A Câmara da Indústria de Calçados da Argentina (CIC) e os representantes da Associação Brasileira de Calçados (Abicalçados) se reuniram para discutir a manutenção da Tarifa Externa do Mercosul (TEC), como forma de evitar a sobretaxa de produtos fabricados na China nos dois países . Haroldo Ferreira, presidente executivo da Abicalçados, manifestou-se satisfeito com o encontro.
Além disso, afirmou que a Argentina está sofrendo com o aumento das importações de calçados, já que no ano passado entraram o equivalente a US$ 88,7 milhões em mercadorias, principalmente da China. Já o Brasil recebeu US$ 50 milhões em produtos do país asiático, 34,6% a mais que em 2021.
"A entrada indiscriminada de calçados asiáticos provocaria um colapso no setor, gerando uma onda de desemprego. Não temos recursos para competir de igual para igual com um país que pratica dumping - preços de exportação abaixo dos praticados no mercado interior - e não respeita a legislação trabalhista e de sustentabilidade", alerta Ferreira.
Durante o encontro, foram discutidas a normalização dos fluxos de pagamento das importações na Argentina, a crescente importância da sustentabilidade na cadeia produtiva e a possível criação de uma moeda única para o Mercosul, medida que está em discussão entre os governos dos dois países.
A Abicalçados apresentou recentemente o programa de certificação “Origem Sustentável”, tornando-se o único programa ESG para a cadeia calçadista no mundo. Ferreira destaca a importância dessa iniciativa, destacando que até mesmo seus pares argentinos reconheceram a necessidade de competir com os produtos asiáticos, que não possuem esse selo de qualidade tão exigido pelos consumidores em todo o mundo.
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