segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Exportadores de carne bovina apostam em mercados que paguem preços mais elevados

         O setor de carne bovina está apostando na abertura de mercados que remunerem melhor os embarques para puxar uma retomada dos ganhos no ano que vem. Um balanço realizado pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) apontou o Canadá, México e Indonésia como os compradores com negociações mais avançadas, seguidos por Japão, Coreia do Sul e Taiwan.
         De acordo com o presidente da Associação, Antônio Jorge Camardelli, juntos, estes países têm potencial para adicionar 180 mil toneladas nas vendas anuais do bovino brasileiro, o que significaria ampliação de US$ 1 bilhão no faturamento. "Com o passaporte americano, é facilitado o acesso a países com preço médio mais interessante", estima o Camardelli, em referência à abertura dos Estados Unidos para compra de carne bovina brasileira em 2016. O status sanitário dos norte-americanos é muito rigoroso, uma vez presente naquele mercado, o País mostra que atende a altos padrões de qualidade.
        Caso as expectativas se confirmem, haverá crescimento médio de 9% no faturamento desse ano para US$ 6 bilhões. Vale lembrar que as previsões iniciais de 2016 consistiam em uma elevação em torno de 25% para as vendas externas, o que não aconteceu. As exportações brasileiras de carne bovina in natura tiveram um incremento no último mês de 2016, se comparado com novembro. Segundo dados divulgados pela SECEX (Secretaria de Comércio Exterior), somente na categoria de carne in natura, o Brasil exportou 87,2 mil toneladas, com faturamento de US$ 366 milhões, em dezembro último.
        Segundo a ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), o aumento foi de 15% em volume e 9% em faturamento, em relação ao resultado prévio do mês anterior (novembro de 2016). O país que mais importou carne bovina in natura brasileira foi a China com 15 mil toneladas. A China foi o principal destino da carne bovina em dezembro. De acordo com a Abiec foram embarcadas ao país 15 mil toneladas. Seguidas por Hong Kong (13,7 mil), Irã (12,1 mil) e Chile (8,2 mi
         Entre as carnes exportadas em 2016, só a suína obteve aumento de receita. O mercado de frango cresceu quase 2%. O que não tem colaborado é o preço médio obtido pelas carnes no mercado internacional. A FAO confirma, indicando que em 2016 seus preços recuaram ao menor patamar dos últimos oito anos. E o Brasil, um dos principais players do setor, acompanhou. Ou influenciou.
         Mais sensível no caso brasileiro foi a queda de preço da carne suína: redução superior a 20% em relação a 2015. Já a carne bovina sofreu redução próxima de 10%, enquanto a de frango – a mais negociada internacionalmente e a mais exportada pelo Brasil – teve seu preço médio reduzido em quase 6,5%.
         Com esses desempenhos, quem mais perdeu participação na pauta cambial das carnes no exercício passado foi a carne bovina, cuja participação recuou de cerca de 39% para pouco mais de 37%. Opostamente, o maior ganho foi o da carne suína – de menos de 10% para mais de 11,5%.

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