sexta-feira, 15 de julho de 2022

Número de porta-contêineres vendidos para sucateamento no primeiro semestre cai pela 1ª vez em anos

Pela primeira vez em anos, o número de navios porta-contêineres vendidos para sucateamento no primeiro semestre de 2022 caiu para zero, num contexto em que as vendas de reciclagem continuam a evoluir em mínimos históricos. Os mercados de transporte de contêineres e fretamento de navios, com altos salários, levaram os proprietários de navios não operacionais (NOOs) e as linhas de navegação a continuarem usando seus navios mais antigos e ficarem longe da cena da reciclagem, apesar dos preços atraentes de demolição, relata Alphaliner.

O número de desmantelamento zero no primeiro semestre de 2022 segue os números de reciclagem já particularmente baixos registrados em 2021, quando apenas dezenove navios com capacidade total de 16.500 chegaram às praias de demolição.

As vendas para sucateamento em 2021 caíram consideravelmente em relação aos 194.500 TEUs sucateados em 2020 e bem abaixo dos 417.000 e 655.000 TEUs reciclados em 2017 e 2016, respectivamente. A Alphaliner espera que as vendas de contêineres para reciclagem permaneçam particularmente baixas no segundo semestre de 2022, com estimativas atuais de 30.000 TEUs para o ano inteiro provavelmente menores até o final do ano e possivelmente ainda menores do que os 16.500 TEUs reciclados em 2021.

As principais razões para a falta de vendas para o desmantelamento são os contínuos mercados de afretamento e as taxas de frete fervilhantes, onde armadores e operadores de linha podem atingir números extraordinários, principalmente com seus navios mais antigos e sem dívidas.

Com taxas de afretamento e carga historicamente altas ao longo do semestre, os armadores tiveram pouco incentivo para vender suas embarcações para reciclagem, apesar dos altos preços de demolição. Estes últimos variaram entre US$ 600 e US$ 700 por tonelada de deslocamento leve (ldt) no subcontinente indiano; entre US$ 300 e US$ 450 por ldt na Turquia, sendo particularmente forte, mas não o suficiente para convencer os armadores a sucatear seus navios.

A Alphaliner acredita que os armadores continuarão ignorando o cenário de desmantelamento nos próximos meses, pois a escassez persistente de capacidade, que pode se estender até o final de 2022 ou início de 2023, continua a sustentar lucros comerciais altíssimos.

 

 

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