MSC informou que, por meio das compras, “estamos encomendando ativos que estarão em nossa frota pelos próximos 25 a 30 anos”. É nesse contexto que a Maersk e a MSC embarcarão oficialmente em rotas separadas a partir de fevereiro. A Gemini Cooperation se concentrará em hubs onde seus dois parceiros controlam terminais de contêineres. Isso deve ajudar a reduzir atrasos devido ao congestionamento.

No entanto, o desafio depende da capacidade de gerenciar circuitos mais curtos com grandes navios entre hubs e navios menores "alimentadores" para entregar a carga aos seus destinos marítimos finais. Em preparação para o lançamento, a Maersk investiu US$ 3 bilhões desde 2020 para expandir oito terminais em portos, incluindo Tânger e Roterdã. O objetivo é alcançar 90% de confiabilidade até o segundo semestre de 2025 e obter benefícios de eficiência. “A pontualidade libera capacidade e deve permitir que a empresa aumente sua capacidade anual sem comprar novos navios”, disse Sigsgaard. Enquanto isso, a MSC tem "uma boa chance de ter sucesso operando sua própria linha da mesma maneira".

Porto de São Francisco do Sul economiza R$ 30 milhões racionalizando suas compras

O Porto de São Francisco do Sul obteve uma economia de R$ 30 milhões em 2024, como resultado de uma série de medidas voltadas à racionalização das compras e à maior eficiência nos processos licitatórios. A Gerência de Licitações e Contratos adotou estratégias para garantir preços mais adequados e uma maior competitividade nas aquisições do terminal do Norte de Santa Catarina.

A principal ação foi a reorganização das compras, muitas vezes agrupadas em lotes, o que aumentou o interesse dos fornecedores.
Essa mudança gerou uma redução de aproximadamente 30% entre o valor de referência das licitações e o valor final das propostas vencedoras.
Ao longo do ano, foram realizados 65 contratos de produtos (como equipamentos de TI e compra de lubrificantes para máquinas) e 59 contratos de serviços (como dragagem do canal de acesso e coleta de resíduos), totalizando 124 contratos.

O presidente do Porto, Cleverton Vieira, destacou que a economia gerada será reinvestida na infraestrutura do complexo portuário e na melhoria dos serviços prestados. “Essa racionalização e busca pela competitividade resultaram em números muito positivos, refletindo a boa gestão e o zelo com o dinheiro público”, afirmou. 

“Esta iniciativa parte da diretriz do governador Jorginho Mello para que se reduzam as despesas com vista a priorizar investimentos na atividade fim da empresa pública, que é oferecer a adequada infraestrutura terrestre e aquaviária para os nossos clientes”, acrescentou o presidente do Porto.

Outro ponto relevante é que houve um número reduzido de licitações fracassadas. A maior parte teve sucesso, atraindo interessados de todo o país, o que reforça a adequação dos valores aos padrões de mercado e a eficácia do modelo adotado.
Para Vieira, a redução nos custos e a melhoria na competitividade das licitações demonstram um esforço contínuo do Porto de São Francisco do Sul para aprimorar sua gestão e garantir o melhor uso dos recursos públicos.

 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Aumento nas tarifas no governo Trump pode mudar as cadeias globais de suprimentos


A geopolítica pode criar barreiras ao comércio, mas, no final das contas, os bens sempre encontrarão um caminho de um lugar para outro se houver demanda por eles. Foi assim que, após a escalada da Guerra Comercial entre os Estados Unidos e a China em 2018, durante o primeiro mandato de Trump nos EUA, os importadores americanos consideraram suas opções e começaram a transportar seus produtos através das fronteiras do México e do Canadá. Isso contribuiu para um crescimento extraordinário nos volumes de TEU enviados da China para o México, um aumento de 76% entre 2019 e 2024. No Canadá, os volumes de TEU aumentaram 54% no mesmo período.

As cadeias de suprimentos mudarão com Trump? Para Peter Sand, analista chefe da Xeneta, essa é “a pergunta de um milhão de dólares”. Ao tentar responder, ele sugere que talvez o crescimento espetacular dos volumes no México e no Canadá possa ser parcialmente prejudicado se as tarifas os tornarem menos atraentes como pontos de entrada de mercadorias nos Estados Unidos, mas indica que "os importadores não vão abandonar essa rota depois de passar anos preparando-a e investindo em infraestrutura para transformá-la em um centro logístico”.

Além disso, ele explica, Trump ameaçou impor tarifas ainda mais severas à China, de 60%, e tarifas gerais de 10-20% ao resto do mundo. Se os importadores vão mudar as cadeias de fornecimento para evitar tarifas, o jogo estratégico pode ser “identificar a opção menos ruim”. Na verdade, em geral, ele argumenta, é mais fácil mudar o destino das importações do que mudar a origem das exportações. Importar para o México para transporte posterior para os EUA acrescenta complexidade às cadeias de suprimentos, mas isso “é um problema que empalidece em comparação com a turbulência causada pela mudança de exportações para fora da China e pelo desmantelamento de instalações de fabricação”.

Sand ressalta que houve um aumento na exportação de contêineres da Índia nos últimos anos, “provavelmente às custas da China”, enquanto países vizinhos do Sudeste Asiático, como o Vietnã, também estão ganhando destaque. “Do subcontinente indiano à Costa Leste dos EUA, os volumes aumentaram 14,5% ano a ano em 2024”, disse o analista. As empresas podem estar buscando evitar tarifas enviando produtos da China para um país como o Vietnã para reembalagem ou reaproveitamento antes do transporte para os EUA.

"Se as tarifas sobre a China aumentarem, isso pode acelerar essa abordagem", ele prevê. Mudar de estratégia ou não? De acordo com Sand, os dados da Xeneta mostram que as taxas spot médias atuais da China para a Costa Leste dos EUA estão em US$ 6.446/FEU. Da Índia à Costa Leste dos EUA, as taxas spot médias são de US$ 4.827/FEU. Então é uma boa oportunidade para mudar o ponto de origem? O analista explica que não é tão simples assim, pois o simples fato da mudança massiva na opção de origem pelos importadores pode fazer com que a tarifa suba de um ponto onde antes ela era menor.

Ele ressalta que também deve ser considerado que a distribuição dos importadores é apenas um exemplo da variedade de dados que o importador deve considerar em sua estratégia de transporte, por isso deve tentar incluir dados sobre capacidade, tempos de trânsito e confiabilidade das rotas, detenção e sobrestadia, sobretaxas e emissões de carbono. De acordo com Sand, pode levar anos para que os padrões de negociação evoluam à medida que diferentes ameaças geopolíticas surgem e desaparecem. Em quatro anos, pode haver um novo ocupante da Casa Branca com uma política comercial diferente. No entanto, ele ressalta que importadores inteligentes não esperam que uma ameaça como as tarifas de Trump surja para agir, mas sim "já têm um profundo conhecimento do transporte de contêineres e uma estratégia de transporte ágil que lhes permite manter seus portos abertos". opções para se adaptar a essas forças geopolíticas no curto e longo prazo.” (imagem de Washington DC)

Ministério de Portos e Aeroportos lança nova Política de Sustentabilidade

O Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor) lançou nesta semana, na sede da B3, em São Paulo, a nova Política de Sustentabilidade, que será aplicada aos setores de portos, aeroportos e hidrovias. O evento reuniu representantes dos setores público e privado, além de especialistas, para apresentar iniciativas voltadas à transformação da gestão ambiental e social da logística brasileira.

Entre os principais objetivos da nova política estão a redução das emissões de gases de efeito estufa, a implementação de programas sociais e ambientais e o alinhamento às metas globais da Agenda 2030. A iniciativa também visa fortalecer a competitividade do Brasil no cenário internacional, promovendo o desenvolvimento sustentável e atraindo investimentos para os setores portuário, aeroportuário e hidroviário.

Durante o lançamento, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou a importância da iniciativa. "O lançamento da Política de Sustentabilidade é um marco para a infraestrutura logística do Brasil. Estamos comprometidos em construir um setor que alie desenvolvimento econômico à responsabilidade ambiental, posicionando o país como referência no cenário global.”

A secretária executiva do ministério, Mariana Pescatori, reforçou a necessidade de ações práticas e articuladas. "Não seria possível construir essa política sem o apoio de todas as secretarias e equipes técnicas do MPor. Não queríamos um emaranhado de diretrizes e boas intenções, mas algo concreto. Vamos definir metas, cronogramas e projetos voltados à transformação energética, descarbonização e mudanças climáticas, além de envolver a iniciativa privada com metas claras.”

Selos de sustentabilidade

Foram também apresentados os critérios para obtenção de selos de sustentabilidade, divididos em quatro categorias: bronze, prata, ouro e diamante. Esses selos reconhecem empresas comprometidas com práticas de governança ambiental, social e corporativa (ESG).

Guilherme Peixoto, gerente de Processos Licitatórios da B3, destacou o papel da sustentabilidade nas parcerias: "Essa política reflete o propósito que carregamos. A sustentabilidade está no DNA da B3, e iniciativas como esta engrandecem a relação entre o setor público e privado."

Empresas interessadas em aderir ao Pacto pela Sustentabilidade poderão se inscrever até o dia 5 de julho. A adesão permitirá que as organizações sejam reconhecidas pelos selos de comprometimento, incentivando práticas ESG em larga escala e promovendo o alinhamento com os objetivos globais de sustentabilidade.

A diretora de Sustentabilidade do MPor, Larissa Amorim, ressaltou o processo inclusivo da criação da política. "A ideia foi estipular metas e parâmetros para resultados efetivos. Criamos uma política participativa, com consulta pública aberta por 30 dias, permitindo contribuições da sociedade e do mercado. Este é um instrumento construído em conjunto."

Impacto no meio ambiente e na economia

A criação da Diretoria de Sustentabilidade, em abril de 2024, marcou o início do desenvolvimento da política, consolidada com contribuições de diversos setores. A solenidade contou ainda com a presença de líderes empresariais e representantes do governo, que destacaram os benefícios da iniciativa para o meio ambiente e para a competitividade econômica do Brasil.

A solenidade também contou com a participação de líderes empresariais e representantes do governo, que destacaram os benefícios da iniciativa para o meio ambiente e a economia brasileira.

 

México abre seu mercado para importação de mais produtos do Brasil

O governo brasileiro comunica a autorização das autoridades do México para que o Brasil exporte ovo em pó e ovo granulado, destinados ao consumo animal, para aquele país. Além de refletir o elevado nível de confiança internacional no sistema de controle sanitário brasileiro, a medida vai contribuir para o aumento do comércio bilateral.

Em 2024, o México importou mais de USD 2,9 bilhões em produtos agropecuários do Brasil. Os destaques foram os setores de proteína animal, complexo soja, produtos florestais e café.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 10 aberturas de mercado em 2025, totalizando 310 novas oportunidades de negócio desde o início de 2023. Esses resultados são decorrentes de ações conjuntas entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Ano Novo Lunar e normalidade nos portos dos EUA causam queda nas tarifas de fretes de navios


O declínio no movimento de contêineres devido ao Ano Novo Lunar (29 de janeiro) e suas consequências imediatas e o fato de que não haverá greves nos portos da Costa Leste dos EUA e do Golfo, causaram uma queda no Índice de Carga em Contêineres de Xangai (SCFI) por mais de mais de dez semanas consecutivas e continuou a baixar na semana passada. As taxas SCFI para a Costa Oeste dos EUA (USWC) caíram 18% em comparação ao pico pré-Ano Novo Lunar há 3 semanas e para a Costa Leste dos EUA (USEC) diminuíram 10%.

Enquanto isso, as taxas do índice de Xangai para a Costa Leste da América do Sul (ECSA) vêm caindo há vários meses e agora estão 40% abaixo do nível observado no início de novembro de 2024. Na rota para o Norte da Europa, as tarifas de frete baixaram 30% em comparação ao pico observado no final de novembro do ano passado.

O analista da indústria marítima Lars Jensen ressalta que é importante destacar que o nível atual de US$ 2.147/TEU ainda é bastante alto, já que antes da Crise do Mar Vermelho em 2023, ele estava abaixo de US$ 1.000/TEU. O Índice Mundial de Contêineres da Drewry também conseguiu capturar a queda das tarifas. As taxas do USWC estão atualmente -8% abaixo do pico e, sazonalmente, tendem a cair -16%. Embora as taxas da USEC estejam atualmente -7% abaixo do pico, o declínio sazonal é normalmente de -12%.

Chama a atenção a queda na rota Ásia-Norte da Europa, que, na comparação semanal, caiu -19%. No entanto, Jensen ressalva que “apesar desses declínios, o nível absoluto das taxas permanece bastante alto e, por enquanto, permanece acima das mínimas sazonais após o Ano Novo Lunar em 2024, bem como do mínimo sazonal após a Semana Dourada no outono 2024.

O analista chefe da Freightos, Judah Levine, destaca outro fator que pode estar influenciando a tendência de queda nas taxas globais, além do cancelamento da ameaça de greve portuária nos EUA e da proximidade do Ano Novo. Mole. À medida que novas alianças se preparam para serem lançadas, parte da redução de tarifas também pode ser devido ao aumento da concorrência.

Os analistas, contudo, não acreditam que as tarifas de frete comecem a baixar quando o trânsito da frota mercante internacional pelo Mar Vermelho e pelo Canal de Suez for retomado. Isto porque, embora o aumento da capacidade exerça uma pressão descendente significativa sobre as tarifas, algumas companhias marítimas expressaram confiança de que a redução da velocidade de navegação (vapor lento) e o aumento do desmantelamento, a margem de navios inactivos e os cancelamentos de itinerários (navegações em branco) ) será suficiente para manter as taxas sob controle.

No entanto, para Levine, o potencial excesso de capacidade pode realmente levar a taxas deficitárias tão baixas quanto as observadas no final de 2023, quando as taxas de frete na rota Transpacífico caíram para US$ 1.200/FEU e entre a Ásia e a Europa baixaram para cerca de US$ 1.200/FEU. US$ 1.000/FEU.

Mas tudo o que foi dito acima ainda cai no reino da especulação, pois o fato é que, embora as companhias marítimas vejam os desenvolvimentos atuais como um primeiro passo promissor para retomar a navegação no Mar Vermelho, não tomarão as medidas dispendiosas e concretas complicadas para regressar até que possamos confirmar que a rota é e permanecerá segura”, diz Levine.

Assim, segundo ele, apesar dos relatos de que a CMA CGM está planejando aumentar a sua utilização do Canal do Suez, a maioria das companhias de navegação, bem como muitos armadores de carga e transitários, estão mais alinhados com a posição expressa pela Maersk na semana passada relativamente a que “devido à situação em curso tensões na região, o risco de segurança para os navios mercantes que transitam pelo Mar Vermelho e pelo Estreito de Bab-el-Mandeb continua alto.”

Complexo Itajaí/Navegantes movimenta 14,17 milhões de toneladas em 2024, queda de 5%

O Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes, em Santa Catarina, encerrou o ano de 2024 com uma movimentação total de cargas de 14,17 milhões de toneladas, uma redução de 5% em relação ao volume registrado no ano anterior, de 14,97 milhões de toneladas. A movimentação de contêineres também apresentou queda, com um total de 1,279 milhão de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), uma redução de 1% em comparação com 1,296 milhão de TEU movimentados em 2023.

A administração federal do Porto de Itajaí, sob a gestão da Autoridade Portuária de Santos (APS), marca o início de uma fase promissora, segundo o presidente da APS, Anderson Pomini:  “O principal objetivo é impor uma visão estratégica focada em elevar a governança, modernizar a infraestrutura portuária e ampliar a movimentação de cargas no Porto de Itajaí", diz Pomini.  Já o superintendente interino do Porto de Itajaí, André Bonini, aponta que “a expectativa para 2025 é a implementação de melhorias estruturais que aumentem a competitividade do porto, promovendo maior eficiência operacional e atração de novos negócios”.

O Porto de Itajaí segue como um importante complexo portuário do Brasil e os números reforçam a importância do porto para a economia regional e nacional, enquanto a administração aposta em novos investimentos e parcerias para impulsionar a recuperação nos próximos anos.

 

MPor e Antaq discutem investimentos em infraestrutura e sustentabilidade

O avanço na infraestrutura portuária e na agenda de sustentabilidade foi tema central da reunião realizada entre a Secretaria Nacional de Portos, do Ministério de Portos e Aeroportos (SNP/MPOR), e a diretoria colegiada da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O encontro também destacou a relevância do projeto Tecon Santos 10, entre outras pautas estratégicas para o setor.

O Tecon Santos 10, conhecido também como STS 10, é um projeto para a construção de um super terminal de contêineres no Porto de Santos. A iniciativa visa aumentar a eficiência e a capacidade operacional do maior porto do Brasil, atendendo às crescentes demandas do comércio exterior de maneira sustentável. O investimento previsto é de R$ 4,5 bilhões, com o leilão programado para o segundo semestre de 2025. A expectativa é que o terminal dobre a capacidade de movimentação de contêineres do porto, responsável atualmente por cerca de 30% do fluxo de importação e exportação do país.

Durante a reunião, também foram abordados temas como licitações para concessões, novas outorgas e investimentos em infraestrutura. Os resultados recentes do setor portuário foram apresentados, evidenciando avanços importantes: o número de funcionários diretos chegou a 3.300, houve aumento na quantidade de trabalhadores operacionais e o setor registrou uma receita média anual de R$ 102,6 milhões.

No âmbito da sustentabilidade, foram discutidas iniciativas como a adoção de equipamentos de baixa emissão de carbono (STS e RTG elétricos), o desenvolvimento de sistemas de energia no cais para navios atracados (Onshore Power Supply), a implantação de pátios reguladores de fluxo viário e a ampliação de investimentos para atendimento ferroviário. Também foram destacados os recursos para a construção do novo Terminal de Passageiros do Valongo, visando fortalecer a relação Porto-Cidade, e a implementação do Programa Carbono Sustentável.

Para o secretário nacional de Portos, Alex Ávila, as ações propostas reforçam o compromisso com o desenvolvimento sustentável e eficiente do setor portuário. “Essas medidas demonstram o esforço conjunto para enfrentar os desafios logísticos e promover avanços significativos na infraestrutura portuária do país. A reunião definiu importantes ações para o Porto de Santos, que será o primeiro arrendamento sustentável do Brasil, priorizando a responsabilidade social e práticas ecologicamente corretas”, destacou Ávila.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, enfatizou que a parceria entre o Ministério e a Antaq está alinhada à agenda de sustentabilidade. “Esse é um tema essencial para conciliar o crescimento econômico com as melhores práticas ambientais. Juntos, estamos construindo as bases para um setor portuário mais moderno, eficiente e sustentável. Essa sinergia entre governo, entidades de classe e iniciativa privada é fundamental para superar desafios e aproveitar as inúmeras oportunidades de desenvolvimento para o país”, afirmou o ministro.

 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Trump promete construir de 58 a 250 navios nos próximos dez anos para fortalecer a frota mercante dos EUA


O segundo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos promete uma série de mudanças potenciais para a indústria de contêineres, visando principalmente conter o poder econômico da China, avaliam especialistas do setor. Na cerimônia de posse, dia 20 de janeiro, no entanto, não houve notícias imediatas sobre tarifas chinesas, depois que o presidente ameaçou aplicar taxas de até 60% durante sua campanha presidencial.

Mas entre as ordens executivas assinadas na segunda-feira, o presidente ordenou uma ampla investigação sobre as práticas comerciais e déficits dos EUA, e uma investigação para verificar se a China não estava cumprindo o acordo comercial da Fase 1 assinado pelas duas potências em 2020. Entre outras medidas, além das tarifas, com as quais o governo Trump se prepara para enfrentar e conter a ascensão da influência da China estão:

Um novo projeto de lei “SHIPS for America”, proposto, com o objetivo de reavivar o transporte marítimo americano para combater a concorrência da China. Ela expandiria a atual frota internacional de 58 embarcações pertencentes ao Registro de Navios dos EUA para 250 embarcações nos próximos 10 anos.

Exigiria que 10% da carga importada da China fosse carregada em navios pertencentes ao Registro de Navios dos EUA dentro de 15 anos, enquanto os navios com bandeira dos EUA teriam prioridade nos portos norte-americanos. na frente de estrangeiros Ele nomearia um conselheiro de segurança marítima dedicado na Casa Branca e ofereceria incentivos fiscais à indústria de construção naval americana.

O Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos publicou recentemente uma investigação sobre as práticas da China nos setores de construção naval, marítimo e de logística. Entre as suas conclusões destaca que "o domínio seletivo da China em setores prejudica a concorrência justa e orientada para o mercado e aumenta os riscos à segurança econômica", justificando "ação urgente".

A decisão sobre qual ação tomar será considerada na próxima etapa da investigação. Uma proposta da Lei de Recompra do Canal do Panamá de 2025, patrocinada pelos republicanos, autorizaria o presidente Trump a iniciar negociações para readquirir o Canal do Panamá, abrindo caminho para que os EUA possuam e operem a hidrovia.

O projeto de lei foi encaminhado para consideração ao Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA. O Departamento de Defesa adicionou recentemente a COSCO e a CIMC a uma lista de empresas com suspeitas de vínculos com os militares chineses: A lista de “nome e vergonha” não tem poderes de execução, mas pode ser usada como base para ações futuras. Esta lista já inclui a China State Shipbuilding Corporation Limited (CSSC) e a Sinotrans & CSC Holdings.

MPor anuncia investimentos de R$ 4,8 bilhões no desenvolvimento de hidrovia esse ano

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), em parceria com Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), realizou em 2024 importantes entregas à sociedade nas hidrovias pelo país, como a inauguração, construção e manutenção de Instalações Portuárias Publicas de Pequeno Porte (IP4), sinalização de hidrovias, dragagem e derrocamento. Neste ano, com orçamento ainda mais robusto, a meta é concluir as obras iniciadas, entregar novos projetos e fortalecer uns dos modais de logística mais sustentáveis do mundo.

Com uma carteira de R$ 4,8 bilhões de investimentos previstas no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o Governo Federal trabalha em ações que vão expandir a navegabilidade nas hidrovias brasileiras, como é o caso do derrocamento do Pedral do Lourenço, que deve ser iniciada ainda este ano. A realização de dragagens nas hidrovias do Tapajós e São Francisco e a manutenção do Madeira, Parnaíba e Paraguai (tramo Sul) também são trabalhos que terão andamento em 2025. No Rio Grande do Norte será realizada a proteção de dolfins da Ponte Newton Navarro, para ampliar a segurança das embarcações e dos usuários que circulam no local.

"Graças ao presidente Lula, nós contamos hoje com o maior portfólio de investimento no modal hidroviário. Hoje o país tem 12.000 km de hidrovia navegáveis, com o potencial de alcançar 42.000 km. Este governo tem inserido as hidrovias na agenda de ações diárias, a criação da primeira Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação comprova que estamos priorizando o transporte de cargas e de passageiros em áreas que não há outro tipo de modal", destacou o ministro Silvio Costa Filho. O titular da pasta de Portos e Aeroportos lembrou que, nos próximos dois anos, o MPor vai fazer cinco concessões hidroviárias no Brasil, sendo a primeira a do Rio Paraguai.

Com serviços que devem alcançar do Norte ao Sul do país, o MPor e o Dnit vão realizar obras de engenharia hidráulica que permitem que as embarcações subam ou desçam rios e mares em locais com desníveis, as chamadas eclusas. Ações dessa natureza serão realizadas em Sobradinho, na Bahia, Jupiá e em Três Irmãos, em São Paulo. As Instalações Portuárias Publicas de Pequeno Porte (IP4), que tiveram movimentação de 4 milhões de passageiros, também serão priorizados. No Norte do país estão previstas a recuperação das IP4 de Borba, Santa Izabel do Rio Negro, Tefé, Parintins, Tocantins, Carreiro da Várzea, Eirunepé e Itacoatiara, todos localizados na Amazônia, além de Cai N'Água, em Rondônia.

Paralelamente estão previstas também a construção de novas infraestruturas no Porto de Manaus Moderna, Lábrea, Jutaí, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Iça, Manacapuru, Boca do Acre, Itacoatiara (Novo Engenho), Maués, em cidades do Amazônia. O Ministério de Portos e Aeroportos também trabalha na elaboração de estudos e projetos em novos empreendimentos nas cidades de Calçoene, Macapá, Mazagão, Oiapoque e Laranjal do Jari, no estado do Amapá.

 

Portos do Rio de Janeiro fecham 2024 com movimentação recorde de mais de 75 milhões de toneladas

A direção da PortosRio participou em Brasília de uma reunião no Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), onde foram apresentados os resultados de 2024 e as perspectivas para 2025. Participaram do encontro o ministro Silvio Costa Filho, a presidente do Conselho de Administração, Thairyne Oliveira, o presidente da PortosRio, Francisco Martins, e o superintendente de Gestão Estratégica, Luis Cesar Fonseca.

A PortosRio encerra 2024 com números expressivos que consolidam seu desempenho como referência no setor portuário brasileiro. Um dos destaques é a reversão financeira mais significativa de sua história: de um prejuízo de R$ 443 milhões em 2023, a companhia projeta um lucro de R$ 225 milhões para 2024, resultado do trabalho eficiente de gestão e do aumento de receitas operacionais.

Outro marco histórico foi a movimentação de mais de 75 milhões de toneladas em 2024, um recorde absoluto para a companhia, consolidando a relevância dos portos administrados pela PortosRio no comércio nacional e internacional.

A presidente do Conselho de Administração, Thairyne Oliveira, ressaltou que a PortosRio também alcançou um índice recorde de execução orçamentária em 2024, utilizando 50% dos recursos disponíveis, um desempenho inédito não só para a companhia, mas também entre as demais Companhias Docas do Brasil.

No âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), duas importantes obras foram concluídas em 2024, enquanto outras já estão contratadas e com previsão de entrega para 2025. Essas obras são fundamentais para ampliar a capacidade operacional dos portos e garantir maior eficiência no escoamento de cargas.

O presidente da PortosRio, Francisco Martins, destacou o impacto das conquistas para a companhia: “Estamos construindo uma nova história para a PortosRio, com gestão eficiente, planejamento estratégico e foco de todos os colaboradores nos resultados. Esse balanço demonstra que estamos no caminho certo para transformar a companhia em um exemplo de eficiência e sustentabilidade no setor portuário.”

O superintendente de Gestão Estratégica, Luis Cesar Fonseca, ressaltou a importância do trabalho em equipe e dos investimentos: “O compromisso de toda a equipe, somado aos investimentos estratégicos em infraestrutura e tecnologia, foi essencial para alcançarmos esses resultados históricos. Estamos confiantes de que 2025 será ainda melhor.”

Com as projeções de lucro e a continuidade das obras estratégicas, a PortosRio se prepara para um ano de novas conquistas, focada em ampliar sua contribuição para o desenvolvimento econômico do Brasil e consolidar sua posição como referência em gestão portuária.

 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Cosco incrementa uso de scrubbers para limpeza de gases de escape nos últimos 12 meses


A Cosco Shipping Group aumentou o uso de sistemas de limpeza de gases de escape (depuradores) nos últimos doze meses. De acordo com a revisão anual da Alphaliner sobre o assunto, a companhia foi a maior influenciadora durante o ano, adicionando 417.827 TEUs de capacidade equipada com scrubbers em 2024. Isso faz com que o grupo suba do oitavo para o quinto lugar no ranking de operadores de acordo com o número de scrubbers por capacidade.

A armadora tinha uma baixa adoção dessa tecnologia, com apenas 10% de sua frota equipada há dois anos, número que agora aumentou para 30%. Este ano, a companhia marítima chinesa instalou depuradores em dezesseis novos navios com propulsão convencional entregues até 2024, incluindo seis Megamaxes.

Enquanto isso, 300.000 TEUs adicionais de capacidade equipada com depuradores serão entregues ao grupo de transporte chinês entre 2025 e 2028, incluindo os navios Maxi-Neopanamax "flower" de 16.828 TEU da série dez da OOCL e os navios de 13.600 TEU da série seis da COSCO a serem entregues em 2027.

O número total de embarcações equipadas com depuradores na frota global de porta-contêineres atingiu o pico de 1.385 embarcações no início de 2025, o equivalente a 12.680.166 TEUs. Isso representa um aumento de 263 unidades ou 2.427.799 TEUs em comparação ao ano anterior. A parcela da frota total equipada com depuradores agora é de 41%, em comparação com 36% há um ano.

As 10 principais transportadoras, com exceção da israelense ZIM, aumentaram sua participação na capacidade equipada com depuradores até 2024. A MSC tem o maior número de navios porta-contêineres equipados com esses dispositivos, com 352 unidades totalizando 3.664.610 TEUs.

A Evergreen consolidou sua posição como a companhia marítima com maior comprometimento com depuradores ao adicionar quase 229.080 TEUs de capacidade equipada com depuradores em 2024, aumentando sua porcentagem total de 84% no final de 2023 para mais de 90% pela primeira vez ( com 91,6%). A empresa tem agora mais navios equipados com depuradores em número (181) do que a Maersk (152), apesar do seu tamanho muito menor. A Yang Ming também aumentou a capacidade equipada com depuradores de 125.948 TEUs para 467.998 TEUs durante o ano, elevando sua taxa de capacidade equipada com depuradores de 48% para 66%.

A exposição da ZIM aos depuradores continua mínima, com apenas nove navios de 70.176 TEUs, inalterado em relação ao ano passado e menos de 10% de sua capacidade total. Isso não é uma surpresa para a Alphaliner, já que a empresa de navegação israelense recebeu 23 novos navios movidos a GNL desde janeiro de 2023, totalizando 215.000 TEUs. A

Apesar do aumento da propulsão por combustíveis alternativos, os depuradores continuam sendo uma ferramenta essencial na transição para o transporte marítimo de baixo carbono. Estima-se que o óleo combustível com alto teor de enxofre combinado com um depurador gere de 15 a 20% menos CO2 do que o óleo diesel marítimo.

As companhias marítimas também estão apostando em uma vantagem econômica: o spread médio entre o IFO 380 de Cingapura e o VLSFO foi menor em 2024 do que em 2023, mas a US$ 125/tonelada (2023: US$ 155/tonelada) ainda ofereceu excelente arbitragem. Esse ganho foi amplificado pelas distâncias adicionais navegadas ao redor do Cabo da Boa Esperança durante a crise. No geral, os preços dos combustíveis permaneceram estáveis ​​ou em queda em 2024.

O Rotterdam IFO 380 subiu 1% na comparação anual, enquanto o VLSFO caiu 4%. Os preços do MGO caíram quase 13%, o segundo ano consecutivo de quedas acentuadas. Espera-se que os preços dos combustíveis caiam novamente em 2025, uma previsão que provavelmente será reforçada pelo recente acordo de cessar-fogo no Mar Vermelho, bem como pelas notícias sobre os recentes aumentos de oferta da OPEP. Cabe ressaltar que, diferentemente de outros eventos geopolíticos recentes que afetaram o transporte marítimo, a crise do Mar Vermelho teve um impacto relativamente pequeno nos preços do petróleo e do GNL.

 

Antaq marca para 6 de janeiro audiência pública para a concessão da Hidrovia do Paraguai

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) realizará, no dia 6 de fevereiro, audiência pública para o aprimoramento dos documentos e da modelagem proposta para a concessão da Hidrovia do Paraguai.

Essa será a primeira concessão hidroviária do Brasil e representa um marco para o setor. A licitação garante, além de ganho em eficiência logística, a diminuição das emissões de gases de efeito estufa.

A transmissão da sessão pública será feita pelo canal da ANTAQ do YouTube a partir das 9h. Os interessados em se manifestar durante a audiência devem se inscrever pelo aplicativo de mensagens "Whatsapp" no número (61) 2029-6940, das 9h às 15h do dia 5 de fevereiro de 2025.

As contribuições poderão ser encaminhadas até as 23h59 do dia 23 de fevereiro de 2025, exclusivamente por meio e na forma do formulário eletrônico disponível no site da ANTAQ, não sendo aceitas contribuições enviadas por meio diverso. 

Será permitido anexar imagens digitais, tais como mapas, plantas e fotos exclusivamente através do e-mail: anexo_audiencia182024@antaq.gov.br, mediante identificação do contribuinte e no prazo estipulado neste aviso. O envio do anexo em e-mail não dispensa o envio da contribuição por escrito no formulário eletrônico. 

Caso o interessado não disponha dos recursos necessários para o envio da contribuição por meio do formulário eletrônico, poderá fazê-lo utilizando o computador da Secretaria-Geral (SGE) desta Agência, em Brasília/DF, ou nas suas Unidades Regionais, cujos endereços se encontram disponíveis no sítio da ANTAQ. 

A Hidrovia do Rio Paraguai compreende o trecho entre Corumbá (MS) e a Foz do Rio Apa, localizada no município de Porto Murtinho (MS), e o leito do Canal do Tamengo, no trecho compreendido no município de Corumbá. A extensão total do projeto é de 600 km. 

Nos primeiros cinco anos de concessão, serão realizados serviços de dragagem, derrocagem, balizamento e sinalização adequados, construção de galpão industrial, aquisição de draga, monitoramento hidrológico e levantamentos hidrográficos, melhorias em travessias e pontos de desmembramento de comboio, implantação dos sistemas de gestão do tráfego hidroviário, incluindo Vessel Traffic Service (VTS) e River Information Service (RIS), além dos serviços de inteligência fluvial. 

Essas melhorias vão garantir segurança e confiabilidade da navegação. O investimento direto estimado nesses primeiros anos é de R$ 63,8 milhões. O prazo contratual da concessão é de 15 anos com possibilidade de prorrogação por igual período. 

Ainda segundo a modelagem, foi definido que somente será feita a cobrança de tarifa para a movimentação de cargas quando a concessionária entregar os serviços previstos na primeira fase do contrato. Em relação ao transporte de passageiros e de cargas de pequeno porte não haverá cobrança de tarifa. 

A previsão de tarifa, pré-leilão, é de até R$1,27 por tonelada de cargas. O critério de licitação pode ser menor tarifa, por isso, esse valor ainda poderá ser reduzido. No entanto, existe a possibilidade, durante a realização da consulta pública, de alteração no critério do certame.  

O transporte de cargas do Rio Paraguai, após a concessão, está estimado entre 25 e 30 milhões de toneladas a partir de 2030, o que significa um aumento significativo de movimentação em relação ao praticado atualmente. No ano passado, a hidrovia transportou 7,95 milhões de toneladas de cargas, um aumento de 72,57% em relação a 2022. 

Em 2023, as hidrovias foram responsáveis por transportar mais de 157 milhões de toneladas de carga, quase 10% de todo o transporte aquaviário ocorrido no período. Esse volume de carga transportada tem um potencial ainda maior para ser desenvolvido e a busca por investimento privado nesse segmento vai ao encontro da busca por uma maior eficiência logística nacional.  

Com a concessão, a hidrovia vai contar com um calado de 3 metros quando o rio estiver cheio e de 2 metros em períodos de seca, o que vai garantir a trafegabilidade das embarcações durante todo o ano, ou pelo menos a maior parte dele. 

Levando em consideração as estiagens extremas dos últimos anos, o contrato também prevê a distribuição adequada dos riscos com a criação da Zona de Referência Hidrológica Contratual, que consiste em avaliação estatística do comportamento hidrológico do Rio Paraguai. 

 

Balança comercial tem superávit de US$ 1,4 bilhão na 3ª semana de janeiro

A Balança Comercial somou até a terceira semana de janeiro/2025 nas exportações, US$ 15,7 bilhões e nas importações, US$ 13,1 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,6 bilhões. Somente na 3 ª semana, registrou-se um superávit de US$ 1,4 bilhão, resultado de exportações no valor de US$ 6,4 bilhões e importações de US$ 5,1 bilhões. Assim, até a 3ª semana de janeiro/2025, a média diária da corrente de comércio totalizou US$ 2.403 milhões e o saldo, também por média diária, foi de US$ 212,71 milhões. Comparando-se este período com a média de janeiro/2024, houve crescimento de 12% na corrente de comércio. 

Nas exportações, comparadas as médias diárias até a 3ª semana de janeiro/2025 (US$ 1.3 bi) com a de janeiro/2024 (US$ 1.2 bi), houve crescimento de 7,8%. Em relação às importações houve crescimento de 17,5% na comparação entre as médias até a 3ª semana de janeiro/2025 (US$ 1.1 bi) com a do mês de janeiro/2024 (US$ 932 milhões). Esses, e outros resultados, foram divulgados nesta segunda-feira (20/1) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e

No acumulado das exportações, até a 3ª semana do mês de janeiro/2025, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: queda de US$ 6,06 milhões (-3,2%) em Agropecuária; crescimento de US$ 37,24 milhões (10,0%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 61,31 milhões (9,5%) em produtos da Indústria de Transformação.

Já no acumulado das importações, até a 3ª semana do mês de Janeiro/2025, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 9,17 milhões (39,4%) em Agropecuária; crescimento de US$ 15,51 milhões (28,2%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 137,08 milhões (16,2%) em produtos da Indústria de Transformação.