segunda-feira, 27 de outubro de 2014

De onde sairá o dinheiro para bancar o Bolsa Família por mais quatro anos?

Os quatro primeiros anos da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) foram respaldados ontem pelas urnas que deram a ela a oportunidade de comandar os destinos do Brasil por mais quatro anos. A eleição mostrou claramente que o Bolsa Família foi fator decisivo para a decisão, com uma avalanche de votos pró-governo nas regiões mais beneficiadas pelo programa que distribui renda às pessoas mais carentes que, muitas vezes, vivem exclusivamente dessa doação. O resultado foi recebido com cautela pelos mercados interno e externo, preocupados com a estagnação econômica do país e com o insinuante retorno da inflação que já ultrapassou a meta aceitável, fixada pelo próprio executivo. O eleitor comum, pouco afeito às nuances financeiras e políticas macroeconômicas, não levou em conta estas questões, contudo, qualquer família sabe que manter o seu padrão de vida depende da manutenção do seu poder de compra. Se a empresa em que o cidadão trabalha não cresce e seu lucro é consumido pelo contexto em que está situada, fatalmente o dinheiro encolhe no bolso do trabalhador, seja ele um alto executivo ou um operário braçal , porque, nos dois casos, gradativamente, aumenta a dificuldade em comprar os bens necessários para a sobrevivência. É um princípio básico de economia. Se o país não cresce, fica a pergunta: de onde sairá a verba para continuar bancando programas de distribuição de recursos? A presidente Dilma venceu, no entanto, pela primeira vez, desde a redemocratização brasileira, em 1989, o candidato vitorioso sai do pleito levando um triunfo por uma margem mínima de votos, no caso de cerca de três pontos percentuais, indicando que a sociedade está dividida e uma parcela expressiva de brasileiros anseia por mudanças na condução da República.

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