Os governos do Brasil e da
Alemanha firmaram acordos de cooperação técnica e financeira para incentivar o
desenvolvimento sustentável. Ficou estabelecido pelo acerto, anunciado nesta segunda-feira, 02, um aporte financeiro de 81,9 milhões
de euros do governo alemão, sendo 40,4 milhões para projetos vinculados ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Representantes dos dois países reuniram-se, entre os dias 27 e 29 de novembro,
no Ministério Alemão para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) em Bonn,
para negociações intergovernamentais sobre projetos de cooperação para o
desenvolvimento sustentável. O aporte financeiro será direcionado às seguintes iniciativas: bioeconomia (14
milhões de euros), proteção florestal, recuperação ambiental e reflorestamentos
em pequenas propriedades rurais na Mata Atlântica (13,1 milhões), inovação nas
cadeias produtivas da agropecuária na Amazônia (7,5 milhões) e implementação do
Cadastro Ambiental Rural (5,8 milhões).
A delegação brasileira, chefiada pelo embaixador e diretor da Agência
Brasileira de Cooperação (ABC), Ruy Pereira, foi integrada pelo secretário de
Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, pelo
secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Flávio
Bettarello, e representantes dos ministérios do Meio Ambiente, da Justiça e
Segurança Pública, da Economia, do Público Federal (MPF), Banco Central e
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
As negociações sobre a cooperação bilateral ocorrem a cada dois anos.
Bettarello afirma que esses encontros não são focados "apenas na
arrecadação de recursos financeiros e na cooperação técnica que o governo
alemão disponibiliza a diversas entidades do Brasil, sempre com anuência do
governo federal brasileiro, mas, principalmente, para o alinhamento da visão
sobre como os países podem trabalhar juntos”.
Esta é a primeira reunião do grupo que ocorre durante o governo do presidente
Jair Bolsonaro e que conta com a presença do Ministério da Agricultura
brasileiro. “A participação do Mapa, ocorre, principalmente, pelas atribuições
que a pasta ganhou, com a vinda de novas secretarias, como a de Agricultura
Familiar e Cooperativismo, e de temas como o da bioeconomia, das cadeias de
valor e de inovação. O papel que o Mapa tem, como um grande representante da
produção no Brasil, seja agrícola, pecuária, florestal ou extrativista, o torna
um ator fundamental nesse processo de negociação”, ressalta o
secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais.
Durante as reuniões, o Brasil destacou a necessidade de que a ações tenham como
pilar fundamental a sustentabilidade, como explica o secretário Fernando
Schwanke. “A participação do Mapa foi extremamente importante, pois trouxemos
os conceitos da sustentabilidade que defendemos no âmbito da agricultura no
Brasil e no mundo, como a ministra Tereza Cristina tem dito. Não existe
agricultura sem ela ser sustentável nas questões ambiental, social e
econômica”.
Outro assunto de destaque foi a bioeconomia, que tem ganhado cada vez mais
espaço nas discussões bilaterais. “Esse é um tema no qual colocamos muita luz
desde o começo do ano. Lançamos o programa Bioeconomia Brasil –
Sociobiodiversidade, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e
Cooperativismo, e ele já começa a dar frutos, tanto que conseguimos recursos
adicionais de 10 milhões de euros para que essa questão seja trabalhada no
Brasil. O resultado das negociações foi muito positivo para o Mapa”, diz
Schwanke.
Segundo a Agência Brasileira de Cooperação, há mais de 50 anos os dois países
têm trabalhado conjuntamente para o desenvolvimento sustentável. A Alemanha é
um importante parceiro no fomento de políticas públicas e iniciativas de
cooperação nas áreas de “proteção e uso sustentável das florestas tropicais” e
“energias renováveis e eficiência energética”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário