quarta-feira, 1 de março de 2023

Exportadores e importadores passam a usar Porto de Paranaguá como alternativa ao pedágio fluvial argentino

Companhias importadoras e exportadoras buscam alternativas logísticas ao imposto argentino cobrado sobre um trecho do rio. Assim,  o Porto de Paranaguá torna-se a principal alternativa a esse cenário e ganha força no mercado paraguaio pelas múltiplas vantagens que oferece.

O anunciado e questionado pedágio fluvial argentino para barcaças no trecho de Confluência Santa Fé e Paso Queso do Eixo Fluvial Paraguai-Paraná entrou em vigor em janeiro de 2023. A Resolução nº 1023/2022, do Ministério dos Transportes da Argentina, aprovou a cobrança de 1,47 dólares por tonelada transportada no trecho de 1.180 quilômetros da hidrovia. O objetivo é que o imposto seja utilizado em obras de dragagem e sinalização.

A medida não é vista com bons olhos pelos importadores e exportadores paraguaios. Consequentemente, a Federação Paraguaia de Produção, Indústria e Comércio (Feprinco) solicitou uma revisão do plano ao governo nacional.

Enquanto a medida é mantida, os importadores buscam alternativas logísticas, sendo a principal delas o Porto de Paranaguá, que tem ganhado força no mercado paraguaio. De acordo com o Terminal de Contêineres de Paranaguá, importar por esse porto traz vantagens para as empresas paraguaias, que serão potencializadas pela nova ponte que ligará Brasil e Paraguai.

O coordenador comercial para o Paraguai da TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá), André Frigotto, explica que a empresa é a principal alternativa brasileira para o comércio exterior no país vizinho. “Uma das vantagens da rota terrestre é o tempo de viagem: 25 a 30 dias mais rápido do que por barcaça. Outra vantagem presente no TCP é a existência do Depósito Franco”.

Outro benefício para o importador que optar pela logística pelo Porto de Paranaguá é o transporte terrestre. A construção da Ponte da Integração Internacional, segunda estrutura do Paraná a ligar os dois países, será outra opção para estimular o mercado regional. Segundo Frigotto, a obra será responsável por revolucionar o comércio Brasil-Paraguai, permitindo um trânsito de mercadorias mais rápido e eficiente.

“Com a nova ponte, a expectativa é desviar o trânsito da Ponte da Amizade. A nova estrutura será ligada ao perímetro leste, que levará os caminhões diretamente à BR-277. É um trabalho que comprova o interesse do Brasil em investir em logística e atrair cada vez mais paraguaios para as rotas brasileiras”, explicou.

Segundo a Agência de Notícias do Governo do Paraná, a estrutura da Ponte da Integração já está finalizada. Faltam apenas os retoques finais, que estão sendo feitos, como a instalação dos guarda-corpos interno e externo. A Secretaria de Infraestrutura e Logística do Governo do Estado do Paraná informa que a previsão de conclusão das obras perimetrais é dezembro de 2023, mas o prazo será revisto nos próximos meses, dependendo do andamento dos serviços.

A Federação de Produção, Indústria e Comércio do Paraguai pediu ao governo nacional “que adote as medidas necessárias para a retificação imediata desta situação. Esta imposição representa uma violação dos regulamentos bilaterais entre Argentina e Paraguai, afetando toda a costa logística de nosso país”. Até o momento, o pedágio permanece inalterado.

 

 

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